segunda-feira, 28 de junho de 2010

OS DOIS LOBOS


Raivoso, soluçando, rosto triste, olhos vermelhos o netinho foi se abrigar no colo do avô.
Ele sofrera uma enorme injustiça. O avô, com a sabedoria dos anos, contou ao neto um pouco de sua vida.
__Eu mesmo, algumas vezes, senti ódio daqueles que me fizeram mal. E não deram sinais de arrependimento.
Mas o ódio corrói a você, e não afeta seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra esse sentimento.
As lágrimas já haviam secado nos olhos do neto e o avô continuou:
__É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não magoa ninguém. Vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando percebe que não houve intenção de ofender. Ele só luta quando é justo, na defesa dos direitos e na medida certa.
Mas o outro lobo é cheio de raiva.
Mesmo as pequenas coisas o fazem partir para o ataque. Ele briga com todos o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não consegue refletir porque sua raiva é muito intensa.
E o avô concluiu:
__Às vezes, é difícil, conviver com esses dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu Espírito.
O garoto olhou fixamente os olhos serenos do avô e perguntou um tanto curioso:
__ Qual deles vencem vovô?
__ E o avô respondeu:
__ Aquele que eu alimento mais freqüentemente dentro de mim!

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