sexta-feira, 17 de junho de 2011


KARDEC x EMMANUEL EM 12 PASSOS




1.º Kardec diz que Marte seria ainda inferior ao nosso mundo, sem afirmá-lo em definitivo. Emmanuel afiança sem dúvidas que as coletividades daquele planeta, bem como as de Saturno, já haviam atingido melhor estado que as nossas, apesar de não haver coletividades nem em Marte nem em Saturno. (Cf. O Livro dos Espíritos, nota ao n. 188. Livro “Emmanuel”, Tarefa dos guias espirituais.)

2.º Kardec esclarece que os espíritos exilados eram de uma esfera desconhecida, mais adiantada e menos material que a nossa, onde o trabalho do espírito já substituía o do corpo. Emmanuel diz que eram de um dos orbes do magnífico sol Capela, que, por sinal, não é uma estrela, mas um sistema de sóis, sem a presença, aliás, de qualquer planeta; ainda assim, Emmanuel informa que o planeta-natal dos exilados adâmicos “guarda muitas afinidades com o globo terrestre”. (Cf. A Gênese, XI, 36, ou 38, conforme a edição; XII, 22, ou 23, conforme a edição. A Caminho da Luz, cap. III.)

3.º Os espíritos informam Kardec de que os exilados vieram para a Terra, simbolizados em Adão, apenas há seis mil anos. Emmanuel sentencia que o fato se verificou “há muitos milênios”. (Cf. O Livro dos Espíritos, 51. A Caminho da Luz, cap. III.)

4.º Kardec ensina que espíritos verdadeiramente sábios nada predizem para épocas determinadas, e que a Terra passará a mundo regenerado sem que nada mude na ordem natural das coisas; nessa transformação, exteriormente, tudo se passará “como de hábito”, tão só mediante a gradual exclusão dos menos aptos para outras esferas. Emmanuel assegura apocalíptico, que os espíritos exilados para a Terra o foram num momento em que as lutas finais estavam por lá delineadas, da mesma forma que, segundo ele, estava acontecendo conosco relativamente às transições esperadas no século XX, o qual chamou “crepúsculo de civilização”, porque se daria naquele século, não noutro, o “desfecho” dos “acontecimentos espantosos” para a “divisão das ovelhas do imenso rebanho”. (Cf. A Gênese, XVI, 16; XVIII, 26. A Caminho da Luz, caps. 3 e 25.)

5.º Kardec recebe dos espíritos a resposta de que, sem prejuízo para a saúde, tudo é permitido, de que a carne, na nossa organização, nutre a carne. Emmanuel diz que “a ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes conseqüências”. (Cf. O Livro dos Espíritos, 722 e 723. O Consolador, 129.)

6.º Kardec leciona que devemos rejeitar a ideia de que dois espíritos, “criados um para o outro”, devem fatalmente reunir-se na eternidade. Emmanuel defende exatamente que, “criadas umas para as outras”, as almas gêmeas buscam, sim, a união perene na eternidade. (Cf. O Livro dos Espíritos, 303-a. O Consolador, 323.)

7.º Kardec explica que os espíritos puros não são seres à parte na criação, mas espíritos que chegaram à meta, depois de terem percorrido a estrada do progresso, e que, por essa forma, não há criações múltiplas, nem diferentes categorias entre os seres inteligentes. Emmanuel afiança que Jesus é uma exceção, sua evolução se verificou “em linha reta” (expressão rustenista para os que nunca encarnaram) e, por isso, condicioná-lo aos “meios humanos” é “paralelismo injustificável”. (Cf. A Gênese, I, 30; XV, 2. O Consolador, 243.)

8.º Kardec, ainda em 1866, registra que a mulher está emancipada moralmente, e que decerto chegará à emancipação legal pela força mesma das coisas, até porque, segundo ele, os sexos só existem no organismo; são necessários à reprodução dos seres materiais, mas os espíritos, sendo criação de Deus, não se reproduzem uns pelos outros, razão pela qual os sexos seriam inúteis no mundo espiritual. Emmanuel, além de pregar almas gêmeas, afirma machista, que “o feminismo legítimo deve ser o da reeducação da mulher para o lar, nunca para uma ação contraproducente fora dele”. (Cf. Revista Espírita. Jan/1866. As Mulheres têm alma? O Consolador, 67.)

9.º Kardec diz que a astrologia resulta numa crença vulgar, supersticiosa, ilusória e que a influência dos astros só pode existir na imaginação. Emmanuel assevera que “as antigas assertivas astrológicas têm a sua razão de ser” e ratifica a existência das “influências astrais”, assegurando que concorrem até para o nosso nascimento e que, se não forem favoráveis essas influências, compete-nos lutar contra elas. (Cf. A Gênese, V, 15. O Consolador, 140.)

10.º Kardec ensina que não chamar nenhum espírito em particular é abrir a porta a todos os que querem entrar. Emmanuel declara não aconselhar a evocação direta e pessoal “em caso algum”. (Cf. O Livro dos Médiuns, 269. O Consolador, 369.)

11.º Kardec esclarece que não basta, nas reuniões espíritas, a presença material dos integrantes; que, para uma congregação em nome de Jesus, é necessário estarem reunidos espiritualmente, pela comunhão de intenções e de pensamentos, voltados ao bem. Para ele, o Espiritismo é o Cristianismo apropriado ao desenvolvimento da inteligência e isento dos abusos; para São Luís, é o Cristianismo da Idade Moderna. Emmanuel, mesmo ressaltando a “excelência” da codificação kardequiana, oferece como modelo para reuniões espíritas o que chamou “assembléias humildes e sinceras do cristianismo primitivo”, cujos mitos de fundação, aliás, ele mesmo se encarrega de estabelecer em romances históricos, pelos quais alguns espíritas, sem serem historiadores, se prestam hoje à temeridade de julgar a própria História. (Cf. O Evangelho Segundo o Espiritismo. XXVIII, 4 e 5. Revista Espírita. Jun/1865. Nova tática dos adversários do Espiritismo. Nov/1863. Dissertações Espíritas. A nova torre de Babel. O Consolador, 373. A Gênese, XIII, 13.)

12.º Kardec leciona que toda teoria vinda dos espíritos mas em contradição manifesta com o bom-senso, com uma lógica rigorosa, com os dados positivos que possuímos, por mais respeitável que seja o nome que a assine, deve ser rejeitada, em harmonia com as instruções de Erasto e Santo Agostinho, que recomendam repelirmos o que nossa razão não aceite. Emmanuel, prefaciando André Luiz, lança um preventivo maquiavélico contra a possível rejeição do leitor aos conteúdos da obra: “Se a leitura te assombra, se as afirmativas do Mensageiro te parecem revolucionárias, recorre à oração e agradece ao Senhor o aprendizado, pedindo-lhe te esclareça e ilumine”. (Cf. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Introdução, II. O Livro dos Médiuns, 230. Revista Espírita. Jul/1863. Sobre as Comunicações dos Espíritos. Grupo Espírita de Sétif, Argélia. O Livro dos Espíritos. Conclusão, IX. Missionários da Luz.)

Sergio Aleixo





Diante das possíveis contradiçoes utilizarei as ultimas observações dadas por ambos:

UTILIZARMOS O BOM SENSO E A LÓGICA DIANTE DOS DADOS POSITIVOS QUE POSSUÍMOS E “SE A LEITURA TE ASSOMBRA, SE AS AFIRMATIVAS DO MENSAGEIRO TE PARECEM REVOLUCIONÁRIAS, RECORRE À ORAÇÃO E AGRADECE AO SENHOR O APRENDIZADO, PEDINDO-LHE TE ESCLAREÇA E ILUMINE.”







Um comentário:

  1. o próprio emmanuel disse que entre ele e Kardec ficássemos com Kardec, não tem nem comparação. Eu fico com Kardec em 1000%

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