sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


TAREFA ESPÍRITA



O lar é o santuário em que a Bondade de Deus te situa. Não olvides a necessidade de Cristo no cenário de amor em que te refugias.

Escolhe alguns minutos por semana e reúne-te com os laços domésticos que te possam acompanhar no cultivo da lição de Jesus.

Quanto seja possível, na mesma noite e no mesmo horário, faze teu circulo íntimo de meditação e de estudo.

Depois da prece com que nos cabe agradecer ao Senhor o pão da alma, abre as páginas do Evangelho e lê, em voz alta, alguns dos seus trechos de verdade e consolo, para o que receberas a inspiração dos Amigos Espirituais que te assistem. Não é necessário a leitura por mais de dez minutos.

Em seguida, na intimidade da palavra livre e sincera, todos os companheiros devem expor suas dúvidas, seus temores e dificuldades sentimentais.

Através da conversação edificante, emissários da Esfera Superior distribuirão idéias e forças, em nome do Cristo, para que horizontes novos iluminem o espírito de cada um.



pelo Espírito Emmanuel

Lama e Corpo


Não nos esqueçamos de que o corpo na Terra é o filtro vivo de nossa alma.

Nossos pensamentos expressar-se-ão, segundo o que sentimos, tanto quanto nossos atos serão exteriorizados conforme pensamos.

Todos os processos emocionais do coração atingem o cérebro, de onde se irradiam para o campo das manifestações e das formas.

Sensações e atitudes mais íntimas se nos mostram, invariavelmente, na vida de relação.

A gula produz a deformidade física.

orgulho estabelece a irritação sistemática.

A vaidade conduz à perturbação.

A cólera dá origem a graves desequilíbrios.

O ciúme leva ao ridículo.

maldade se transforma em delito.

O desânimo alimenta o caruncho da inutilidade.

ignorância faz a penúria.

A tristeza improdutiva cria moléstias fantasmas.

Os hábitos indesejáveis trazem a antipatia em torno de quantos a eles se afeiçoam.

paixão, não raro, conduz à morte.

Cada sentimento emite raios e forças intangíveis que lhe serão característicos.

Cultivemos a bondade, a compreensão e a alegria, porquanto nelas possuímos o manancial das energias de soerguimento e elevação da alma para Deus, nosso Pai e Misericordioso Senhor.

Nem corpo inteiramente mergulhado na Terra, nem espírito integralmente absorvido na contemplação do firmamento.

A árvore produz para o mundo, sustentando a vida, de raízes imersas no solo e de copa florida a espraiar-se em pleno Céu.

Aprendamos com a natureza.

A situação ideal será sempre a do equilíbrio com a vigilância concentrada por dentro.

Por isso mesmo, há muitos séculos, já nos afirmava a profecia: - “Guardai com carinho e cuidado o coração porque realmente dele é que procedem as correntes da vida”.

Autor

  • Emmanuel

Divaldo Franco responde sobre tragédias coletivas


Divaldo Franco responde sobre tragédias coletivas como a de Santa Maria - RS

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Incêndio em Santa Maria - Mortes Coletivas - Desastres em Massa - Espiri...






Palestra "Incêndio em Santa Maria - Mortes Coletivas - Espiritismo" com Nazareno Feitosa (Comunhão/FeDF) na SODEC, 909 Norte, Brasília, DF, 2012.

Palestra "Incêndio em Santa Maria - Mortes Coletivas - Espiritismo" com Nazareno Feitosa (Comunhão/FeDF) na SODEC, 909 Norte, Brasília, DF, 2012.
Em virtude do incêndio de 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria/RS, solicito aos confrades espíritas que não tiremos conclusões precipitadas, generalizando ou querendo explicar tudo, generalizando o ensinamento de Clélia Duplantier, em Obras Póstumas.
O Professor Raul Teixeira, com muita lucidez, nos informa que muitos podem desencarnar em desastres em massa, sem que necessariamente tenham vínculo com um resgate coletivo específico, em que todos tenham participado, de nossos naturais equívocos do passado.

Para os que cumpriram essa prova ou expiação, vários espíritos, através de Chico Xavier, descrevem todo o amparo amoroso durante o resgate da espiritualidade superior para aqueles, que, como vitoriosos, chegam no mundo maior.
Não existem médiuns perfeitos na Terra, somos todos falíveis, à exceção dos espíritos puros. Revelações que não foram submetidas ao controle da universalidade do ensino dos espíritos e sem passar pelo crivo da lógica, razão e do bom senso devem ser consideradas como mera informação, inclusive possivelmente capaz de desmoralizar a Doutrina Espírita.

Erasto ensina que é preferível rejeitar 10 verdades a aceitar uma única mentira. Estudemos as obras de Allan Kardec a fim de saber o que é ou não é Espiritismo.

Pensemos no sofrimento dos familiares e lembremos que especulações apressadas e inconsistentes sobre a lei de causa e efeito em vez de consolar, podem agravar a dor de nossos irmãos que necessitam agora do consolo, orações e solidariedade.
Nazareno Feitosa



Confira outros vídeos, inclusive em outras idiomas em: http://www.nazarenofeitosa.com.br e http://www.tvcei.com.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013


A vitória do Bem!

Diante de transtornos e problemas diversos que nos afligem pedimos a Deus que termine com o nosso suplíciom

Geralmente achamo-nos injustiçados pela vida e pelos outros. Esquecemo-nos de que ninguém passa por uma dificuldade sem que haja um propósito.

 Muitas vezes criamos a situação difícil em que nos encontramos, em outros casos são provas que nos são 
apresentadas, para sabermos se aprendemos algo na vida. 

Sejam quais forem as razões de passarmos por dificuldades, teremos que usar a paciência, nossa criatividade e potencial para sairmos delas.  

Porém, nestes momentos não devemos pedir para Deus nos tirar a prova, mas sim que nos dê forças para passarmos por ela.  
Tenhamos a certeza de que temos condições de superar quaisquer dificuldades, especialmente quando 
lutamos dignamente e confiamos no nosso Pai Criador.  

Sigamos em frente, sem desânimo, buscando a força e a coragem que há dentro de cada um de nós.  
No final descobriremos que a vitória do bem só depende de nós 
e ela triunfará se tivermos a confiança e a fé inabalável. 

Deus nos criou para o bem e para sermos vencedores, por isso confiemos!
  
Gotas de Paz


CONFISSÃO



Revendo as falhas que tenho
Das mais diversas e feias,
É que tenho tanto empenho
Em ver as falhas alheias.
Tantas vezes, vivo errada!...
Senhor, guarda-me no Bem.
Também eu caio na estrada,
Não posso julgar ninguém.
             Maria  Dolores
(Página recebida em reunião de amigos, no Culto
Do Evangelho no Lar, na noite de 17 de fevereiro
de 1993, em Uberaba, Minas)
(De “Esperança e Luz”, de Francisco Cândido Xavier
- Autores Diversos)



O Espírita e o carnaval




Muitos espíritas, ingenuamente, julgam que a participação nas festas de Momo, tão do agrado dos brasileiros, não acarreta nenhum mal a nossa integridade psico-espiritual. E de fato, não haveria prejuízo maior, se todos pensassem e brincassem num clima sadio, de legitima confraternização. Infelizmente, porém, a realidade é bem diferente. Vejamos, por exemplo, as conclusões a que chegou um grupo de psicólogos que analisou o carnaval, segundo matéria publicada já há algum tempo no Correio Brasiliense, importante jornal da Capital da República:
“(...) de cada dez casais que caem juntos na folia, sete terminam a noite brigados (cenas de ciúme, intrigas, etc.); que, desses mesmos dez casais, posteriormente, três se transformam em adultério; que de cada dez pessoas (homens e mulheres) no carnaval, pelo menos sete se submetem a coisas que abominam no seu dia-a-dia, como o álcool e outras drogas (...). Concluíram que tudo isto decorre do êxtase atingido na grande festa, quando o símbolo da liberdade, da igualdade, mas também da orgia e da depravação, estimulado pelo álcool leva as pessoas a se comportarem fora de seus padrões normais (...)”.
Um detalhe importante que, provavelmente, eles não sabem, é que no plano invisível a turma do astral inferior também se prepara e vem aos magotes participar dos folguedos carnavalescos. Na psicosfera criada por mentes convulsionadas pela orgia, os espíritos das trevas encontram terreno propício para influenciar negativamente, fomentando desvios de conduta, paixões grosseiras, agressões de toda a sorte e, ainda, astuciosas ciladas. No livro “Nas Fronteiras da Loucura”, psicografado por Divaldo Pereira Franco, são focalizados vários desses processos obsessivos, sobre pessoas imprevidentes, que pensavam apenas em se divertir no carnaval do Rio. Mostra também o infatigável trabalho dos espíritos do bem, a serviço de Jesus, procurando diminuir o índice de desvarios e de desfechos profundamente infelizes.
Só por essa amostra já dá pra ver como é difícil, para qualquer cristão, passar incólume pelos ambientes momescos. Por maior que seja a sua fé, os riscos de contrariedades e aborrecimentos são muito grandes. Fiquemos, portanto, com o apóstolo Paulo, que dizia “tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. (I Cor. 6,12).
Pedro Fagundes Azevedo
Fonte: Portal do Espírito


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013


ALLAN KARDEC



Hyppolyte Léon Denizard Rivail, nascido em 03/10/1804 em Lion (França), já era, aos 18 anos, mestre Colegial de Ciências e Letrase, desde os 20 anos, renomado autor de livros didáticos, alcançando, pouco mais tarde, notoriedade na profissão de educador, na qual fora aprimoradamente preparado na Suíça.

Lingüista exímio, Denizard conhecia a fundo os idiomas francês, alemão, inglês, italiano, espanhol, além do holandês. As qualidades de homem bom, gentil e jovial, aliavam-se seu refinado bom-senso e seu discernimento criterioso, características marcantes de sua personalidade de homem de saber.

Em 1855, como professor de francês, aritmética, pesquisador de astronomia e magnetismo, foi convidado por um amigo a assistir às manifestações das chamadas mesas girantes, atrações públicas que ocorriam nos salões da capital francesa. Rivail era discípulo de Pestalozzi - chamado de o pai da pedagogia moderna - e casado com Amélie Gabrielle Boudet. Deveras já ouvira sobre o assunto das mesas girantes e não entendia ao certo do que se tratava. Homem criterioso, Rivail não se deixava levar por modismos e como cientista estudioso do magnetismo humano acreditava que todos os acontecidos poderiam estar ligados à ação das próprias pessoas envolvidas, e não de uma possível intervenção espiritual. O professor Rivail, então, participou de algumas sessões e algo começou a intrigá-lo. Percebeu que muitas das respostas emitidas através daqueles objetos inanimados fugiam do conhecimento cultural e social dos que faziam parte do "espetáculo". Como os móveis, por si só, não poderiam mover-se, fatalmente havia algum tipo de inteligência invisível atuando sobre os mesmos, e respondendo aos questionamentos dos presentes.

Rivail presenciava a afirmação daqueles que se manifestavam, dizendo-se almas dos homens que viveram sobre a Terra. Foi então, que uma das mensagens foi dirigida ao professor. Um ser invisível disse-lhe ser um Espírito chamado Verdade e que ele, Rivail, tinha uma missão a desenvolver, que seria a codificação de uma nova doutrina .

Atento aos dizeres do Espírito, e depois de muitos questionamentos à entidade, pois não era homem de impressionar-se com elogios, resolveu aceitar a tarefa que lhe fora incumbida. 

O Espírito de Verdade disse-lhe ser de uma falange de Espíritos superiores que vinha até aos homens cumprir a promessa de Jesus, no Evangelho de João, capítulo XIV; versículos 15 a 26: "E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conhecereis, porque habita convosco e estará em vós... Mas, aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito".
Através dos Espíritos, Rivail descobriu que em uma de suas encarnações anteriores foi um sacerdote druida, de nome Allan Kardec. 

Foi então que resolveu adotar este pseudônimo durante a codificação da nova doutrina, que viria a se chamar Doutrina Espírita ou Espiritismo. Kardec assim procedeu para que as pessoas, ao tomarem conhecimento dos novos ensinamentos espirituais, não os aceitassem por ser ele, um conhecido educador que as estivesse divulgando. Mas sim, que todos os que tivessem contato com a Boa Nova a aceitassem pelo seu teor racional e sua metodologia objetiva, independente de quem a divulgasse ou a apoiasse.
A Codificação

A partir daí foram 14 anos de organização da Doutrina Espírita. No início, para receber dos Espíritos as respostas sobre os objetivos de suas comunicações e os novos ensinamentos, Kardec utilizou um novo mecanismo, a chamada cesta-pião: um tipo de cesta que tinha em seu centro um lápis. Nas bordas das cestas, os médiuns, pessoas com capacidade de receber mais ostensivamente a influência dos Espíritos, colocavam suas mãos, e através de movimentos involuntários, as frases-respostas iam se formando. Julie e Caroline Baudin, duas adolescentes de 14 e 16 anos respectivamente, foram as médiuns mais utilizadas por Kardec no início. 

Com o decorrer do tempo, a cesta-pião foi dando lugar à utilização das próprias mãos dos médiuns, fenômeno que ficou conhecido como psicografia.
Todas as perguntas e respostas feitas por Kardec aos Espíritos eram revisadas e analisadas várias vezes, dentro do bom senso necessário para tal. As mesmas perguntas respondidas pelos Espíritos através das médiuns eram submetidas a outros médiuns, em várias partes da Europa e América. Assim, o codificador viajou por cerca de 20 cidades. Isso para que as colocações dos Espíritos tivessem a credibilidade necessária, pois estes médiuns não mantinham contato entre eles, somente com Kardec.

Disto, estabeleceu-se dentro da Doutrina Espírita que qualquer informação vinda do Plano Espiritual só terá validade para o Espiritismo se for constatada em vários lugares, através de diversos médiuns, que não mantenham contato entre si, pois, assim, há o controle sobre a veracidade das informações. Fora isso, toda comunicação espiritual será uma opinião particular do Espírito comunicante.

Com todo um esquema coerentemente montado, Allan Kardec preparou o lançamento das cinco Obras Básicas da Doutrina Espírita. O primeiro livro da Codificação foi publicado em 18 de abril de 1857: O Livro dos Espíritos. Posteriormente foram lançados os demais, ou seja, O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865), e A Gênese (1868). Estes livros contêm toda a teoria e prática da Doutrina, os princípios básicos e as orientações dos Espíritos sobre o mundo espiritual e sua constante influenciação sobre o mundo material.

Durante a Codificação, Kardec lançou um periódico mensal chamado "Revista Espírita", no ano de 1858. Nele, comentava notícias, fenômenos mediúnicos e informava aos adeptos da nova Doutrina o crescimento da mesma e sua divulgação. Servia várias vezes como fórum de debates doutrinários, entre partidários e contrários ao Espiritismo. A Revista Espírita foi a semente da imprensa doutrinária.

No mesmo ano, Kardec viria a fundar a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Constituída legalmente, a entidade passou a ser a sociedade central do Espiritismo, local de estudos e incentivadora da formação de novos grupos.
Allan Kardec desencarnou em 31 de março de 1869, aos 65 anos, vítima de um aneurisma. Sua persistência e estudo constantes foram essenciais para a elaboração do movimento espírita e organização dos ensinos do Espírito de Verdade.





 Nunca deixe de sonhar


Ao chegar a este mundo, trazemos os olhos cheios de simplicidade e de uma alegria ingênua, contagiante...
Nessa época de infância, despreocupada e leve, quantos sonhos carregamos! A imaginação corre livre. Não há limites para a mente fértil. Tudo é possível.
Mas crescemos. E a vida vai se encarregando de apagar um pouco do brilho dos nossos olhos.
Ouvimos tantas vezes a palavra não que, aos poucos, nos revestimos de uma cautela exagerada. Passamos a ter medo de ousar ir além, de transpor até mesmo pequeninos limites.
Devagar, muito lentamente, passamos a colocar cada vez mais freios na alma, a exercer autocensura, a matar a imaginação.
Antes de sonhar, repreendemos a nós mesmos: Ah, isso não é possível! Ou Isso não vai dar certo. E nem nos permitimos imaginar algo novo e ousado.
Mas, pensemos, vale a pena viver de forma tão metódica? Com cada passo contado? Com os sonhos reprimidos?
A resposta é não. Não vale a pena sufocar os sonhos, que podem ser a ponte para uma vida mais feliz e plena.
Um sonhador é alguém que não se acomoda. Está sempre buscando algo de bom, de novo, de diferente. É um idealista, um lutador.
Observe que não estamos falando de pessoas rebeldes, daquelas que desejam apenas quebrar regras como forma de provocação.
Falamos de pessoas que aspiram viver em um mundo mais justo, abençoado por gestos de fraternidade e cheio de ética, alegria e paz.
Você lembra quando John Lennon cantou que era um sonhador, mas que não era o único?
Na música Imagine, ele imaginava um planeta livre de preconceitos religiosos, sem que as fronteiras dos países impedissem os homens de ser irmãos.
Pois é. O que Lennon queria mesmo era que mais sonhadores se juntassem a ele, para que o mundo fosse um só, muito mais unido, mais solidário e amoroso.
Vamos atender a esse convite?
Sim, porque atender a esse chamado de irmandade é também aderir à mensagem de grandes líderes religiosos, de filósofos, de homens de bem.

Lembremos que a Humanidade caminha porque há quem sonhe. Inventores, cientistas, sacerdotes, pensadores em geral são grandes sonhadores.
Gandhi sonhou que a independência da Índia seria conquistada sem violência. E conseguiu dobrar o poderoso império britânico, sem pegar em armas. Apenas com gestos de amor, com seriedade e com uma vontade férrea.
São homens como esse os verdadeiros sonhadores. Não aguardam sentados. Não se deixam abater. Não permitem que o pessimismo alheio os contamine.
Sonhadores movem o mundo, a partir de ideais que eles tornam realidade. Os seus são sonhos de bem-estar, de fraternidade, de gestos amorosos.
Permita-se, você também, sonhar coisas belas, buscar mudanças positivas. Toque as estrelas com as pontas dos dedos. Sonhe.
Sonhe, sim. Todos os dias, todas as horas. E tente fazer seus sonhos se materializarem, para mudar o mundo para melhor.

Redação do Momento Espírita.

sábado, 9 de fevereiro de 2013


A Arte de Elevar-se


Delfim Mendes era estudante aplicado, na escola do Espiritualismo cristão, sempre atencioso nas discussões filosóficas, a cujo brilho emprestava diligente cooperação; entretanto, fugindo aos testemunhos pessoais no trabalho renovador, vivia em regime de perenes reclamações. Interpretava os ricos por gêniomalditos do desregramento e os pobres por fantasmas do desespero.

A cada passo, asseverava sob escura revolta:

- A Terra é um despenhadeiro de sombras sem fim... Como nos livraremos deste horrível sorvedouro?
Tanto se habituou às queixas infindáveis que, certa noite, quando Fabiano, o Espírito-diretor da reunião que freqüentava, expunha conclusões evangélicas de alto sentido, desfechou-lhe vasta dose de extemporâneas indagações:

- Benfeitor amado, como conquistar o desligamento do purgatório'>purgatório do mundo? Por todos os lugares da Terra, vejo a maldade dominante. Nas pessoas incultas reparo a preguiça sistemática. De todos os ângulos da existência, no plano selvagem em que nos encarnamos, surgem aguilhões...

E, quase lacrimejante, rematara:


- Que fazer para fugir desta moradia tenebrosa da expiação?

O Espírito amigo escutou, benevolamente, e quando o silêncio voltou a pesar na assembléia, comentou, bondoso:
- Um homem trabalhador, depois da morte, em razão de certo relaxamento espiritual, foi colhido pelas redes de Satanás e desceu aos infernos, ralado de espanto e dor. Lá dentro, passou a ver as figuras monstruosas quepovoavam o abismo e, por muitos dias consecutivos, gemeu nos tanques móveis de lava comburente. Acostumado, porém, ao esforço ativo, pouco a pouco se esqueceu dos poços vulcânicos que o cercavam e sentiu fome de trabalho benéfico. Arrastou-se, dificilmente, para fora da cratera em que jazia atolado até à cintura e, depois de perambular pelas margens, à maneira dum réptil, encontrou um diabo menor, com o braço desconjuntado, e deu-se pressa em socorrê-lo. Esforçou-se, ganhou posição sobre uma trípode, que se destinava ao arquivo de velhas tridentes esfogueadas, e agiu, tecnicamente, restituindo-lhe o equilíbrio. O perseguidor, algo comovido, incumbiu-se de melhorar-lhe a ficha. Daí a momentos, uma sereia perversa passou, exibindo defeituosa túnica, como quem se dirigia a zonas festivas. O prestimoso internado pediu permissão para ajudá-la, afirmando haver trabalhado num instituto de beleza terrestre, e tantos laçarotes lhe aplicou à vestimenta que a criatura diabólica se afastou, reconhecida. Continuando a arrastar-se, encontrou um grupo de condenados a cavar profunda cisterna, e, conhecedor que era do problema, forneceu-lhes valiosas instruções. Encorajado pelos elogios de todos, seguiu caminho para diante, no pavoroso domínio de que era prisioneiro, encontrando um gigante do mal, caído por terra, a vomitar lodo e sangue, depois de conflito feroz com poderoso inimigo, mais vigoroso em brutalidade. O dedicado colaborador do bem apiedou-se dele e guardou-lhe a horrenda cabeça entre as mãos. Como não possuísse adequado material de socorro, soprou-lhe ao coração, com o desejo ardente de infundir-lhe novo ânimo e, com efeito, o gênio maléfico despertou, sensibilizado, e contemplou-o com o enternecimento que lhe era possível. A fama do piedoso sentenciado espalhou-se e um dos grandes representantes de Satanás chegou a solicitar-lhe os serviços num caso melindroso, em que se fazia imperiosa a colaboração de uma pessoa competente, humilde e discreta. Com tamanho acerto agiu o encarcerado que a direção do abismo conferiu-lhe o direito da palavra. E o trabalhador, lembrando o ensinamento do Mestre que determina seja dado a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, não afiançou, de público, que os demônios deviam ser multiplicados, mas começou a dizer que osgênios das sombras eram grandes senhores, naturalmente por Vontade do Eterno, e que deviam ser respeitados em seus tronos de borralho luminescente, acrescentando, mais, que tanto quanto o buril que aperfeiçoa a pedra é honrado pelo ingrato labor que desempenha, assim também os diabos deviam ser reverenciados por benfeitores das almas, lapidando-as para a espiritualidade superior. Multiplicando pregações de amor, obediência e esperança, fez-se querido de todo o povo das trevas, imperando nas almas das vítimas e dos verdugos. Desde então, com assombro comum, o padrão de sofrimento no inferno começou a baixar. Asalmas atormentadas adquiriram vasta paciência, as imprecações e blasfêmias foram atenuadas, os gemidos quase desapareceram e os próprios algozes multisseculares se comoviam, inesperadamente, aos primeiros vagidos da piedade que lhes nascia no peito. Alterou-se a situação de tal maneira que Satanás, em pessoa, veio observar a mudança e, depois de informado quanto aos estranhos acontecimentos, ordenou que o trabalhador fosse expulso. Naturalmente aquele homem estaria no inferno, em razão de algum equívoco, e a permanência dele, no trevoso país de que era soberano, perturbava-lhe os projetos. Desse momento em diante, o servidor do trabalho digno fez-se livre, colocando-se na direção do Reino da Paz...


Nesse ponto, o guia espiritual interrompeu a narrativa e, talvez porque Delfim Mendes o contemplasse, expectante, riu-se, bondoso, e concluiu:

- Você, Delfim, sente-se na Terra como se estivesse no inferno, Pense, fale e procure agir, como se fosse no Céu, e o próprio mundo restituirá você ao Paraíso, compreende?

O irrequieto companheiro enterrou a cabeça nas mãos alongadas, mas não respondeu.

Autor

  • Irmão X