
O bem que falta.

Trata-se de uma velha fissura da Humanidade, consistente na hipocrisia. A criatura tende a desculpar em seu comportamento o que critica no agir do semelhante. Contudo, no estudo do aperfeiçoamento da conduta, o homem deve começar por vigiar a si próprio.

É como se acreditassem ser destinados a atravessar a existência em uma carruagem de luxo, sobre lixo dourado. Enquanto isso, muitos padecem de fome e de frio. Outros criticam as autoridades, afirmando que são os verdugos do povo. Mas, no recesso do próprio lar, esses críticos tiranizam os seus modestos auxiliares.

Mas eles mesmos, perante pais, amigos e irmãos, manejam o punhal invisível da ingratidão. Muitos lideram primorosas campanhas de socorro à infância desprotegida. Ainda assim, enxotam, sem piedade, o primeiro menino infortunado que lhes roga auxílio.

Vários dominam os intrincados ensinos da filosofia e são capazes de falar com brilho sobre ética e virtude. Entretanto, encastelam-se no conforto individual, afirmando que a caridade é fábrica de preguiça. Outros ensinam com sabedoria sobre bondade e simpatia.

Quem consegue identificar o equívoco alheio também consegue perceber a própria realidade, desde que deseje. Ninguém se torna sublime em um instante, mas é preciso tentar com sinceridade.

Para que você se pacifique, o bem que lhe falta não reside na conduta dos semelhantes.

Com base no cap. L, do livro Justiça Divina,
Pelo Espírito Emmanuel, psicografia de
Francisco Cândido Xavier.
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