terça-feira, 5 de julho de 2011

















Mágoa desnecessária



As relações humanas serão sempre
pautadas pela dificuldade que
trazemos na alma. E não poderia ser diferente.

Como somos seres em evolução,
muito ainda há que se construir
nas conquistas emocionais para que
o equilíbrio, a justiça e a retidão
sejam as ferramentas no relacionamento
humano.

Não é raro indivíduos que,
desgastados pelos embates humanos,
cansados das dificuldades de
relacionamento, alegam preferir
viver isolados do mundo, s
em a necessidade de suportar
a uns e aguentar a outros.

O raciocínio se torna quase que
natural, frente a tantos esforços
que temos que empreender,
tanta paciência a exercitar,
no trato com o semelhante.

E não são poucos aqueles que
se isolam do mundo.
Seja buscando uma vida de eremita,
fechando-se em seu lar ou isolando-se
em essa ou aquela instituição.
Esses buscam a paz que não
encontravam nas relações
sociais e familiares.

Muito embora assim o façam imbuídos,
por vezes, das mais nobres intenções,
esquecem-se de que, ao isolar-se,
ao fugir da sociedade, perdem a
grande chance do aprendizado
da convivência.

Somente nos atritos que vivemos
é que vamos encontrar a chance
do amadurecimento das experiências,
de crescer, de superar aos poucos os
próprios limites de interação social.

Somos todos indivíduos criados
para viver em conjunto e a vida
solitária somente nos causaria
graves sequelas à vida
emocional e psicológica.

É na experiência de viver com
os outros que a alma tem a possibilidade
de conhecer diversas formas
de aflições e exemplos inesquecíveis.

É natural que nossas relações não
sejam sempre pautadas pela harmonia.
São nossos valores íntimos
que determinam os entrechoques
que, não raro, vivenciamos,
ou os envolvimentos afetivos
de qualidade, que usufruímos.

Como ainda não nos acostumamos
a viver em estabilidade íntima
por longos períodos de tempo,
vez ou outra surgem dificuldades,
problemas, indisposições variadas
em nossos relacionamentos.

Pensando assim, pode-se concluir
o quanto é desnecessário e
improdutivo viver-se carregando
no íntimo mágoas e malquerenças.

Ninguém há no planeta que não
se aborreça quando recebe do outro
o que não gostaria de receber. No entanto,
não podemos esquecer que ninguém
também pode afirmar que, com seu
modo de falar, de ser e de agir,
não cause aborrecimentos e mágoas
a outras pessoas, ainda que involuntariamente.

Desta forma, cabe a cada um de nós
procurar resolver mal-entendidos,
chateações e mágoas com os recursos
disponíveis do diálogo, do entendimento,
da desculpa e do perdão. Afinal, se outros
nos magoam, de nossa parte também acabamos magoando a um e outro, algumas vezes.

Assim pensando, podemos concluir
ser uma grande perda de tempo e um sofrimento dispensável o armazenamento
de sentimentos como a mágoa
ou a raiva no coração.

Há tanto a se realizar de bom e de útil
a cada dia, e o tempo está tão apressado,
que perde totalmente o sentido
alimentarmos mágoa na alma,
qualquer que seja a intensidade.



Redação do Momento Espírita

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