domingo, 25 de abril de 2010


O QUE É O ESPIRITISMO?

Allan Kardec, em “Obras Póstumas”, explica que nos seus estudos de espiritismo aplicou à nova ciência o método experimental, bem como o método indutivo, e jamais elaborou teorias preconcebidas; “observava cuidadosamente, comparava, deduzia consequências; dos efeitos procurava remontar à causa, por dedução e pelo encadeamento lógico dos factos, não admitindo por válida uma explicação senão quando resolvia todas as dificuldades da questão”.

Acrescenta ele: “Um dos primeiros resultados que colhi das minhas observações foi que os espíritos, nada mais sendo que as almas dos homens, não possuíam a plena sabedoria, nem a ciência integral; que o saber de que dispunham se circunscrevia ao grau que haviam alcançado, de adiantamento. (...) Reconhecida desde o princípio, esta verdade preservou-me do grave escolho de crer na infalibilidade dos espíritos e impediu-me de formular teorias prematuras, tendo por base o que fora dito por um ou alguns deles”.

“O simples facto da comunicação com os espíritos, dissessem eles o que dissessem, provava a existência do mundo invisível ambiente. Já era um ponto essencial, um imenso campo aberto às nossas explorações, a chave de inúmeros fenómenos até aqui inexplicados. O segundo ponto, não menos importante, era que aquela comunicação permitia que se conhecesse o estado desse mundo, seus costumes, (...).Cada espírito, em virtude de sua posição pessoal e de seus conhecimentos, me desvendava uma face daquele mundo, do mesmo modo que se chega a conhecer o estado de um país interrogando habitantes seus de todas as classes, não podendo um só, individualmente, informar-nos de tudo. Compete ao observador formar o conjunto, por meio dos documentos colhidos de diferentes lados, coleccionados, coordenados e comparados uns com os outros. Conduzi-me, pois, com os espíritos, como houvera feito com os homens. Para mim, eles foram, do menor ao maior, meios de me informar, e não reveladores predestinados”.

“Tais as disposições com que empreendi meus estudos, e nelas prossegui sempre. Observar, comparar e julgar, essa sempre a regra que segui”.

E no seu livro “O que é o Espiritismo” o codificador explica, sumariamente:

O espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática consiste na relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações”.

E conclui: "Podemos defini-lo assim: o espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bem como das suas relações com o mundo corporal”.

CONSOLADOR

“Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito de Verdade, a quem o mundo não pode receber porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. – Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito”. (S. João, cap. XIV v.15,16,17,26).

É o espiritismo o consolador prometido por Jesus; é o Santo Espírito — o Paracleto, que em seu nome o Pai enviou para dar ao homem o “conhecimento das coisas, fazendo que ele saiba de onde vem, para onde vai e porque está na Terra: atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança”.

Assim como Cristo disse “Não vim destruir a lei, porém, cumpri-la”, também o espiritismo diz “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução”. – “Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda a gente, o que foi dito apenas em forma alegórica”.

“O espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade (...) Vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras e alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem (...) trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores”.

A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação: o Novo Testamento tem-na no Cristo. O espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-lo nenhuma individualidade, porque é fruto dado não por um homem, mas pelos espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra”. (...)

Tem por divisa “Fora da caridade não há salvação”. Aos seus adeptos oferece um imperativo de iluminação: “Espíritas, amai-vos, este é o primeiro ensinamento; instruí-vos, este é o segundo”.

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