sexta-feira, 30 de abril de 2010

Tudo Passa

Havia um rei muito poderoso que tinha tudo na vida, mas sentia-se confuso. Resolveu consultar os sábios do reino e disse-lhes:

- Não sei por que me sinto estranho e preciso ter paz de espírito. Preciso de algo que me faça alegre quando estiver triste e que me faça triste quando estiver alegre.

Os sábios resolveram dar um anel ao rei, desde que o rei seguisse certas condições:

Debaixo do anel existe uma mensagem, mas o rei só deverá abrir o anel quando ele estiver num momento intolerável. Se abrir só por curiosidade, a mensagem perderá o seu significado. Quando TUDO estiver perdido, a confusão for total, acontecer à agonia e nada mais puder ser feito, aí o rei deve abrir o anel.

O rei seguiu o conselho. Um dia o país entrou em guerra e perdeu. Houve vários momentos em que a situação ficou terrível, mas o rei não abriu o anel porque ainda não era o fim. O reino estava perdido, mas ainda podia recuperá-lo. Fugiu do reino para se salvar. O inimigo o seguiu, mas o rei cavalgou até que perdeu os companheiros e o cavalo.

Seguiu a pé, sozinho, e os inimigos atrás; era possível ouvir o ruído dos cavalos. Os pés sangravam, mas tinha que continuar a correr. O inimigo se aproxima e o rei, quase desmaiado, chega à beira de um precipício. Os inimigos estão cada vez mais perto e não há saída, mas o rei ainda pensa:

- Estou vivo, talvez o inimigo mude de direção. Ainda não é o momento de ler a mensagem...

Olha o abismo e vê leões lá embaixo, não tem mais jeito. Os inimigos estão muito próximos, e aí o rei abre o anel e lê a mensagem: "Isto também passará". De súbito, o rei relaxa. Isto também passará e, naturalmente, o inimigo mudou de direção. O rei volta e tempo depois reúne seus exércitos e reconquista seu país. Há uma grande festa, o povo dança nas ruas e o rei está felicíssimo, chora de tanta alegria e, de repente, se lembra do anel, abre-o e lê a mensagem: "Isto também passará". Novamente ele relaxa, e assim obtém a sabedoria e a paz de espírito.

Em qualquer situação, boa ou ruim, de prosperidade ou de dificuldades, em que as emoções parecem dominar tudo o que fazemos, é importante que nos lembremos de que tudo é efêmero, de que tudo passará, de que é impossível perpetuarmos os momentos que vivemos, queiramos ou não, sejam eles escolhidos ou não.

A ansiedade, freqüentemente, não nos deixa analisar o que nos ocorre com objetividade. Nem sempre é possível, mesmo. Mas, em muitos momentos, precipitamos atitudes que só pioram o que queríamos que melhorasse, e é na esfera dos relacionamentos amorosos que isso ocorre quase sempre.

A calma, conforme o ditado popular, pode ser o melhor remédio diante daquilo que não depende de nós... Manter as emoções constantemente sob controle é pura fantasia e qualquer um já viveu a sensação de pânico ao perceber que o que mais se valoriza está escapando por entre os dedos.

"Dar tempo ao tempo" não é sintoma de passividade, mas de sabedoria na maior parte dos casos.

Amor: a única força criativa

Um professor universitário levou seus alunos de sociologia às favelas de Baltimore para estudar as histórias de duzentos garotos. Pediu a eles que redigissem uma avaliação sobre o futuro de cada menino. Em todos os casos, os estudantes escreveram: "Ele não tem chance alguma." Vinte e cinco anos mais tarde, outro professor de sociologia deparou-se com o estudo anterior. Pediu aos seus alunos que acompanhassem o projeto, a fim de ver o que havia acontecido com esses garotos. Com exceção de vinte deles, que haviam se mudado ou morrido, os estudantes descobriram que 176 dos 180 restantes haviam alcançado uma posição mais bem-sucedida do que a comum como advogados, médicos e homens de negócios.

O professor ficou estarrecido e resolveu continuar o estudo. Felizmente, todos os homens continuavam na mesma área, e ele pôde perguntar a cada um: "A que você atribui o seu sucesso?" Em todos os casos, a resposta veio com sentimento "A uma professora".

A professora ainda estava viva, portanto, ele a procurou, perguntando à senhora idosa, embora ainda ativa, que fórmula mágica havia usado para resgatar esses garotos das favelas para um mundo das conquistas bem sucedidas.

Os olhos da professora faiscaram e seus lábios se abriram num delicado sorriso.

- É realmente muito simples – disse ela. – Eu amava aqueles garotos.

Eric Butterworth
Canja de Galinha para a Alma
Jack Canfield & Mark Victor Hansen

Enquanto eu olho você dormir

Meu filho adorado entrei devagarzinho no seu quarto enquanto você dorme, para sentar ao seu lado e observar você por um instante. Seus olhos estão fechados, um cacho do cabelo cai sobre a testa e a respiração faz seu peito subir e descer quase imperceptivelmente. Eu estava trabalhando no escritório e de repente fui tomada de uma grande tristeza quando pensei no que aconteceu durante o dia. Não consegui mais prestar atenção no meu trabalho e então vim conversar com você no seu silêncio, enquanto você descansa.

De manhã, perdi a paciência e disse que você parecia uma lesma, porque levou um tempo enorme para se vestir. Depois, fuzilei você com os olhos quando derramou geléia na blusa limpa durante o café da manhã. "De novo?", suspirei fundo. Você apenas sorriu e se despediu: "Até logo, mamãe!"

À tarde estava no telefone enquanto você brincava no meu quarto, chutando a bola contra a parede do fundo e comemorando em voz alta cada vez que acertava um gol imaginário. Irritada, interrompi a ligação de quase uma hora para mandar você parar e ir fazer o dever de casa. "Tá bem, mamãe", você disse, meio culpado, e foi pegar a pasta para me obedecer.

À tarde, enquanto eu trabalhava em minha escrivaninha, você se aproximou e, hesitante, pediu: "Lê uma história para mim esta noite, mamãe?" Nos seus olhos, um brilho de esperança. "Esta noite, não", eu disse, rudemente. "Seu quarto ainda está uma bagunça! Quantas vezes vou ter de mandar você arrumar suas coisas?" Você saiu arrastando os pés, com a cabeça baixa, e foi para o quarto. Logo depois voltou, ficou encostado na porta. "O que você quer agora?", perguntei com a voz impaciente.

Você não disse uma só palavra, mas entrou decidido no quarto, jogou seus braços ao redor do meu pescoço e beijou meu rosto. "Boa noite, mamãe. Eu amo você." Foi tudo o que me disse, me apertando com força. E, tão rapidamente como apareceu, você se foi.

Depois disso, fiquei sentada um bom tempo, olhos fixos na mesa, sentindo uma onde de remorso me invadir. O que é que tinha acontecido comigo? Você não havia feito nada com a intenção de me aborrecer. Estava apenas sendo criança, se ocupando em crescer e aprender. Eu me perdi hoje num mundo adulto de responsabilidades e cobranças e fiquei com pouca energia para lhe dar. Você foi meu professor com seu impulso tão espontâneo de entrar no quarto e me beijar, mesmo depois de um dia difícil, enfrentando meu mau humor.

E agora, enquanto vejo você dormindo, torço para o dia chegar e começar tudo de novo. Amanhã vou usar a mesma compreensão que você teve comigo hoje, para que eu seja uma mãe de verdade – oferecendo um doce sorriso quando você acordar, uma palavra de apoio depois da escola e uma história animada na hora de dormir. Vou rir quando você rir e chorar quando você chorar. Vou tentar colocar limites com suavidade e afeto. Vou me lembrar que você é apenas uma criança, não um adulto, e vou ficar feliz por ser sua mãe. A alegria do seu espírito me tocou hoje e, assim, vim aqui, tarde da noite, agradecer a você, meu filho, meu professor e meu amigo, pela dádiva do seu amor.


Histórias para Aquecer o Coração 2
Jack Canfield e Mark Victor Hansen
Editora Sextante

São histórias que fazem bem à alma e aquecem o coração.

O Espelho

Era uma vez, um homem que só via e realçava o mal em tudo o que fazia.

Um dia ele morreu e "partiu dessa para uma melhor".

Só que do lado de lá havia um companheiro que não largava do seu pé, e o acompanhava o tempo todo.

Era um verdadeiro "mala": egoísta, pessimista, mal-humorado, critiqueiro, mal-agradecido, e que só sentia-se bem quando estava mal.

O homem, não o suportando mais, foi a um anjo e implorou:

"Por favor, livra-me da companhia daquele sujeito, eu já não agüento mais..."

O anjo, entre admirado e compadecido, respondeu:

"Mas não há nenhum companheiro. Aqui só existe um sistema de espelhos, que faz com que cada um veja e conviva com o que formou de si mesmo.
Depende somente de você libertar-se dele."

Autor desconhecido

POR QUE OS CAMELOS SÃO ASSIM?

Uma mãe e um bebê, camelos, estavam por ali, à toa, quando de repente o bebê camelo perguntou:

- Mãe, mãe, posso te perguntar umas coisas?

- Claro! O que está incomodando o meu filhote?

- Por que os camelos têm corcovas?

- Bem, meu filhinho, nós somos animais do deserto, precisamos das corcovas para reservar água e por isso mesmo somos conhecidos por sobreviver sem água.

- Certo, e por que nossas pernas são longas e nossas patas arredondadas?

- Filho, certamente elas são assim para permitir caminhar no deserto. Sabe com essas pernas eu posso me movimentar melhor pelo deserto melhor do que qualquer um! Disse a mãe, toda orgulhosa.

- Certo! Então, por que nossos cílios são tão longos? De vez em quando eles atrapalham minha visão.

- Meu filho! Esses cílios longos e grossos são como uma capa protetora para os olhos. Eles ajudam na proteção dos seus olhos quando atingidos pela areia e pelo vento do deserto! -respondeu a mãe com orgulho nos olhos..

- Tá. Então a corcova é para armazenar água enquanto cruzamos o deserto, as pernas para caminhar através do deserto e os cílios são para proteger meus olhos do deserto. Então o que é que estamos fazendo aqui no Zoológico???

Moral da história:
Habilidade, conhecimento, capacidade e experiências, só são úteis se você estiver no lugar certo!"
(onde você está agora?)

Autor Desconhecido

Exemplo sempre fala mais alto

As sandálias do discípulo fizeram um barulho especial nos degraus da escada de pedra que levavam aos porões do velho convento.

Era naquele local que vivia um homem muito sábio. O jovem empurrou a pesada porta de madeira, entrou e demorou um pouco para acostumar os olhos com a pouca luminosidade.

Finalmente, ele localizou o ancião sentado atrás de uma enorme escrivaninha, tendo um capuz a lhe cobrir parte do rosto. De forma estranha, apesar do escuro, ele fazia anotações num grande livro, tão velho quanto ele.

O discípulo se aproximou com respeito e perguntou ansioso pela resposta:

- Mestre, qual o sentido da vida?

O idoso monge permaneceu em silêncio. Apenas apontou um pedaço de pano, um trapo grosseiro no chão junto à parede. Depois apontou seu indicador magro para o alto, para o vidro da janela, cheio de poeira e teias de aranha.

Mais do que depressa, o discípulo pegou o pano, subiu em algumas prateleiras de uma pesada estante forrada de livros. Conseguiu alcançar a vidraça, começou a esfregá-la com força, retirando a sujeira que impedia a transparência.

O sol inundou o aposento e iluminou com sua luz estranhos objetos, instrumentos raros, dezenas de papiros e pergaminhos com misteriosas anotações.

Cheio de alegria, o jovem declarou:

- Entendi mestre. Devemos nos livrar de tudo aquilo que não permita o nosso aprendizado. Buscar retirar o pó dos preconceitos e as teias das opiniões que impedem que a luz do conhecimento nos atinja. Só então poderemos enxergar as coisas com mais nitidez.

Fez uma reverência e saiu do aposento, a fim de comunicar aos seus amigos o que aprendera.

O velho monge, de rosto enrugado e ainda encoberto pelo largo capuz, sentiu os raios quentes do sol a invadir o quarto com uma claridade a que se desacostumara. Viu o discípulo se afastando, sorriu levemente e falou:

- Mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que o outro enxerga. Afinal, eu só queria que ele colocasse o pano no lugar de onde caiu.

PARA QUE GRITAR?

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:

"Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?"
“Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.

"Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?", questionou novamente o pensador.

"Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo.

E o mestre volta a perguntar:

"Então não é possível falar-lhe em voz baixa?"

Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.

Então ele esclareceu:

"Vocês sabem por que se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?"

O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito.

Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente.

Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.

Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas?

Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê?

Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena.

Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram.

E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta.

Seus corações se entendem.

É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo:

"Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".

Autor Desconhecido

PROBLEMA SEU

Um rato olhando pelo buraco na parede vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo em que tipo de comida poderia ter ali. Ficou aterrorizado quando descobriu que era uma ratoeira. Foi para o pátio da fazenda advertindo a todos:

- Tem uma ratoeira na casa! Uma ratoeira na casa!

A galinha, que estava cacarejando e ciscando, levantou a cabeça e disse:

- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que é um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.

O rato foi até o porco e disse:

- Tem uma ratoeira na casa! Uma ratoeira na casa!

- Desculpe-me Sr. Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas preces.

O rato dirigiu-se então à vaca. Ela disse:

- O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!

Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu que a ratoeira pegou a cauda de uma cobra venenosa. A cobra picou a mulher. O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital.

Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.

Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco.

A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca para alimentar todo aquele povo.

Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que, quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco.

Autor desconhecido

O Círculo da Tolerância

Um famoso senhor com poder de decisão, gritou com um diretor da sua empresa, porque estava com ódio naquele momento.

O diretor, chegando em casa, gritou com sua esposa, acusando-a de que estava gastando demais, porque havia um bom e farto almoço à mesa.

Sua esposa gritou com a empregada que quebrou um prato.

A empregada chutou o cachorrinho no qual tropeçara.

O cachorrinho saiu correndo, e mordeu uma senhora que ia passando pela rua, porque estava atrapalhando sua saída pelo portão.

Essa senhora foi à farmácia para tomar vacina e fazer um curativo, e gritou com o farmacêutico, porque a vacina doeu ao ser-lhe aplicada.

O farmacêutico, chegando à casa, gritou com sua mãe, porque o jantar não estava do seu agrado.

Sua mãe, tolerante, um manancial de amor e perdão, afagou-lhe seus cabelos e beijou-o na testa, dizendo-lhe:
-"Filho querido, prometo-lhe que amanhã farei os seus doces favoritos.
Você trabalha muito, está cansado e precisa de uma boa noite de sono.
Vou trocar os lençóis da sua cama por outros bem limpinhos e cheirosos para que você descanse em paz.
Amanhã você vai sentir-se melhor."
E abençoou-o, retirando-se e deixando-o sozinho com os seus pensamentos.

Naquele momento, rompeu-se o círculo do ódio, porque esbarrou-se com a tolerância a doçura, o perdão e o amor.
Faça você o mesmo.

Autor desconhecido

Enfrente a tempestade sem perder a capacidade de sorrir

A garota fazia a pé o percurso até a escola, tanto na ida como na volta. Certo dia, de volta para casa, desabou uma forte tempestade. Como era o horário que a filha deveria estar saindo da escola a mãe dirigiu-se para o local, pois imaginava que a filha estaria apavorada com tantos raios e trovões.
Quando encontrou a menina andando no meio da tempestade, a mãe reparou, surpresa, que, a cada relâmpago a criança olhava para cima e sorria.
Finalmente, quando a filha entrou no carro, a mãe, curiosa, comentou:

- Você parecia não estar com medo da chuva, pois reparei que estava sorrindo a cada relâmpago.

- Clara mãe - respondeu a garota - O céu não para de tirar fotos minhas!!
E quero que Deus me veja sempre sorrindo.

Autor desconhecido

A Casa dos Mil Espelhos

Folclore japonês

Tempos atrás em um distante e pequeno vilarejo, havia um lugar conhecido como a casa dos 1000 espelhos. Um pequeno e feliz cãozinho soube deste lugar e decidiu visitar. Lá chegando, saltitou feliz escada acima até a entrada da casa. Olhou através da porta de entrada com suas orelhinhas bem levantadas e a cauda balançando tão rapidamente quanto podia. Para sua grande surpresa, deparou-se com outros 1000 pequenos e felizes cãezinhos, todos com suas caudas balançando tão rapidamente quanto a dele. Abriu um enorme sorriso, e foi correspondido com 1000 enormes sorrisos.

Quando saiu da casa, pensou,

- Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre, um montão de vezes.

Neste mesmo vilarejo, outro pequeno cãozinho, que não era tão feliz quanto o primeiro, decidiu visitar a casa. Escalou lentamente as escadas e olhou através da porta. Quando viu 1000 olhares hostis de cães que lhe olhavam fixamente, rosnou e mostrou os dentes e ficou horrorizado ao ver 1000 cães rosnando e mostrando os dentes para ele.

Quando saiu, ele pensou,

- Que lugar horrível, nunca mais volto aqui.

Todos os rostos no mundo são espelhos.

Autor desconhecido

O Enigma da Alma Gêmea

Um discípulo e seu guru estavam sentados à sombra de uma figueira.
O mestre perguntou ao discípulo:
- O que o perturba, meu filho?
- Ainda bem que perguntas, ó mestre. Sinto
que é chegado o momento de eu partir a procura de minha alma gêmea, aquela que haverá de ser minha parceira perfeita, a mais linda mulher do Universo.
O mestre disse:
- Assim seja, meu filho, mas lembra-te: quando tua busca terminar, volta aqui com ela.
- Sem dúvida, mestre. Decerto será assim.
Muitos anos depois, o discípulo regressou ao ashram, sozinho e desanimado.
Quando se encontraram, o mestre o acolheu calorosamente e perguntou-lhe sobre a sua busca:
- Encontraste aquela que procuravas?
- Sim, querido mestre, encontrei. Encontrei aquela com quem sonhava. Era na verdade uma perfeição de sonho era a mulher perfeita...
- Bem, filho, onde está ela?
- Ah, mestre, que tristeza! Ela estava a procura do homem perfeito!!!

Autor desconhecido

A Cobra e o Vagalume

Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um vagalume que só vivia para brilhar.
Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir.
Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada...
No terceiro dia, já sem forças o vagalume parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Não costumo abrir esse precedente para ninguém mas já que vou te comer mesmo, pode perguntar...
- Pertenço a sua cadeia alimentar?
- Não.
- Te fiz alguma coisa?
- Não.
- Então por que você quer me comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER VOCÊ BRILHAR...


Pense nisso e selecione as pessoas em quem confiar.

Autor desconhecido

O Ladrão e sua Filha

Há muitos, muitos anos, um homem foi ao campo roubar trigo e levou a filha com ele para que ela o ajudasse na tarefa.
“Filha”, disse ele, “fica aqui na estrada de guarda para que ninguém me veja.”
Mas assim que o homem começou a ceifar a filha gritou-lhe:
“Pai, estão a ver-te.”
O homem levantou a cabeça e olhou para a esquerda, mas como não viu ninguém continuou a ceifar.
“Pai, estão a ver-te”, gritou a criança uma segunda vez.
O homem levantou a cabeça e olhou para a direita, como nada viu continuou a ceifar.
Passados mais uns minutos a menina gritou uma terceira vez:
“Pai, estão a ver-te”.
O homem olhou para frente, mas não viu ninguém e continuou a ceifar.
“Pai, estão a ver-te”, gritou a filha pela quarta vez.
O homem olhou para trás e como não viu ninguém ficou irritado com a criança:
“Então filha?! Dizes que me vêem mas eu já olhei em todas as direções e não vejo ninguém.”
A filha encolheu os ombros:
“Mas pai, estão a ver-te dali”, disse ela apontando para o céu.

Conto tradicional dos judeus da Tunísia

Pontos de Vista

Uma vez uma companhia enviou um vendedor de sapatos a uma cidade na África aonde ele nunca tinha vendido.
Ele era um dos vendedores mais antigos e experientes, e esperavam grandes resultados.
Logo após sua chegada à África, o vendedor escreveu para a companhia dizendo:
- É melhor vocês me chamarem de volta. Aqui ninguém usa sapatos.
Foi chamado de volta.
A companhia decidiu então enviar outro vendedor que não possuía muita experiência, mas era dotado de grande entusiasmo.
A companhia achava que ele seria capaz de vender alguns pares de sapatos.
Pouco depois de sua chegada ele enviou um telegrama urgente para a firma dizendo:
- Por favor, enviem todos os sapatos disponíveis. Aqui ninguém usa sapatos!

Além das aparências

Antônio, um pai de família, certo dia, quando voltava do trabalho dirigindo num trânsito bastante pesado, deparou-se com um senhor que dirigia apressadamente vinha cortando todo o mundo e, quando se aproximou do carro de Antonio, deu-lhe uma tremenda fechada, já que precisava atravessar para a outra pista.
Naquela hora, a vontade de Antônio foi de xingá-lo e impedir sua passagem, mas logo pensou:
- Coitado! Se ele está tão nervoso e apressado assim...
Vai ver que está com um problema sério e precisando chegar logo ao seu destino.
Pensando assim, foi diminuindo a marcha e o deixou passar.
Chegando em casa, Antônio recebeu a notícia de que seu filho de três anos havia sofrido um grave acidente e fora levado ao hospital.
Imediatamente seguiu para lá e, quando chegou, sua esposa veio ao seu encontro e o tranqüilizou dizendo :
- Graças a Deus está tudo bem, pois o médico chegou a tempo para socorrer nosso filho.
Ele já está fora de perigo.
Antonio, aliviado, pediu que sua esposa o levasse até o médico para agradecê-lo.
Qual não foi sua surpresa quando percebeu que o médico era aquele senhor apressado para o qual ele havia dado passagem !

Procure ver as pessoas além das aparências.
Imagine que por trás de uma atitude, existe uma história, um motivo que leva a pessoa a agir de determinada forma.

APRENDENDO A DIZER NÃO

Quando Ângela tinha apenas dois ou três anos, seus pais a ensinaram a nunca dizer NÃO. Ela devia concordar com tudo o que eles falassem, pois, do contrário, era uma palmada e cama.

Assim, Ângela tornou-se uma criança dócil, obediente, que nunca se zangava. Repartia suas coisas com os outros, era responsável, não brigava, obedecia a todas as regras, e para ela os pais estavam sempre certos.

A maioria dos professores valorizava muito essas qualidades, porém os mais sensíveis se perguntavam como Ângela se sentia por dentro.

Ângela cresceu cercada de amigos que gostavam dela por causa de sua meiguice e de sua extrema prestatividade: mesmo que tivesse algum problema, ela nunca se recusava a ajudar os outros.

Aos trinta e três anos, Ângela estava casada com um advogado e vivia com sua família numa casa confortável. Tinha dois lindos filhos e, quando alguém lhe perguntava como se sentia, ela sempre respondia: "Está tudo bem."

Mas, numa noite de inverno, perto do Natal, Ângela não conseguiu pegar no sono, a cabeça tomada por terríveis pensamentos. De repente, sem saber o motivo, ela se surpreendeu desejando com tal intensidade que sua vida acabasse que chegou a pedir a Deus que a levasse.

Então ela ouviu vinda do fundo do seu coração, uma voz serena que, baixinho, disse apenas uma palavra: NÃO.

Naquele momento, Ângela soube exatamente o que devia fazer. E eis o que ela passou a dizer àqueles a quem mais amava:

Não, não quero.

Não, não concordo.

Não, faça você.

Não, isso não serve pra mim.

Não, eu quero outra coisa.

Não, isso doeu muito.

Não, estou cansada.

Não, estou ocupada.

Não, prefiro outra coisa.

Sua família sofreu um impacto, seus amigos reagiram com surpresa. Ângela era outra pessoa, notava-se isso nos seus olhos, na sua postura, na forma serena mas afirmativa com que passou a expressar o seu desejo.

Levou tempo para que Ângela incorporasse o direito de dizer NÃO à sua vida. Mas a mudança que se operou nela contagiou sua família e seus amigos. O marido, a princípio chocado, foi descobrindo na sua mulher uma pessoa interessante, original, e não uma mera extensão dele mesmo. Os filhos passaram a aprender com a mãe o direito do próprio desejo. E os amigos que de fato amavam Ângela, embora muitas vezes desconcertados, se alegraram com a transformação.

À medida que Ângela foi se tornando mais capaz de dizer NÃO, as mudanças se ampliaram. Agora ela tem muito mais consciência de si mesma, dos seus sentimentos, talentos, necessidades e objetivos. Trabalha, administra seu próprio dinheiro, e nas eleições escolhe seus candidatos.

Muitas vezes ela fala com seus filhos: "Cada pessoa é diferente das outras e é bom a gente descobrir como cada um é. O importante é dizer o que você quer e ouvir o desejo do outro, dizer a sua opinião e ouvir o que o outro acha. Só assim podemos aprender e crescer. Só assim podemos ser felizes."


Do livro: Histórias para aquecer o coração 2