ESTUDO SISTEMATIZADO DA DOUTRINA ESPÍRITA
PROGRAMA I
ROTEIRO 4
A CODIFICAÇÃO ESPÍRITA
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
O CARÁTER DA REVELACÃO ESPÍRITA
Descrever e analisar os caracteres da revelação espirita.
Ressaltar a significação e o alcance da revelação espirita.
IDÉIAS PRINCIPAIS
"A característica essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade. (...)" (2)
"Por sua natureza, a revelação espirita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação cientifica. (...)
Numa palavra, o que caracteriza a revelação espirita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem". (2)
"O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este partiu das de Moisés, e conseqüência direta da sua doutrina. (...) "Acrescenta a revelação da existência do mundo invisível que nos rodeia e povoa o espaço. (...)" "Define os laços que unem a alma ao corpo. (...)" "Pelo Espiritismo, o homem sabe donde vem, para onde vai , porque está na Terra, por que sofre temporariamente e vê por toda par te a justiça de Deus. (...)" (2)
FONTES DE CONSULTA
01. KARDEC, Allan. Caráter da .revelação espírita In. A Gênese. Trad. de Guillon Ribeiro. 24 ed. Rio de Janeiro, FEB, 1982, p. 13-52’l
02. Op. cit. - itens 03, 13, 30 , p 14, 19-20, 28-29.
03. Op. cit. - itens 02, 03, 30` 45,46, 50, 52, 54, 55, 13; p. 14,28-29,35-40,42-45,20
COMPLEMENTARES
04. DENIS, Léon. A Nova Relevação. A Doutrina dos Espíritos. In: Cristianismo e Espiritismo, Trad. de Leopoldo Cirne. 7ª ed., 1978, FEB, p. 210-213,228.
"Definamos primeiro o sentido da palavra revelação. Revelar, do latim revelação, cuja raiz, velum véu, significa literalmente descobrir de sob o véu e, figuradamente, descobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida. (...)". (3)
"A característica essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade. Revelar um segredo e tornar conhecido um fato; se é falso, já não é um fato e, por conseqüência, não existe revelação. (...)" (3) O caráter essencial da revelação divina é pois o da eterna verdade. Toda revelação eivada de erros ou sujeita a modificação não pode emanar de Deus.
"O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo , como este partiu das de Moisés, e conseqüência direta da sua doutrina. A idéia vaga da vida futura, acrescenta a revelação da existência do mundo invisível que nos rodeia e povoa o espaço, e com isso precisa a crença, dá-lhe um corpo, uma consistência, uma realidade a idéia. Define os laços que unem a alma ao corpo e levanta o véu que ocultava aos homens os mistérios do nascimento e da morte. (...)" (3)
"A primeira revelação teve a sua personificação em Moisés, a segundo no Cristo, a terceira não a tem em indivíduo algum. As duas primeiras foram individuais, a terceira coletiva; aí está um caráter essencial de grande importância. Ela é coletiva no sentido de não ser feita ou dada como privilegio a pessoa alguma; ninguém, por conseqüência, pode inculcar-se como seu profeta exclusivo ; foi espalhada simultaneamente , por sobre a Terra, a milhões de pessoas, de todas as idades e condições, desde a mais baixa ate a mais alta da escala, conforme esta predição registrada pelo autor dos Atos dos Apóstolos: " Nos últimos tempos, disse o Senhor, derramarei o meu espírito sobre toda a carne; os vossos filhos e filhas profetizarão, os mancebos terão visões e os velhos sonhos (Atos, cap. II, v 17, 18). Ela não proveio de nenhum culto especial, a fim de servir um dia a todos, de ponto de ligação." (3)
"As duas primeiras revelações sendo fruto do ensino pessoal, ficaram forçosamente localizadas, isto é, apareceram num só ponto, em torno do qual} a idéia se propagou pouco a pouco; mas, foram precisos mui tos séculos para que atingissem as extremidades do mundo, sem mesmo o invadissem inteiramente. A terceira tem isto de particular: não estando personificada em um só indivíduo, surgiu simultaneamente em milhares de pontos diferentes, que se tornaram centros ou focos de irradiação.(...)’ (3)
"A terceira revelação, vinda numa época de emancipação e madureza intelectual, em que a inteligência, já desenvolvida, não se resigna a representar papel passivo; em que o homem nada aceita as cegas, mas quer ver aonde o conduzem, quer saber o porquê e o como de cada coisa - tinha ela que ser ao mesmo tempo o produto de um ensino e o fruto do trabalho, da pesquisa e do livre exame. Os Espíritos não ensinaram senão justamente o que é mister para guia-lo no caminho da verdade, mas abstêm-se de revelar o que o homem pode descobrir por si mesmo, deixando-lhe o cuidado de discutir, verificar e submeter tudo ao cadinho da razão, deixando mesmo, muitas vezes, que adquira experiência a sua custa. Fornecem-lhe o principio, os materiais; cabe-lhe a ele aproveitá-los e pô-los em obra". (3)
"Alem disso, convém notar que em parte alguma o ensino espírita foi dado integralmente; ele diz respeito a tão grande numero de observações, a assuntos tão diferentes, exigindo conhecimentos e aptidões mediúnicas especiais, que impossível era acharem-se reunidos num mesmo ponto todas as condições necessárias. Tendo o ensino que ser coletivo e não individual, os Espíritos dividiram o trabalho, disseminando os assuntos de estudo e observação como, em algumas fabricas, a confecção de cada parte de um mesmo objeto é repartida por diversos operários.
A revelação fez-se assim parcialmente em diversos lugares e por uma multidão de intermediários e é dessa maneira que prossegue ainda, pois que nem tudo foi revelado Cada centro encontra nos outros centros o complemento do que obtém, e foi o conjunto, a coordenação de todos os ensinos parciais que constituíram a doutrina espirita.(...)" (3)
"Nenhuma ciência existe que haja saído prontinha do cérebro de um homem. Todas, sem exceção de nenhuma, são fruto de observações sucessivas, apoiadas em observações precedentes, como em um ponto conhecido, para chegar ao desconhecido. Foi assim que os Espíritos procederam, com relação ao Espiritismo. Dai o gradativo ensino que ministram.(...)" (3)
"Um ultimo caráter da revelação espírita a ressaltar das condições mesmas em que ela se produz, e que, apoiando-se em fatos, tem que ser. e não pode deixar de ser. essencialmente progressiva, como to das as ciências de observação. (...)"
"Entendendo com todos os ramos da economia social, aos quais dá o apoio das suas próprias descobertas, assimilará sempre todas as doutrinas progressivas, de qualquer ordem que sejam, desde que hajam assumido o estado de verdade prática,: e abandonado o domínio da utopia. (...) "Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado. (...)" (3)
"Por sua natureza a revelação cristã tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação cientifica. (...)"
"Numa palavra, o que caracteriza a revelação espirita e o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem". (3)
A revelação cristã havia sucedido à revelação mosaica; a revelação dos Espíritos vem completá-la. O Cristo a anunciou, e pode acrescentar-se que ele próprio preside a esse novo surto do pensamento. (...)’
"A nova revelação manifesta-se fora e acima das igrejas. Seu ensino dirige-se a todas as raças da Terra. Por toda parte os Espíritos proclamam os princípios em que ela se apóia. Por sobre todas as regiões do globo perpassa a grande voz que convida o homem a meditar em Deus e na vida futura. Acima das estéreis agitações e das discussões fúteis dos partidos, acima das lutas de interesse e do conflito das paixões, a voz profunda desce do espaço e vem oferecer a todos, com o ensinamento da palavra, a divina esperança e a paz do coração.
É a revelação dos tempos preditos. Todos os ensinos do passado, parciais, restritos, limitados na ação que exerciam, são por ela ultrapassados, envolvidos. Ela utiliza os materiais acumulados; reúne-os, solidifica-os para formar um vasto edifício em que o pensamento, a vontade, possa expandir-se. (...)’’
"As Inteligências superiores, em suas relações mediúnicas com os homens, vem completar essas indicações. Confirmam os ensinos ministrados pelos Espíritos menos adiantados; elevando-se à maior altura, expõem o seu modo de ver, as suas opiniões sobre todos os grandes problemas da vida e da morte, a evolução geral dos seres, as leis superiores do Universo. Todas essas revelações concordam e se unem para constituir uma filosofia admirável. (...)2
"Por isso, o moderno espiritualismo não dogmatiza nem se imobiliza. Não alimenta pretensão alguma a infalibilidade. Posto que superior aos que o precederam, o ensino espirita é progressivo como os próprios Espíritos. Ele se desenvolve e completa a medida que, com a experiência, se efetua o progresso nas duas humanidades, a da Terra e a do espaço humanidades que se penetram mutuamente e das quais cada um de vos deve, alternativamente, fazer parte (...)’’
"O ensino dos Espíritos, por toda parte, nos mostra a unidade da lei e substância. Em virtude dessa unidade, reinam na obra eterna a ordem e a harmonia. (...)" (4)
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