quarta-feira, 3 de novembro de 2010





Conceitos de unificação das casas Espíritas
Luiz Monteiro de Barros - Jornal Unificação 1966


Unificar é reunir, para unir, produzindo mais e melhor.

Os Espíritos do Senhor, através de Kardec, reuniram princípios espiritualistas já existentes, formando um código em que eles se uniram para o discernimento desejado do plano espiritual da vida. Esses princípios antes esparsos, já possuíam o seu valor intrínseco pelo conteúdo de ensinamentos neles existentes; a reunião deles num conjunto harmônico trouxe para a Humanidade o compêndio da iniciação espiritualista, orientando o indivíduo e a coletividade humana para o verdadeiro mundo das causas, esclarecendo, no seu conjunto, todos os problemas sociais que afligem a Humanidade no seu anseio de alcançar a felicidade permanente e a compreensão real da vida
.
Assim surgiu a Terceira Revelação, à doutrina espírita, trazendo luz para as ciências, as filosofias, as religiões, enfim, para todos os setores do conhecimento humano. Como Doutrina que é, surgiu para ser estudada, difundida e vivida pelos seus adeptos, que se constituíram logo em núcleos esparsos.

O movimento de unificação dos espíritas visa exatamente à reunião desses núcleos sociais esparsos, formados em torno da doutrina, para o cumprimento integral, por parte de toda população espírita, do estudo metódico, da difusão bem orientada e da vivência edificante da Doutrina.

Kardec deu-nos a luz que aclarou os caminhos da evolução espiritual; pelo movimento de unificação reunimos as forças sociais para o cumprimento ou realização da marcha evolutiva dos espíritas e da Humanidade. O espírita deve ser o representante idôneo do Espiritismo na sociedade; foi exatamente para que o espírita, isoladamente e em coletividades, estudasse bem a doutrina, difundindo-a na sua pureza original e vivendo-a no seu esplendor moral, que surgiu o movimento de unificação.
Nesse movimento idealista, a orientação doutrinária é traçada pela codificação kardequiana, e a vivência social é estabelecida pela moral de Jesus. Assim, na unificação dos espíritas, estuda-se Kardec para se viver Jesus.

Por isso os vários núcleos espíritas são chamados para um trabalho de conjunto a bem da Doutrina e da Humanidade. A tarefa é árdua e universal; necessita ser realizadas por equipes espiritualmente esclarecidas e evangelicamente abnegadas. O Espiritismo, na sua finalidade essencial de reforma moral do homem e da sociedade pelo conhecimento do mundo das causas ou o mundo espiritual, interfere em todos os ramos do conhecimento humano trazendo ponderáveis elementos de aprimoramento a todas as funções exercidas pelo homem.
Disse o espírito da Verdade a Kardec que a tarefa do Espiritismo era a de revolver e reformar o mundo inteiro. Dada a amplitude dos estudos e da difusão da doutrina e suas realizações sociais consecutivas surgem, evidente, a necessidade da reunião dos espíritas e de suas agremiações esparsas, para o trabalho de conjunto, impossível de ser realizado apenas por uma das partes componentes, por mais esclarecida e abnegada que ela seja.

À proporção que a Doutrina se difunde e se aprofunda, atingindo maior massa popular complica-se os problemas a serem resolvidos, e somente um trabalho de conjunto de todos os núcleos poderá dar solução adequada e eficiente aos mesmos.
Em relação ao movimento doutrinário, o próprio codificador revelou a necessidade de uma direção coletiva. Do ponto de vista da função social do espírita se dá o mesmo; há necessidade do trabalho coletivo, porém sempre estabelecido nas bases fundamentais da Codificação Kardequiana e na realização da moral pregada e exemplificada por Jesus.
No movimento de unificação as partes componentes se reúnem para viverem mais unidas, deliberando com igual autoridade e apresentando a direção coletiva uma autoridade disciplinar de aspecto puramente moral, autoridade essa que deixará de existir se as deliberações forem contrárias àquelas bases estabelecidas em Kardec e em Jesus.

Não há a fusão das partes num só todo; não há absorção das partes pelo todo; as partes componentes continuam independentes, livres, ligadas ao conjunto apenas pelo idealismo comum, ligação essa que há de se fazer sempre de modo voluntário e consciente.
A direção coletiva assim estabelecida funciona mais como movimento aglutinador do que como entidade. O movimento é democrático e jamais poderá ser ditatorial, pois o livre arbítrio é sempre respeitado no Plano Divino da Vida
.
No movimento de unificação sugere-se, aconselha-se, orienta-se, pede-se e se abrem sempre à mente e o coração; não há sanções, penas ou expulsões; como medida de precaução, não se chamam prevaricadores doutrinários ou morais, para a linha de frente, para os cargos e encargos de grande destaque.

No movimento, as partes componentes estudam e deliberam; elas mesmas deverão cumprir suas deliberações.
Os vários núcleos espíritas convergem para um centro e esse centro vive em função da aglutinação desses núcleos; isso é unificação. Ninguém manda, senão Kardec e Jesus, que estabeleceram as bases fundamentais que todos procuram obedecer e realizar, fazendo o movimento evoluir sobre elas.

O trabalho realizado deverá ser sempre o produto do conjunto, sem personalismos de indivíduos ou de grupos.
Unificação é verdadeira ceia de Jesus, no seu objetivo doutrinário e social; os discípulos aprendendo com o mestre e trocando reciprocamente seus talentos a favor da evolução individual e coletiva, com vistas à reforma do mundo pela difusão e exemplificação da Doutrina redentora.
Esse magnífico e indispensável movimento ainda está, apesar dos progressos alcançados no Brasil, em sua fase de semeadura. Procura preparar o Brasil para vir a ser realmente, num futuro próximo, o coração do mundo, a pátria do evangelho, a pátria de Kardec, a pátria de Jesus, para o bem da Humanidade toda.

Transcrição de Sebastião Bugolin - 2010
http://wwwuse-smp.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário