domingo, 5 de junho de 2011


MOMENTO DE REFLEXÃO

MÃES E FILHOS

Pela internet recebi outro dia uma carta assim:

"Sempre soube que ela era importante para mim.
Só não sabia o quanto ela era realmente
valiosa e especial.

Sempre imaginei que se um dia ela me faltasse,
eu sentiria a sua falta.
Mas nunca calculei o que sua falta
verdadeiramente representaria para mim.

Sempre me disseram que amor de mãe é algo diferente,
sublime, quase divino.
Sempre me disseram tantas coisas a respeito desse
relacionamento: mães e filhos.
Tanto disseram, mas foi pouco o que eu ouvi
e entendi sobre isso.

Banalizei.

Não acreditei.

Até o dia em que ela se foi.

Era uma tarde de final de primavera.
O vento brando soprava e em minha casa
não havia a mais leve suspeita da dor que se avizinhava.

De repente, a notícia.
Mas não poderia ser verdade.
Não, Deus não permitira que as mães morressem.

Não assim. Não a minha. Engano meu. Era verdade.

A verdade mais cruel e mais dura que meu coração
precisou encarar, enfrentar, suportar.
Ela partiu sem me dizer adeus, sem me dar mais um abraço,
mais um beijo, sem me pregar no colo pela
última vez, sem me dizer como fazer para
prosseguir só, dali pra frente...
Simplesmente partiu.

E uma ferida no meu peito se abriu.
Ferida que não cicatriza, que não sara, que não passa.
É a falta que ela me faz.
É minha tristeza por querer seu aconchego mais uma vez,
seu consolo, sua orientação segura.

Querer seu cafuné antes do meu adormecer,
sua voz antes do meu despertar.
Sua presença silenciosa em meus momentos
de angústia, sua mão amiga
a me amparar e confortar.

Querer outra vez ouvir seu sussurro baixinho me dizendo
que tudo vai dar certo e que tudo
vai acabar bem.

É uma saudade que aperta meu coração e me faz
derramar lágrimas às escondidas.
É uma dor de arrependimento por todas as
malcriações que fiz, pelas palavras atravessadas
e rudes que lhe disse.

Arrependimento porque agora sei que mãe é mesmo
alguém muito especial e porque me dou conta
de que os filhos só percebem isso muito tarde.
Tarde demais, como eu.

A morte é um afastamento temporário entre os
seres que habitam planos diversos da vida.
Embora saibamos disso é compreensível a dor que
atinge aqueles que se vêem afastados dos
seus amores pela ocorrência da morte.

Muitas vezes essa angústia decorre do arrependimento
pelas condutas equivocadas que os feriram,
ou que vão demonstrar o verdadeiro afeto
que sentíamos por aqueles que partiram.

Às vezes são as mães que partem,
outras são os filhos, ou os pais, os amigos...
E tantas coisas deixam de ser ditas,
de ser feitas, de ser vividas...

Pense nisso!

A vida é marcada por acontecimentos inesperados
que a transformam, muitas vezes,
de modo irreversível.
Cuide de seus amores porque, embora eles sejam
para sempre, poderão não estar
sempre ao seu lado.

(Texto recebido sem menção de autoria)

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