quinta-feira, 20 de agosto de 2009


Parentesco corporal e espiritual
A origem da família pode ser percebida na história da humanidade através da Bíblia, no Livro de Gênesis, o 1º livro de Moisés.O grupo familiar nos seus primórdios era uma reunião de indivíduos que buscavam se defender dos demais. Reunidos, criavam as condições básicas de sua sobrevivência. A constituição e defesa da prole, sua alimentação e seu desenvolvimento até que esta, por sua vez, se transformasse em adultos e com sua força de trabalho voltasse a sustentar o grupo original, agora ampliado por novos acasalamentos. Este era o círculo virtuoso da família tribal.Séculos se passaram e é possível reconhecer essas idéias estruturais na família moderna. Ainda hoje, as pessoas unem-se aos parceiros deixando seus lares de origem. Constituem novos lares e trazem os filhos ao mundo. Trabalham para eles, os alimentando e defendendo de um mundo hostil até que, por sua vez, em plenas condições de adultos, eles cumpram a sua parte na evolução social.Se tudo tem sido tão ensaiado, geração após geração, por que a felicidade não se encontra disponível? É sabido que a família é um lugar de reencontros. De acordo com a Doutrina Espírita, a evolução se faz individualmente, porém, não dispensa o concurso do grupo.Os membros de uma mesma família estão ligados por laços duradouros, embora haja as trocas de papéis, necessárias ao aprendizado. Assim, o pai de ontem poderá ser o filho ou o neto de hoje; a filha de hoje pode ter sido a esposa de ontem com todas as variáveis possíveis.A família, porém, muitas vezes torna-se palco de desencontros. Alguns lares se formam já fadados ao fracasso do relacionamento, devido ao descaso dos parceiros na formação de laços de afeto baseados no respeito, no interesse, na tolerância. Quando surgem os momentos de avaliação, exigindo maturidade e renúncia do par, a separação acontece sem levar-se em consideração as suas conseqüências. Nos lares formados por pessoas que se autodenominam céticas, e que estão voltadas aos valores exclusivamente materiais, não há o sentimento demonstrando que existe um poder superior ao qual se deve respeitar. O lema deste tipo de lar assemelha-se ao “salve-se quem puder”, gerando um ambiente difícil aos seus habitantes. São lares onde, muitas vezes, os filhos são considerados “acidentes” da vida sexual, tornando-se problemas a serem enfrentados, ou pior, ignorados. Estes filhos normalmente são abandonados à própria sorte, ainda que não lhes falte todos os recursos materiais, boas escolas, viagens. Mas os pais não se aproximam afetivamente e não permitem a aproximação dos filhos criando um caos emocional no lar. Nem o Mestre Jesus prescindiu a família. Todo o Universo está disposto em famílias desde as rochas até as estrelas. Por que os seres humanos a dispensariam? Num mundo de transição qual o que se vive hoje, é a família o porto seguro para onde voltar, após as lutas do dia.É preciso cuidar para que o ambiente espiritual dentro do lar, mantenha-se repleto das melhores vibrações de compreensão e paz, onde os seus habitantes serão os primeiros favorecidos. Assim as forças serão refeitas, a educação dos filhos terá maiores chances de se fixar, e os laços de afeto poderão se fortalecer, quando não possam ser solucionados em amor.As diferenças de personalidade, associadas a história espiritual, faz com que a convivência se torne um desafio constante. Mas afinal, o reencontro não é por acaso! Há dias de maiores desafios em qualquer lar bem intencionado, e outros de tranqüilidade felizmente.É importante usar os recursos tão simples e disponíveis que a Doutrina dos Espíritos recomenda: o culto do Evangelho no Lar, semanal; a tarefa em prol do próximo; a freqüência à Casa Espírita e o estudo das Obras Básicas.É tempo de reconhecer que o lar é correspondente à família. Transforme as casas em lares e os lares em escolas vivas, onde os corações poderão enfim exercitar o amor de uns para com os outros.

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