sexta-feira, 30 de agosto de 2013


Transmissão do pensamento
MEU FANTÁSTICO

  1. MEU FANTÁSTICO: Reflexões de Émile Deschamps sobre o crer ou não crer nas ocorrências chamadas de milagres, profecias, visões, fantasmas, prognósticos, pressentimentos, coincidências sobrenaturais, etc.
  2. Fenômenos de transmissão do pensamento descritos por Émile Deschamps, ocorridos entre ele e a senhorita Sara.
  3. Comentários de Kardec ao artigo do Sr. Deschamps sobre as possibilidades de transmissão do pensamento entre vivos.
  4. Comunicação de Mesmer: O mundo estaria mudado singularmente e a vida privada não estaria protegida atrás da personalidade de cada um, se todos os homens pudessem ler no espírito uns dos outros.
Obs. de Allan Kardec sobre o abuso e o perigo que existiria se a faculdade de penetração do pensamento fosse geral no homem do mundo atual.


1. — Sob este último título, lê-se na Presse littéraire de 15 de março de 1854 o artigo seguinte, assinado por Émile Deschamps:

“Se o homem só acreditasse no que compreende, não acreditaria em Deus, nem em si mesmo, nem nos astros que rolam sobre sua cabeça, nem na erva que cresce sob seus pés.
“Milagres, profecias, visões, fantasmas, prognósticos, pressentimentos, coincidências sobrenaturais, etc., que se deve pensar de tudo isto? Os espíritos fortes saem dessa enrascada com duas palavras: mentira ou acaso. Nada mais cômodo. As almas supersticiosas saem-se bem, ou não se saem. Prefiro muito mais essas almas àqueles espíritos. Com efeito, é preciso ter imaginação para que se possa tê-la doente, ao passo que basta ser eleitor e assinante de dois ou três jornais industriais para saber muito sobre isto e crer tão pouco quanto Voltaire. E, depois, prefiro a loucura à tolice, a superstição à incredulidade; mas, o que prefiro acima de tudo é a verdade, a luz, a razão; busco-as com uma fé viva e um coração sincero; examino todas as coisas e tomo o partido de não ter preconceito por coisa alguma.
“Vejamos. Quê! o mundo material e visível está cheio de mistérios impenetráveis, de fenômenos inexplicáveis, e não se haveria de querer que o mundo intelectual, que a vida da alma, que já é um milagre, também tivessem seus fenômenos e seus mistérios! Por que tal pensamento bom, tal fervorosa prece, tal outro desejo não teriam o poder de produzir ou suscitar certos acontecimentos, bênçãos ou catástrofes? Por que não existiriam causas morais, como existem causas físicas, das quais não nos damos conta? E por que os germes de todas as coisas não seriam depositados e fecundados na terra do coração e da alma, para despontarem mais tarde sob a forma palpável dos fatos? Ora, quando Deus, em raras circunstâncias, e para alguns de seus filhos, julga por bem levantar a ponta do véu eterno e espalhar sobre suas frontes um raio fugidio do archote da presciência, devemos abster-nos de gritar que é absurdo e, assim, de blasfemar contra a luz e a própria verdade.
“Eis uma reflexão que tenho feito muitas vezes: Foi dado às aves e a certos animais prever e anunciar a tempestade, as inundações, os terremotos. Diariamente os barômetros nos dizem o tempo que fará amanhã; e o homem não poderia, por meio de um sonho, de uma visão, de um sinal qualquer da Providência, ser advertido algumas vezes de algum acontecimento futuro, que interesse à sua alma, à sua vida, à sua eternidade? Então o Espírito também não tem a sua atmosfera, cujas variações possa pressentir? Enfim, seja qual for a miséria do maravilhoso neste século muito positivo, haveria ainda charme e utilidade em suprimi-lo, se todos aqueles que lhe refletem fracos clarões levassem a um foco comum todos esses raios divergentes; se cada um, depois de ter conscienciosamente interrogado suas recordações, redigisse de boa-fé e depositasse nos arquivos uma ata circunstanciada do que experimentou, do que lhe adveio de sobrenatural e de miraculoso. Talvez um dia se encontre alguém que, analisando os sintomas e os acontecimentos, consiga recompor, em parte, uma ciência perdida. Em todo o caso, comporia um livro que valeria muitos outros.
“Quanto a mim, aparentemente sou o que se chama uma pessoa impressionável, porque tive de tudo isto em minha vida, aliás tão obscura. Sou o primeiro a apresentar o meu tributo, convicto de que esta visão interior tem sempre uma espécie de interesse. Todo o maravilhoso que vos dou, leitores, por menor que seja, passou-se em minha vida real. Desde que sei ler, registro no papel tudo quanto me acontece de sobrenatural. São memórias de um gênero singular.


2. — “No mês de fevereiro de 1846 eu viajava pela França. Chegando a uma rica e grande cidade, fui dar um passeio em frente às belas lojas de que está repleta. Começou a chover; abriguei-me numa elegante galeria; de repente fiquei imóvel; meus olhos não conseguiam desviar-se da figura de uma jovem, sozinha atrás de uma vitrina de joias. Conquanto muito bela, não foi sua beleza que me fascinou. Não sei que interesse misterioso, que laço inexplicável dominava e prendia todo o meu ser. Era uma simpatia súbita e profunda, sem qualquer conotação sensual, mas de uma força irresistível, como o desconhecido em todas as coisas. Fui empurrado como uma máquina para a loja, por um poder sobrenatural. Comprei alguns pequenos objetos e paguei, dizendo: Obrigado, senhorita Sara. A jovem olhou-me com um ar algo surpreso. — É de causar admiração, continuei, que um estranho saiba o vosso nome, um dos vossos nomes; mas se quiserdes pensar atentamente em todos os vossos nomes, eu os direi sem vacilar. Faríeis isto? — Sim, senhor, respondeu ela, meio risonha, meio trêmula. — Pois bem! continuei, olhando-a fixamente no rosto, chamai-vos Sara, Adèle, Benjamine N... — Está certo, replicou ela; e depois de alguns segundos de estupor começou a rir livremente, e eu vi que ela pensava que eu tivesse obtido tais informações na vizinhança, o que me divertiu. Mas eu, convicto de que não sabia uma palavra de tudo isso, fiquei perplexo com esta adivinhação instantânea.
“No dia seguinte, e em muitos outros, acorri à bela loja; minha adivinhação se renovava a cada momento. Eu lhe pedia que pensasse em algo, sem mo dizer, e quase imediatamente eu lia em sua face o pensamento não explicado. Pedia-lhe que escrevesse, sem que eu visse, algumas palavras com o lápis; depois de olhá-la um minuto, eu escrevia as mesmas palavras e na mesma ordem. Lia no seu pensamento como num livro aberto e ela não lia no meu: eis a minha superioridade. Mas ela me impunha suas ideias e emoções. Se pensasse seriamente num objeto; se repetisse intimamente as palavras do escrito, logo eu adivinhava tudo. O mistério estava entre o seu e o meu cérebro, e não entre minhas faculdades de intuição e as coisas materiais. Seja como for, havia-se estabelecido entre nós uma relação tanto mais íntima quanto mais pura.
“Uma noite escutei junto ao ouvido uma forte voz, que me gritava: Sara está doente, muito doente! Corri à sua casa; um médico a velava e esperava uma crise. Na véspera à noite Sara tinha voltado com febre ardente; o delírio tinha continuado durante toda a noite. O médico chamou-me à parte e me disse que estava muito receoso. Dessa peça eu via em cheio o rosto de Sara e minha intuição, vencendo a inquietação, fez com que eu dissesse baixinho ao médico: Doutor, quereis saber de que imagens está ocupado o seu sono febril? Neste momento ela se crê na grande Ópera de Paris, onde jamais esteve, e uma dançarina, entre outras ervas, corta uma planta de cicuta e lha atira dizendo: É para ti. O médico pensou que eu delirasse. Alguns minutos depois a doente despertou pesadamente e suas primeiras palavras foram: “Oh! como a Ópera é bonita! mas, por que esta cicuta, que me atira a bela ninfa?” O médico ficou estupefato. Uma poção, que incluía cicuta, foi administrada a Sara que, em poucos dias, ficou curada.”

3. — Os exemplos de transmissão do pensamento são muito frequentes, não, talvez, de maneira tão característica quanto no fato acima, mas sob formas diversas. Quantos fenômenos assim se passam diariamente aos nossos olhos, que são como os fios condutores da vida espiritual, e aos quais, no entanto, a Ciência não se digna conceder a menor atenção! Por certo, nem todos os que os repelem são materialistas; muitos admitem uma vida espiritual, mas sem relações diretas com a vida orgânica. No dia em que essas relações forem reconhecidas como lei fisiológica, ver-se-á realizar-se um imenso progresso, porquanto só então a Ciência terá a chave de uma porção de efeitos aparentemente misteriosos, que prefere negar, por não os poder explicar à sua maneira e com os seus meios, limitados às leis da matéria bruta.
Ligação íntima da vida espiritual e da vida orgânica durante a existência terrena; destruição da vida orgânica e persistência da vida espiritual após a morte; ação do fluido perispiritual sobre o organismo; reação incessante do mundo invisível sobre o mundo visível e reciprocamente: tal é a lei que o Espiritismo vem demonstrar, e que abre à Ciência e ao homem moral, horizontes completamente novos.
Por qual lei da fisiologia puramente material poder-se-iam explicar os fenômenos do gênero do relatado acima? Para que o Sr. Deschamps pudesse ler tão claramente no pensamento da moça, era preciso um intermediário entre ambos, um laço qualquer. Quem bem refletir sobre o artigo precedente reconhecerá que esse laço é a irradiação fluídica, que dá a visão espiritual, visão que não é obstada pelos corpos materiais.
Sabe-se que os Espíritos não necessitam de linguagem articulada. Compreendem-se sem o auxílio da palavra, apenas pela transmissão do pensamento, que é a linguagem universal. Por vezes isto também se dá entre os homens, porque os homens são Espíritos encarnados e, por esta razão, gozam, em maior ou menor grau, dos atributos e das faculdades do Espírito.
Mas, então, por que a moça não lia o pensamento do Sr. Deschamps? Porque num a visão espiritual estava desenvolvida; no outro, não. Segue-se que ele pudesse ver tudo, ler nos espelhos espirituais, por exemplo, ou ver a distância, à maneira dos sonâmbulos? Não, porque sua faculdade podia estar desenvolvida apenas num sentido especial, e parcialmente. Podia ler com a mesma facilidade o pensamento de todo o mundo? Não o diz, mas é provável que não, pois pode existir, de indivíduo a indivíduo, relações fluídicas que facilitam essa transmissão e não existir do mesmo indivíduo para uma outra pessoa. Ainda não conhecemos senão imperfeitamente as propriedades desse fluido universal, agente tão poderoso e que desempenha tão grande papel nos fenômenos da Natureza. Conhecemos o princípio, e já é muito para nos darmos conta de muitas coisas; os detalhes virão a seu tempo.

4. — Tendo sido o fato acima comunicado à Sociedade de Paris, W um Espírito deu a respeito a seguinte instrução:

(Sociedade Espírita de Paris, 8 de julho de 1864  Médium: Sr. A. Didier)

Os ignorantes — e como os há! — ficam cheios de dúvidas e de inquietação quando ouvem falar de fenômenos espíritas. Segundo eles, a face do mundo está transtornada; a intimidade do coração, dos sentimentos e a virgindade do pensamento são lançadas através do mundo e entregues à mercê do primeiro que vier. Com efeito, o mundo estaria mudado singularmente e a vida privada não estaria protegida atrás da personalidade de cada um, se todos os homens pudessem ler no espírito uns dos outros.
Um ignorante nos diz com muita ingenuidade: Mas a justiça, as perseguições da polícia, as operações comerciais, governamentais, poderiam ser consideravelmente revistas, corrigidas, esclarecidas, etc., com o auxílio desses processos. Os erros estão muito espalhados. A ignorância tem isto de particular: faz esquecer completamente o objetivo das coisas, para lançar o espírito inculto numa série de incoerências.
Razão tinha Jesus ao dizer: “Meu reino não é deste mundo”, (Jo) o que também significava que neste mundo as coisas não se passam como no seu reino. O Espiritismo, que em tudo e por tudo é o espiritualismo do Cristianismo, pode igualmente dizer aos ambiciosos e aos terroristas ignorantes, que o seu grande objetivo não é dar pilhas de ouro a um e deixar a consciência de um ser fraco à mercê de um ser mais forte, e de aliar a força e a fraqueza num duelo eternamente inevitável, prestes a acontecer; não. Se o Espiritismo proporciona satisfações, são as da calma, da esperança e da fé; se às vezes adverte por pressentimentos, ou pela visão adormecida ou desperta, é que os Espíritos sabem perfeitamente que uma ação caridosa particular não transtornará a superfície do globo. Aliás, se se observar a marcha dos fenômenos, o mal aí tem uma parte mínima. A ciência funesta parece relegada nos alfarrábios dos velhos alquimistas, e se Cagliostro voltasse, certamente não viria armado da varinha mágica ou do frasco encantado com que se apresentava, mas com sua força elétrica, comunicativa, espiritualista e sonambúlica, força que todo ser superior possui em si e que, ao mesmo tempo, toca o coração e o cérebro.
Como eu dizia ultimamente (o Espírito faz alusão a outra comunicação), a adivinhação era o maior dom de Jesus. Destinados a se tornarem superiores, como Espíritos, pedimos a Deus uma parte dos raios que concedeu a certos seres privilegiados, que facultou a mim mesmo e que eu poderia ter espalhado mais judiciosamente.

.Mesmer n

Observação — Não há uma só das faculdades concedidas ao homem da qual este não possa abusar, em virtude de seu livre-arbítrio. Não é a faculdade que é má em si, mas o uso que dela se faz. Se os homens fossem bons, nenhuma seria de temer, porque ninguém as usaria para o mal. No estado de inferioridade em que ainda se acham os homens na Terra, a penetração do pensamento, se fosse geral, seria, talvez, uma das mais perigosas, porque se tem muito a esconder, e muitos podem abusar. Mas, sejam quais forem os inconvenientes, se ela existe é um fato que se deve aceitar, por bem ou por mal, pois não se pode suprimir um efeito natural. Deus, porém, que é soberanamente bom, mede a extensão dessa faculdade pela nossa fraqueza. Ele no-la mostra de vez em quando, para fazer-nos compreender melhor a nossa essência espiritual e nos advertir de trabalhar a nossa depuração, para não termos de temê-la.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013


Meu Filho e as Manhãs

Hoje pela manhã, como de costume, antes de sair para trabalhar, visitei o quarto de meu filho.

Considero uma espécie de ritual sagrado de todas as manhãs: chegar bem perto de seu berço, ajeitar sua coberta com cuidado, aninhá-lo com carinho para que não se descubra.

Passo então minhas mãos, algumas vezes, sobre seus cabelos macios, e digo em pensamento: “Como eu te amo!”

Ele normalmente se move com suavidade, como se reagisse de alguma forma ao estímulo externo durante o sono.

Continua ali, em silêncio, em paz, preparando seu corpinho e sua alma para mais um dia de descobertas felizes.

Despeço-me, procurando não fazer ruídos, e saio porta afora com a alma leve, pronto para enfrentar mais um dia no mundo.

Da próxima vez que o vir, mais tarde, ele já estará desperto, correndo pela casa, brincando com seus carrinhos, e irá me conceder mais uma alegria: a de receber seu sorriso, que sem dizer nada, diz tudo.

Por mais que alguns dias sejam difíceis, por mais que as batalhas sejam ferrenhas e desgastantes, tudo se acalma, tudo se conforta naquele sorriso.

Os sorrisos de criança têm um poder quase mágico, e os de nossos filhos mais ainda.

Eles parecem querer nos fazer perceber que, por mais que a vida seja tormentosa, cheia de pequenos e grandes espinhos que provocam dor, muita alegria ainda existe.

Por mais que neste exato instante existam “n” pessoas desejando não mais viver, se enfraquecendo nas lutas, desejando desistir, existem outras tantas almas agradecendo pela vida, num júbilo contagiante.

E tenho certeza de que “ser pai” é mais um desses motivos de alegria plena, de gratidão a Deus, e mais uma das muitas razões que temos para continuar sempre, sem desistir.

Meu filho e as manhãs me ensinam sempre esta lição preciosa, a da renovação, do renascimento da água e do Espírito.

Muitos pais se queixam de não terem visto seus filhos crescerem.

Passa tão rápido! Não me lembro mais! – são expressões que ouvimos com frequência.

Será que estamos atentos aos nossos filhos como deveríamos estar? Será que passa tão rápido assim, a ponto de guardarmos tão poucas lembranças?

Ou há alguma coisa errada com o tempo, ou há alguma coisa errada conosco.

Seria tão bom poder ouvir de um pai, de uma mãe: Lembro-me de cada nova conquista, de cada dia da infância, de cada nova palavra...

Seria tão bom poder ouvir: Curti cada dia ao seu lado, meu filho, quando você era pequenino, como se fosse o último. Não perdi oportunidade alguma junto a você.

Aproveitemos o tempo junto a eles, em qualquer idade, em qualquer condição de vida.

Curtamos a existência ao seu lado, anotando no coração cada beleza, cada nova descoberta, tirando fotografias com a alma – registrando no íntimo do ser cada sorriso em seu rosto.
Autor
Momento Espírita

Hoje onde estivermos.

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna
em Cristo Jesus Nosso Senhor.” – Paulo. (ROMANOS, 6:23.)
Para os que permanecem na carne, a morte significa o fim do corpo denso; para os que vivem na esfera espiritual, representa o reinicio da experiência.
De qualquer modo, porém, o término cheio de dor ou a recapitulação repleta de dificuldades constituem o salário do erro.
Quantas vezes têm voltado  aos círculos carnais em obrigações expiatórias, sentindo, de novo, a sufocação dentro dos veículos fisiológicos para tornar à vida verdadeira?
Muitos aprendizes estimam as longas repetições, entretanto, pelo que temos aprendido, somos obrigados a considerar que vale mais um dia bem vivido com o Senhor que cem anos de rebeldia em nossas criações inferiores.
Infelizmente, porém, tantos laços grosseiros inventamos para nossas almas que o nosso viver, na maioria das ocasiões, na condição de encarnados ou desencarnados, ainda é o cativeiro a milenárias paixões.
Concedeu-nos o Senhor a Vida Eterna, mas não temos sabido vivê-la, transformando-a em enfermiça experimentação. Daí procede a nossa paisagem de sombra, em desencarnando na Terra ou regressando aos seus umbrais.
A provação complicada é conseqüência do erro, a perturbação é o fruto do esquecimento do dever.
Renovemo-nos, pois, no dia de Hoje, onde estivermos. Olvidemos as linhas curvas de nossas indecisões e façamos de nosso esforço a linha reta para o bem com a Vontade do Senhor.
Os pontos minúsculos formam as figuras gigantescas.
As coisas mínimas constroem as grandiosas edificações. Retiremo-nos das regiões escuras da morte na prática do mal, para que nos tornemos dignos da vida eterna, que é dom gratuito de Deus.
XAVIER, F. C. Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB (Capítulo 122)

domingo, 25 de agosto de 2013


HOMOSSEXUALIDADE NA VISÃO ESPÍRITA



Deus criou espíritos e estes não tem sexo.
Então, tanto podemos encarnar em um corpo masculino como feminino.
Quando estamos desencarnados, no plano espiritual, geralmente, conservamos a aparência da última encarnação. Muitos optam pela aparência da encarnação que foi mais marcante.
Quando estamos encarnados, interpretamos papéis, como artistas num filme ou novela.
Um homem, por exemplo, não É homem, ele ESTÁ interpretando o papel de homem, porque veste um corpo masculino.
Assim ocorre em relação à mulher.
Na próxima encarnação não sabemos em que sexo reencarnaremos.
Todos nós, trazemos gravado na memória espiritual, o que fizemos ou fomos em encarnação anterior ou em encarnações anteriores. Como nós passamos por muitas encarnações, ora em corpo feminino, ora em condições de masculinidade, todos temos um pouco de bissexualidade. Há homens heterossexuais sensíveis e delicados assim como há mulheres heterossexuais truculentas.
Exemplo:  Conta-se que Chopin em seu primeiro encontro com a escritora George Sand, o amor de sua vida, não poderia ter sido pior. Escreveu ele: "Como é antipática essa Sand! Será mesmo uma mulher? Estou começando a duvidar." Afinal, sua nova amiga comportava-se como um rapaz: vestia-se com roupas masculinas e fumava charutos. Certa vez, num dia de chuva, apareceu uma goteira na cabana onde eles estavam. Chopin inspirou-se com a goteira e compôs a música Gota d’água. Assim que terminou sua esposa subiu no telhado para acabar com a goteira.      
Mas, a doutrina espírita, explica que a homossexualidade, pode ter várias origens. Entre elas: EXPIAÇÃO que resulta no travesti; OPÇÃO que é resultado de viciação; ESTÍMULO DOS PAIS e MISSÃO. Vamos explicá-las segundo a visão espírita de Richard Simonetti e Divaldo Franco:
1º) No caso de EXPIAÇÃO, são espíritos que abusaram do sexo oposto, geralmente para saciar seus instintos sexuais, levando-os ao suicídio, por exemplo, e que agora reencarnaram (obrigatoriamente) num corpo oposto da encarnação anterior, para sentir na pele as humilhações, os abusos que uma mulher sofre por parte de alguns homens e vive-versa, para aprender a não cometer o mesmo erro numa próxima encarnação. Então, estes usam um corpo feminino, mas seu desejo é masculino, ou seja, eles olham para uma mulher e sentem atração física. O mesmo acontece com o homossexual masculino. Estes também, por vários motivos, abusaram dos sentimentos de pessoas do sexo oposto. Agora se encontram (obrigatoriamente) em corpos masculino sentindo atração por pessoas do mesmo sexo. Neste caso, também surge O TRAVESTI - o homem que simula ser mulher e vice-versa. Geralmente eles se vinculam a atividades artísticas, vestindo-se do sexo que pretendem ser. O travesti só se enquadra na homossexualidade, na medida em que dê vazão aos seus impulsos sexuais orientados pela psicologia invertida. Os mais imaturos acabam envolvendo-se com a prostituição, atendendo pessoas desajustadas que buscam aventuras sexuais.
2º) Há a OPÇÃO que resulta de viciação. Assim como há indivíduos que se viciam no fumo, no álcool, nas drogas, há viciados do sexo que, à procura de sensações, acabam desenvolvendo práticas homossexuais. Neste caso encontramos também os bissexuais. A homossexualidade pode desenvolver-se na adolescência, como curiosidade juvenil, muitas vezes motivada pelo modismo determinado pela mídia televisiva; por crianças que são abusadas por adultos; ou em prisões, como alternativa para necessidades sexuais; por prostituição, para ganhar dinheiro . . . Estes não tem o conflito da mente com o corpo. Por isso há homossexuais masculinos muito viris, assim como há lésbicas, que são extremamente femininas.
Exemplo: há muitos jovens e adultos sendo levado pela "moda" pela "curiosidade". Meu marido tem alunos(as) que se classificam "bissexual". Há quem diga querer "experimentar". Há quem diga ter se decepcionado com o namorado e começou a ficar com a amiga. Enfim, vemos que a "moda" existe sim.
3º) Há também, indivíduos que tornaram-se homossexuais por "ESTÍMULO DOS PAIS." Pais frustrados que estimulam comportamentos equivocados na conduta sexual dos seus filhos. A mãe que esperava uma menina e veio um menino; ela começa a vestir o menino de menininha, e transferir seus conflitos e irrealizações para o filho, ou o pai que desejava um filho varão para preservar o nome, e veio uma filha; ele passa a tratá-la com dureza, porque no inconsciente, está marcando esse espírito profundamente e submetendo-o a uma conduta de comportamento sexual que não harmonizará sua psicologia com sua anatomia.
4º) E para finalizar, a homossexualidade pode também ocorrer como uma opção do Espírito quando, em MISSÃO, pretenda dedicar-se a determinadas tarefas, optando por esta "anomalia" que inibirá seus impulsos de acasalamento. Geralmente são espíritos que tiveram várias encarnações num corpo masculino, por exemplo, e quando pedem para vir num corpo feminino sentem-se estranhos. Com uma psicologia (pensamento) que não se ajusta à morfologia (corpo), tenderá (em alguns casos) a sentir atração por indivíduos do mesmo sexo. Como sua consciência não lhe permitirá um envolvimento desse tipo, que sente ser contrário à Natureza, optará pela solidão afetiva, com o que passará a dedicar-se inteiramente às tarefas a que se propôs, desdobrando sacrificial existência. Encontramos, na História, inúmeras personalidades de destaque nos domínios da Cultura, da Arte, da Filosofia, da Ciência, da Religião, que viveram essa contingência. Passaram incompreendidos, ridicularizados e caluniados por seus contemporâneos quanto à sua posição em relação ao sexo, mas, mantendo SEVERAS DISCIPLINAS DE CASTIDADE, canalizaram suas forças genésicas para gloriosas realizações em favor da Humanidade.


O SEXO É PECAMINOSO?
Como disse Emmanuel, “sexo é um atributo não apenas respeitável mas profundamente santo da Natureza, exigindo educação e controle.” Então, pecaminoso é a maneira que fazem uso do sexo, seja por um hetero ou um homo.
QUAL A FINALIDADE DO SEXO?
O sexo foi feito para a vida, para dar oportunidade para Espíritos encarnarem para ressarcir débitos ou para realizar provas, e não a vida foi feito para o sexo, como estão dando a entender hoje. Observemos que, quando nosso corpo envelhece e não pode mais reproduzir, a mulher não lubrifica mais como na mocidade e o homem tem dificuldade de ereção. Portanto, quando o sexo for feito com intenção de ter ou não filho, que seja com respeito, sem promiscuidade, sem troca constante de parceiro (prostituição), seja homo ou hetero. Muitos de nós ainda necessita desta troca de energia.  
SE A FINALIDADE DO SEXO É DAR OPORTUNIDADE PARA ESPÍRITOS REENCARNAREM, POR QUE INVENTARAM O ANTICONCEPCIONAL?
O anticonceptivo existe para controlar a quantidade de filhos que um casal quer ou pode ter. Ele não foi inventado para as pessoas fazerem uso do sexo de maneira abusiva, promíscua e sem responsabilidade.
Diz Emmanuel no livro Vida e Sexo: "Em torno do sexo, será justo resumirmos as normas seguintes:
Não proibição, mas educação.
Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo.
Não indisciplina, mas controle.
Não impulso livre, mas responsabilidade.
Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender e recomeçar a obra da sublimãção pessoal, tantas vezes quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da reencarnação, porque a aplicação do sexo, ante a luz do amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada um."

O Espiritismo não é contra a homossexualidade? 

Resposta de Divaldo Franco: “O Espiritismo, de forma alguma, é contra a estrutura homossexual do indivíduo, não estando de acordo, porém com a pederastia, ou seja, a entrega do homossexual aos hábitos e práticas perturbadoras, o que é muito diferente.”(...) "O que a doutrina diz é que, o homossexual deve procurar respeitar a si mesmo; não se permitir descer a situações promíscuas; deve respeitar seu parceiro(a); deve respeitar o grupo social, não pretendendo impor a sua orientação sexual como sendo a que todos devem seguir. Porque todos temos, invariavelmente, um certo tipo de comportamento e o consideramos normal. Desejamos consciente e inconcientemente que o mundo mude para estar do nosso lado, quando os outros também tem seus comportamentos e suas orientações sexuais."


OBSERVAÇÃO: ENTÃO, PODEMOS DIZER QUE, O HOMOSSEXUAL NÃO DEVE IMPOR SUA CONDIÇÃO SEXUAL AO HETEROSSEXUAL E VICE-VERSA. ASSIM COMO HÁ HOMOSSEXUAL E HETEROSSEXUAL COM COMPORTAMENTO PROMÍSCUO, AGRESSIVO À SOCIEDADE, HÁ TAMBÉM HOMOSSEXUAL E HETEROSSEXUAL DISCRETO, QUE RESPEITA E SE RESPEITA. A MUDANÇA DE COMPORTAMENTO VIRÁ COM O AMADURECIMENTO DO ESPÍRITO E NÃO COM A IMPOSIÇÃO DE OUTROS ESPÍRITOS TAMBÉM FALHOS. QUEM QUER TER LIVRE ARBÍTRIO DEVE CONCEDER O MESMO AOS OUTROS. SÓ ASSIM VIVEREMOS HARMONIOSAMENTE, ATÉ QUE A HUMANIDADE AMADUREÇA E APRENDA A RESPEITAR A PRÓPRIA SEXUALIDADE, DISPONDO-SE A FAZER DA ATIVIDADE SEXUAL NÃO MERA FONTE DE PRAZER ANIMAL, MAS, FUNDAMENTALMENTE, UM COMPLEMENTO DA COMUNHÃO AFETIVA, SOB INSPIRAÇÃO DO AMOR QUE UNE O HOMEM E A MULHER PARA AS EXPERIÊNCIAS SAGRADAS DA VIDA FAMÍLIAR.

Texto baseado nos livros: QUEM TEM MEDO DOS ESPÍRITOS? de Richard Simonetti e LAÇOS DE FAMÍLIA de Divaldo Franco.

terça-feira, 20 de agosto de 2013


INTERPRETAÇÃO DA PARABOLA DO SEMEADOR NA VISÃO ESPÍRITA

“Afluindo uma grande multidão e vindo ter com ele gente de todas as cidades, disse Jesus em párábola:“Saiu um Semeador para semear a sua semente. E quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do Céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e tendo crescido, secou, porque não havia umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e com ela cresceram os espinhos, e sufocaram-na. E outra caiu na boa terra, e, tendo crescido, deu fruto a cento por um.” Dizendo isto clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

Os seus discípulos perguntaram-lhe o que significava esta parábola. Respondeu-lhes Jesus: A vós é dado conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos outros se lhes fala em parábolas, para que vendo não vejam; e ouvindo não entendam.

A Semente: é a palavra de Deus, os ensinamentos sobre as Leis Universais.

“A semente é uma só, é sempre a mesma que tem sido apregoada em toda parte, desde que o homem se achou em condições de recebê-la. E se ela não atua com a mesma eficácia em todos, deriva esse fato da variedade e das desigualdades de Espíritos que existem na Terra; uns mais adiantados, outros mais atrasados; uns propensos ao bem, à caridade, à liberalidade, à fraternidade; outros propensos ao mal, ao egoísmo, ao orgulho, apegados aos bens terrenos, às diversões passageiras.”

Na vivência social cristã e no centro espírita é a proposta de Reforma Íntima, através das oportunidades de trabalho. Para pregar (difundir) e ouvir (vivenciar) a Palavra, é preciso que não a rebaixemos, mas a coloquemos acima de nós mesmos; porque aquele que despreza a Palavra, anunciando-a ou ouvindo-a, despreza o seu Instituidor, e, como disse Ele: “Quem me despreza e não recebe as minhas palavras, tem quem o julgue; a Palavra que falei, esta o julgará no último dia.”

Caiu à beira do Caminho: “É quando por nós passam todas as idéias grandiosas como gentes nas estradas, sem gravarem nenhumas delas.”

Na Escola é a condição de Aprendizes, uma grande maioria que recebe os ensinamentos, que estão sendo chamados, porém ainda não podem ser escolhidos porque estão “sonolentos”, como crianças, muito influenciados pelo mundo exterior.

Caiu sobre a Pedra: é quando estamos com o coração endurecido, “como pedras impenetráveis às novas idéias, aos conhecimentos liberais”, isto é, abertos para conhecer às novas experiências, que podem quebrar a nossa rotina e o sentido medíocre das nossas vidas; recebemos a proposta de mudança, mas não permitimos que se opere a modificação em nosso íntimo; racionalizamos tudo, ligamos nossas defesas e nos tornamos refratários.

Na Escola de Aprendizes e no campo de trabalho que abraçamos é a condição em que se encontra os Servidores. Aceitamos os ensinamentos e as tarefas com parcialidade e condicionamentos, isto é, escolhemos somente aquilo que nos convém. Disso resultam os melindres, as decepções, as divergências pessoais com os companheiros e finalmente o desejo de desistência.

Caiu no meio dos Espinhos: É quando permanecemos invigilantes e permitimos que os espinhos (as nossas imperfeições e a dos outros) sufoquem o crescimento de todas as verdades que estamos aprendendo, “como essas plantas espinhosas que estiolam e matam os vegetais que tentam crescer nas suas proximidades.”

Na vivência social é o tempo no qual sofremos todos os tipos de testes para avaliarmos se, realmente, estamos dispostos a ser o “sal da terra” e a “luz do mundo”. Pequenas provas ainda são para nós mostras dos grandes espinhos e obstáculos que teremos que remover durante a vida atual e as vidas futuras. 

Caiu na Boa Terra: é quando conservamos a boa vontade, no mantemos abertos; isso nos dá coragem e disposição para remover todos os obstáculos que aparecem; a boa vontade elimina o medo e afasta o sentimentos defensivos e a reações instintivas. Isso nos torna mais humildes porque não temos pena de nós mesmos, porque não nos fazemos de vítimas; a boa vontade mantém acordada a nossa consciência e , por isso, vigilantes, podemos distinguir em nós o que é tentação e o que é má inclinação . A oração e o auxílio, por nós e pelos outros é uma demonstração de boa vontade. A Boa Terra é o mundo, é discipulado de Jesus.

Mateus 13:1-9, Marcos 4:1-9 e Lucas 8:4-8.
RETIRADO DO SITE FORUM ESPÍRITA.NET

sábado, 17 de agosto de 2013


O POTE RACHADO - estória contada por Divaldo Franco


Um homem contratou um servo para diariamente completar os seus depósitos com água.
O servo comprou dois potes, como é comum na Índia, amarrou-lhes cordas à boca e prendeu em uma haste resistente para carregar, sobre os ombros, os dois potes de água.
Diariamente, ele ia à fonte, enchia os potes, trazia-os, completando os depósitos e era feliz com seu amo e com seu trabalho.
Um dia, um pote rachou e, a partir daí, sempre a água que o pote rachado levava derramava pelo caminho, perdendo a metade pela rachadura.
Perdendo-se água, o carregador dava mais uma viagem, retornando à fonte outra vez.
Um dia, o pote rachado disse:
- Meu rapaz, eu quero lhe pedir um favor: jogue-me fora, substitua-me. Eu sou motivo de cansaço para você. Pela minha rachadura perde-se muita água, e você tem que dar outra viagem!
O carregador lhe respondeu:
- Mas eu não estou me queixando.
- Sim, mas eu estou. Você é tão gentil comigo, preservando-me. Quebre-me, eu já estou na hora de ser abandonado, estou imprestável.
O homem que o carregava propôs:
- Olhe aqui, venha ver, por favor.
Carregou-o com cuidado, subiu o aclive e explicou-lhe
- Veja a distância daqui até a casa do amo. Note este lado como está verde, como está cheio de flores e note o outro, como está árido.
O pote olhou e confirmou:
- De fato, que se passa?
Ele esclareceu:
- Pois é, quando eu percebi que você ia derramar água, comecei a pensar que, você poderia ser-me útil. Então, eu semeei flores, atirei sementes, pólen e, diariamente, você se encarregava de molhá-los, poupando-me esse trabalho. As sementes germinaram, e aí está, deste lado eu tenho um jardim e sem nenhum trabalho; você o molha para mim todo dia.
- Mas que maravilha! Mas eu sou um transtorno na sua vida, porque o seu amo percebe o seu cansaço que resulta das duas viagens.
Ele concluiu:
- Mas meu amo gosta de mim, porque diariamente, quando eu lhe preparo o café, venho a este lado do jardim, tiro algumas flores que você umedece e coloco-as no jarro, embelezando a mesa onde meu amo alimenta-se. E ele, diante da mesa florida, fica muito feliz. Daí você me é de uma utilidade incomparável.
O pote rachado calou-se e o servo continuou conduzindo-o.


CONCLUSÃO: O que podemos tirar dessa estória é que, um grande número de nós é constituído por potes rachados.
Enquanto não se encontram potes mais perfeitos, Deus nos utiliza de acordo com as nossas próprias deficiências para a prática do bem.
Temos como exemplo o Mestre Jesus que, escolheu 12 homens para a propagação da Boa Nova, não 12 anjos.
Por isso, não podemos deixar de fazer o bem porque temos imperfeições, porque temos dificuldades, porque temos limites.
Não podemos esperar a perfeição para sermos úteis, temos sim que, sermos úteis para alcançarmos a perfeição.
Deus não nos daria a oportunidade da reencarnação se não acreditasse em nós, quem não acredita em nós somos nós mesmo, quando dizemos: “quebre-me”, “substitua-me”, “estou imprestável”.
Porque muitos espíritas dizem: “Eu ainda não sou espírita, mas gostaria de ser, eu ainda não sou perfeito.” Mas, se Kardec disse que: “Reconhece-se o espírita pelo esforço que ele faz para melhorar-se”, significa que, se temos algo a melhorar, é porque não somos perfeito, portanto nosso discurso deveria ser assim: “Eu sou espírita imperfeito, um vasilhame rachado, mas estou tentando tornar-me melhor."
E, se esperarmos a perfeição para dizermos ser espíritas, não seremos nunca. Pois, quando alcançarmos a perfeição, não seguiremos mais uma religião, ou melhor, um rótulo religioso, porque nossa religião será a prática do AMOR.

Então, se estamos aqui colhendo flores neste jardim maravilhoso que é o Espiritismo, é porque outros potes rachados regaram este jardim para nós.
Não sejamos figueiras estéreis, revestidos só de palavras bonitas, sejamos uma árvore que dá frutos, ou seja, que trabalhe, (porque a fé sem obras é morta), e que estes frutos atraiam outros para saboreá-lo, para tomar gosto e quem sabe, dar continuidade ao nosso trabalho.
E é nesta luta, que devemos fazer o melhor hoje, para que talvez, na próxima encarnação, venhamos um pote com uma rachadura menor, ou seja, com menos defeitos, e quem sabe, com mais utilidade.
Portanto, continuemos levando a nossa água, talvez não cumpramos exatamente com nosso dever, diante da meta que traçamos em nossa vida.
Mas, pelo menos, que em nosso caminho, haja flores para aqueles que vierem depois colhendo e bendizendo o pote rachado que por ali passou.

GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDE

QUEM É MARIA PARA OS ESPÍRITAS?


Maria ganhou muitos nomes pelos católicos. Por exemplo: Nossa Senhora de Fátima, pela aparição em Fátima (Portugal); Nossa Senhora Aparecida, por ter sido encontrado uma imagem na cidade de Aparecida durante uma pesca; o título de rainha, etc., são nomes e títulos que a Igreja Católica deu a Maria. Para nós espíritas ela foi aqui na Terra, Maria a mãe de Jesus. Hoje, é um espírito que continua a trabalhar na Seara do Senhor, não mais como mãe, mas como irmã de Jesus e de todos nós, já que aprendemos que somos todos filhos de Deus, e aqui na Terra nós não “somos” mães, filhos, netos, etc., nós “estamos” por um breve tempo desempenhando tais papéis. Temos grande admiração e respeito a este espírito que aceitou a missão de receber o maior espírito que o planeta Terra já recebeu: JESUS. E foi ele que pediu que fossemos "mansos como as pombas, mas prudentes como as serpentes". E nós somos mansos como as pombas e nos esquecemos de ser prudente como a serpente. E tudo que os outros dizem, nós acreditamos. Vejamos que na idade média, a religião tradicional dizia para o povo que o mundo ia acabar. E o povo saía entregando as fazendas, as cabras, as casas, para a religião dominante. Mas, se o mundo ia acabar, porque a religião recebia? E ninguém refletia sobre isto? Mostrando como somos tolos. Temos que pensar no que está sendo apregoado, se faz sentido. E na maioria das vezes, veremos que são coisas ridículas. E os zombeteiros tiram proveito disso, enquanto nós nos conformamos dizemos que isso é das religiões. As pessoas mais atentas dirão: “Tá vendo, o que a religião faz com a cabeça dos outros?” Mas não é a religião, são alguns religiosos encarnados ou desencarnados, ou pseudo religiosos, seria melhor dizer, que se valem do nome da crença, da atitude das pessoas, da imaturidade emocional dos indivíduos, e saem por ai pregando. 
J. Raul Teixeira conta, em uma de suas palestras que certa vez, no seu Estado (R.J.), apareceu um indivíduo com um cobertor nas costas, fazendo profecia e dizendo que aquele cobertor havia sido mandado tecer por Maria de Nazaré para ele. E as pessoas iam lá colocar a mão no tal cobertor e queriam levar um pedacinho. E conclui dizendo: “em pleno século 21, é um vexame. Muita gente sofre enganos, é enganada, é iludida, furtada, roubada, porque não amadureceu emocionalmente, intelectualmente, não aprendeu a raciocinar. E estes quesitos não podem ser imputados à Deus, à Jesus e nem à religião, mas sim, aos grupos sócio-econômico, político-econômico, que adotam os nomes das religiões. Bom senso e água fluidificada, não fazem mal a ninguém. É a ingenuidade que faz com que as pessoas busquem este tipo de coisa. Isso vai gerando a ignorância cada vez maior das pessoas. Quando alguém ouve que apareceu Nossa Senhora na janela, o povo todo marcha para lá. Encontraremos universitários ou não, é uma ignorância generalizada. Usemos o raciocínio e perguntemos: “Será que Nossa Senhora não tem mais o que fazer nos páramos celestiais?” ; “Será que para ajudar a humanidade ela precisa vir aqui em São Paulo, Rio de Janeiro, etc.?”; “Por que Maria não apareceria para os povos africanos, japoneses ou da Etiópia?” Por detrás desta psicologia da credulidade tem sempre alguém tirando vantagem. Nós estamos desacostumados a pensar. Nós estamos acostumados a acreditar. Somos pouco criteriosos. O Espiritismo está nos ajudando a pensar, questionar e não aceitar tudo que nos dizem.” 
O QUE É SANTO NA VISÃO ESPÍRITA? André Luiz responde: “É um atributo dirigido a determinadas pessoas que aparentemente atenderam, na Terra, à execução do próprio dever.” Os santos são chamados pela Doutrina Espírita de socorristas, e estes trabalham e não querem outro pagamento a não ser adquirir vontade de serem bons e servos de Jesus. Trabalham por toda parte, nos umbrais, nos postos de socorro e também ajudam os encarnados e muitas vezes, atendem os chamados de fé em nome das diversas entidades conhecidas na Terra (Maria, Jesus, Expedito, etc.). Há grande concentração de socorristas em lugares de romaria onde muitos oram e fazem pedidos. Estes abnegados trabalhadores atendem em nome de Nossa Senhora, dos diversos santos, de Jesus, etc. Os bons acodem sempre. Se os pedidos são mais complexos, são encaminhados a ministérios próprios e analisados pelos que lá trabalham. Para serem atendidos, são levados em conta alguns critérios como: “O que pede é bom para ele?” As vezes, pede-se uma graça que seria um bem no momento, e causa de dor no futuro; pedem fim de sofrimentos, doenças e às vezes não se pode interromper o curso de seu resgate; também é levado em conta, se ao receber a graça, a pessoa melhora se voltando mais ao “Pai”. Se aprovado, vão os socorristas e ajudam a pessoa, não importando a eles para quem foi feito o pedido, embora, há equipes que trabalham atendendo os pedido à Nossa Senhora, santos do lugar, etc . . . Podemos também ser atendidos pelos próprios santos, que nada são que servos de Jesus. 
O ESPÍRITA FAZ PROMESSA? Não. Promessa é costume dos católicos. Nós espíritas não barganhamos com Deus, Maria ou qualquer outro "santo". Por exemplo, há quem vá a Aparecida do Norte para agradecer a Nossa Senhora (Maria) por um pedido alcançado como se ela estivesse lá. Caminham quilômetros, carregam cruzes, velas, sobem ladeiras de joelhos, etc. Nós espíritas questionamos: "será que ela não ficaria mais contente se fizessem algo por alguém para retribuir o que "ela" fez?" O sacrifício que Maria, Deus, Jesus e os benfeitores espirituais querem de nós é o da alma e não a do corpo físico. É a reforma íntima onde nos despojamos dos sentimentos, atitudes e palavras inferiores. Estes Espíritos de grande evolução que viveram e vivem conosco neste planeta devem ser exemplos para que sigamos seus ensinamentos na prática e não para virarem "santos(as)" para que, depois de sua desencarnação fiquemos pedindo, pedindo e pedindo. Aliás, eles também fazem seus pedidos e nós não lhes damos ouvidos. Perguntemos: "Como estamos tratando nossos familiares, nossos colegas de escola ou trabalho?" "Nós perdoamos ou revidamos as ofensas?" "Respeitamos os mais velhos, os animais, as crianças, o próximo e a nós mesmos?" Enquanto isso, muitos comercializam o nome de Maria e sua falsa imagem, pois ela era simples como o filho, não usaria coroa de ouro e não aceitaria estar vestida com roupa cuja franja é de ouro 14 K, as lantejoulas vieram da Tchecoslovaquia, o veludo é inglês e sua imagem é guardada em uma caixa de ouro. Precisamos lembrar que Jesus repreendeu o comércio no templo religioso. Este é o que o espírita pensa, sem querer impor ou ir contra quem pensa e age de maneira diferente.
OS ESPÍRITAS ACREDITAM EM MILAGRE? As curas realizadas por Jesus, por exemplo, foram consideradas pelo povo como milagres, no sentido que a palavra tinha na época: o de coisa admirável, prodígio. Atualmente, o Espiritismo esclarece que os fenômenos de curas se dão pela ação fluídica, transmissão de energias, intervenção no perispírito, e permite examinar e compreender as curas realizadas por médiuns (espíritas ou não); por pessoas dotadas de excelente magnetismo; ou direto pelos socorristas (santos) desencarnados. Essa explicação não diminui nem invalida as curas admiráveis, feitas por Jesus; pelo contrário, leva-nos a reconhecer que Jesus tinha alto grau de sabedoria e ação, para poder acionar assim as leis divinas e produzir tais fenômenos. Os fatos como milagres nada mais são do que fenômenos; fenômenos que estão dentro das leis naturais; são efeitos cuja causa escapa à razão do homem comum. Podem ocorrer sempre que se conjuguem os fatores necessários para isso. 
E A VIRGINDADE DE MARIA? A virgindade perene de Maria, defendida pelos teólogos medievais, mesmo os mais ilustres como Agostinho e Tomás de Aquino, entranhou-se de tal forma na mente popular que se incorporou ao seu nome. Os fiéis evocam a Virgem Maria. No entanto, a virgindade da mãe de Jesus, que teria sido preservada mesmo depois do parto, contraria os textos evangélicos, onde está registrado que ela teve outros filhos. Em Mateus (13:53-56) diz o povo, em Nazaré, onde Jesus acabara de fazer uma pregação: Não é este o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs, não moram conosco? Então, de onde vem tudo isso? Pretendem os teólogos que os enunciados irmãos de Jesus eram primos ou, então, filhos de um primeiro casamento de José. Mera especulação. Por outro lado, Lucas foi o único evangelista a registrar o episódio da anunciação. Médico grego, discípulo do apóstolo Paulo, não conviveu com Jesus. Escreveu seu Evangelho com base na tradição oral ( transmissão oral de fatos ), décadas mais tarde. Jesus tornara-se uma figura mitológica, e nada melhor para exaltar o homem mito do que situá-lo como filho de uma virgem. Outro motivo ponderável para que se optasse pela virgindade de Maria: o sexo.
O simbolismo sobre o suposto pecado cometido por Adão e Eva resultou na perda do paraíso, como encontra-se no Livro Gênese, do Velho Testamento. Sexo, portanto, era sinônimo de pecado. Os casais eram orientados a buscar a comunhão carnal apenas com o objetivo de procriação. Os teólogos, buscavam fórmulas para que o sexo, que não podiam proibir, sob pena de extinguirem a raça humana, fosse minimizado na vida familiar e exercitado não como parte da comunhão afetiva, mas exclusivamente para a procriação.
O sexo era vedado aos domingos, dias consagrados ao Senhor; no jejum de quarenta dias, antes da Páscoa; vinte dias antes do Natal; dias antes de Pentecostes; três ou mais dias antes de receber a comunhão; durante o período menstrual, semanas entes e depois do parto . . . Quanto menos tempo disponível, menos pecado. Para conter os fiéis apregoava-se que o sexo nos períodos proibidos gera filhos deficientes físicos e mentais e doenças como a lepra e a tuberculose. Vítimas inocentes das supostas artes do original casal, estamos todos maculados pelo seu “pecado”. Todos menos Maria. Por graça de exceção ela teria nascido pura, imaculada. A idéia da “imaculada conceição” gerou um problema para os teólogos. Segundo o dogma do pecado original experimentamos a morte por causa dele. Então, se Maria nasceu sem essa mácula não poderia morrer. Resolveu-se a questão com outro dogma: a assunção de Maria. Ela não morreu. Foi arrebatada aos céus em corpo e espírito! Não há limites para a fantasia quando renunciamos à lógica e ao bom senso.
Kardec situa Maria como a imaculada, não sob o ponto de vista físico, mas espiritualmente. Porque para nós espírita SEXO não é pecaminoso. Pecaminoso é a maneira que alguns utilizam o SEXO. Porque este foi feito para gerar vida, e muitos acham que a vida foi feita para o sexo. Se sexo fosse errado, Deus teria arrumado outro meio para que seus filhos fossem gerados na Terra. Portanto, para nós espíritas, Maria será sempre um grande espírito, tenha ela sido virgem ou não.
DE QUEM É A FOTO ACIMA? É de Maria, ditada por Emmanuel ao pintor Vicente Avela através da mediunidade de Chico Xavier. Em uma rápida entrevista, Chico frisou que a fisionomia de Maria é tal qual Ela é conhecida quando suas visitas às esferas espirituais mais próximas e perturbadas da crosta terrestre; como a Legião dos Servos de Maria que agem na instituição em amparo aos suicidas que está detalhado no livro Memórias de um suicida.

OBSERVAÇÃO: NÃO SOMOS CONTRA QUEM PENSA E AGE DE MANEIRA CONTRÁRIA, COLOCAMOS AQUI O QUE NÓS ESPÍRITAS PENSAMOS SOBRE MARIA E COMO A RESPEITAMOS.

Retirado do Grupo de Estudos Espíritas Allan Kardec

JESUS VAI VOLTAR?

Muita gente, mesmo no meio espírita, encarou a entrada do Terceiro Milênio como um período apocalíptico.
Imaginou-se Jesus chegando, acompanhado de todos os anjos, sentado num trono glorioso, e todos os povos da Terra reunidos diante Dele, e Ele separando os justos (trigos) dos injustos (joios), para a chegada do Reino Divino. Este tipo de comportamento é próprio da imaturidade humana.
Observemos um detalhe: Se os escolhidos forem OS MANSOS E PACÍFICOS como afirmou Jesus em "O Sermão da Montanha", nosso Planeta ficará às moscas. Pois, poucos podem dizer que deixaram de ser agressivos.
Como disse Chico Xavier: “devemos lembrar que a Humanidade conquistará os valores espirituais ao longo de vários séculos, através de muitas reencarnações, que possibilitarão a promoção de nosso planeta. Até lá, teremos muitas idéias renovadoras, apresentadas e vivenciadas por missionários que já estão encarnados entre nós ou outros que ainda virão, para estimularem as criaturas humanas nos caminhos da renovação.” Portanto, a separação acontecerá na medida em que retornarmos ao Além (ao desencarnarmos). Os Espíritos que persistirem no mal (OS JOIOS) encarnarão em planetas inferiores. Os bons (OS TRIGOS) herdarão a Terra, ou seja, continuarão a encarnar na Terra para desfrutarem de um mundo melhor.
Jesus, ao se despedir dos discípulos, antes da crucificação, conforta dizendo: "Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora." E lhes anuncia: "Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador a fim de que esteja para sempre convosco. Ele é o Espírito de Verdade, quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece (POR SER ESPIRITUAL). Vocês o conhecem, porque ele mora com vocês, e estará com vocês. Eu não deixarei vocês órfãos, mas voltarei para vocês. Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que vos disse." 
Jesus deixou claro que tem muito a nos ensinar, mas se nos dias atuais muitas pessoas não suportam ouvir falar sobre a reencarnação, por exemplo, imaginemos naquela época.
Notemos também que o Consolador prometido não é Jesus, é o Espírito de Verdade ou Espírito Santo, ou seja, não é uma pessoa encarnada, mas sim de natureza espiritual. Então, nós espíritas, acreditamos que Jesus cumpriu sua promessa, voltando através do Espiritismo, ou seja, pela doutrina ditada pelos Espíritos, através de vários médiuns, e organizada por Kardec.
ENTÃO O ESPIRITISMO É A RELIGIÃO DO FUTURO? Segundo Léon Denis, o Espiritismo não é a religião do futuro, mas o futuro das religiões, ou seja, as religiões se renderão a reencarnação, a comunicação com os "mortos", terão uma ligação direta entre a criatura e o Criador, sem intermediários, sem rituais, sem pagamentos, sem trocas, sem barganhas, sem superstições e sem sacerdócio profissional.
O Espiritismo veio relembrar os ensinamentos de Jesus (confirmar sua missão), permanecer conosco (não em pessoa, mas espiritualmente), conduzir a toda a verdade (que antes não suportaríamos).
Mas é exatamente o que o Espiritismo faz, por meio das manifestações dos bons Espíritos. Invisíveis mas atuantes, longe de negar ou destruir o Evangelho. Faz com que adoremos a Deus pela elevação do pensamento a Ele, com fervor e com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, sem precisarmos de qualquer manifestação exterior para cultos, pois o principal templo para culto da Presença Divina é a CONSCIÊNCIA.
Portanto, o Reino, como ensina Jesus, é uma realização interior, uma construção íntima, uma disposição para cumprir as leis divinas, que se resumem no amor e se exprimem no serviço ao semelhante. Onde as pessoas cumprem essa orientação, instala-se o Reino, alicerçado em seus corações.
Como disse irmão X, através da psicografia de Chico Xavier: "Cada um de nós é um mundo, onde o Cristo deve renascer." Portanto, preparemos este mundo, para que Ele renasça em nós, ou seja, que nossos atos, palavras e pensamentos lembrem a presença Dele. Então, a volta de Jesus será simbólico, ou seja, Ele estará presente em nossas ações, ou melhor, nossas ações lembrarão Jesus.
Acreditamos que, a vinda do Cristo se dará na continuação que daremos naquilo que Ele fez e pediu que fizéssemos. Como cultivar a solidariedade, para que desapareçam as diferenças sociais, os preconceitos, as lutas de classes, as disputas, os crimes, as explorações. Daí, um mundo novo se instalará na Terra.

GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC

SONO E SONHOS NA VISÃO ESPÍRITA

OBSERVAÇÃO: NÓS NÃO INTERPRETAMOS SONHOS.




É no momento do sono que nosso espírito se desprende do corpo físico, permanecendo ligado por um cordão fluídico, e assume suas capacidades espirituais.
Como está descrito no Evangelho Segundo o Espiritismo, "o sono foi dado ao homem para a reposição das forças orgânicas e morais. Enquanto o corpo recupera as energias que perdeu pela atividade no dia anterior, o espírito vai se fortalecer entre outros espíritos".
Por isso a importância de termos uma conduta moral aplicada, com boas companhias, leituras e músicas. Nossas companhias do dia serão as da noite, ou seja, o nosso pensamento vai atrair espíritos encarnados ou desencarnados que tenham a mesma sintonia que a nossa.
É através dos sonhos que temos contato com amigos, parentes, instrutores e desafetos. Dessa forma, precisamos aproveitar o máximo para podermos ser esclarecidos sobre as dificuldades que estamos passando. É através dessa conversa que teremos com esses espíritos afins que poderemos, no dia seguinte, estarmos aptos a tomar decisões mais precisas. Mesmo não lembrando do sonho na maioria das vezes, através de uma visão, uma frase ou uma conversa, podemos lembrar de algo que nos foi elucidado durante o sonho e, assim, podermos tomar a decisão correta.
Existem sonhos proféticos, em que a pessoa tem visões de acontecimentos futuros? A experiência diz que sim. A Bíblia é um repositório de fatos dessa natureza. Destaque especial para os sonhos do faraó, interpretados por José, filho de Jacó, sobre anos de fartura e escassez que se aproximavam.
Os sonhos do faraó falavam particularmente em sete vacas gordas e sete vacas magras, algo nebuloso. É assim mesmo? Sonhos proféticos exprimem, geralmente, intervenção de mentores espirituais. Eles não falam de forma simbólica, mas a pessoa registra como simbolismo, em face da dificuldade em fazer a transposição de uma experiência extracorpórea para o cérebro físico.
Por que isso acontece? Nosso cérebro tem registro objetivo apenas para experiência que passam pelos cinco sentidos – tato, paladar, olfato, visão e audição. Essa é uma das razões pelas quais não lembramos das existências anteriores. Ao reencarnar, ficamos na dependência de cérebro “zero-quilômetro, sem registros do pretérito. Algo semelhante ao que ocorre em relação às nossas atividades no plano espiritual, durante o sono.
É sempre assim? Há exceções, envolvendo pessoas dotadas de uma mediunidade especial, chamada onirofania, que permite o registro objetivo das experiências vividas no mundo espiritual durante as horas de sono. Exemplos típicos são os sonhos de José, pai de Jesus, que, em inúmeras oportunidades, foi orientado durante o sono por Gabriel, mentor espiritual de elevada hierarquia que o acompanhava.
Pode não se cumprir um sonho profético? Sim, mesmo porque, não raro, sonhos premonitórios apenas exprimem uma fantasia relacionada com nossas preocupações. Um familiar viaja. Apreensivos, sonhamos com um acidente. A premonição pode apenas exprimir um aviso da Espiritualidade para que sejamos cuidadosos. É como se nossos mentores avisassem: “Há problemas na estrada. Seja prudente! Vá com cuidado.”
Há premonições que não são meros avisos, mas a antecipação de algo que fatalmente ocorrerá? Sim, envolvendo situações difíceis, doenças, peoblemas e até a morte. Ex.: O presidente Lincoln sonhou que acordava em plena noite e, dirigindo-se ao salão principal da Casa Branca, notou que havia um velório. Perguntou a um soldado, que lhe respondeu que era do presidente, que fora assassinado. Comparecendo a um teatro, naquele mesmo dia, Lincoln foi morto num atentado.
Há diversos estudos sobre os sonhos na parapsicologia, tentando desvendar esse enigma que nos afeta sempre que acordamos na intenção de decifrarmos algo que às vezes é um sinal, outras não passa de meras imagens sem significado. Antigamente, os sonhos eram considerados visões proféticas e reveladoras do futuro, onde homens entravam em contato com deuses e demônios. Muitas vezes, suas interpretações ligavam-se a superstições, numerologia, crendices, astrologia, entre outros.
Ainda hoje, pessoas aproveitam da ignorância dos homens sobre o assunto e ganham dinheiro fácil na interpretação dos sonhos de quem as procura com o intuito de decifrá-los. Assim, tornam-se vulneráveis nas mãos de gente insensata ou espíritos zombeteiros, levianos e obsessores.

Portanto, NÓS ESPÍRITAS NÃO INTERPRETAMOS OU BUSCAMOS A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS. Mas, respeitamos aqueles que buscam e acreditam.

RETIRADO DO SITE GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC


TIPOS DE SONHOS - Therezinha oliveira

Há 3 tipos de sonhos: fisiológicos, psicológicos e espirituais. 

Fisiológico: é aquele que dramatiza algo que acontece com nosso corpo. Se está frio e nos descobrimos, sono pesado, sem despertar poderemos nos ver num campo de neve, tiritando. Pessoas com incontinência urinária sonham que estão satisfazendo essa necessidade fisiológica, enquanto molham a cama. 
Psicológico: é aquele que exprime nossos estados íntimos. Nos velhos tempos, em que não havia os recursos da informática, eu (Richard Simonetti) passava dias e dias procurando diferenças nas fichas gráficas de contas correntes, no Banco do Brasil, onde trabalhava. Á noite, sempre me via, durante o sono, na agência, repetindo intermináveis verificações. Era a dramatização de meu envolvimento com aquele problema.
Espiritual: é a lembrança de uma atividade desenvolvida pelo Espírito no mundo espiritual durante o sono. Kardec denomina essa situação como “emancipação da alma”.
Como podemos distinguir o sonho? Os sonhos de caráter fisiológico ou psicológico são fugidos, mal delineados. Os sonhos espirituais são mais nítidos, mais claros. Guardamos melhor. E um detalhe: geralmente são coloridos, o que não costuma ocorrer com as demais formas, que se apresentam em preto e branco.
E os sonhos repetitivos? Sonhos repetitivos chamam-se “recorrentes”. Geralmente envolvem uma experiência dramática, em passado próximo, na vida atual ou remoto, em vidas anteriores. Esses registros, sepultados no inconscientes, podem aflorar na forma de sonhos, principalmente quando passamos por alguma tensão ou preocupação exacerbada.

Às vezes, nada lembramos dessa vivência espiritual, porque, durante ela, o cérebro físico não foi utilizado e depois, no retorno ao corpo, a matéria deste, pesada e grosseira, também não permitiu o registro das impressões trazidas pelo espírito.
Outras vezes lembramos apenas a impressão do que nosso espírito experimentou à saída ou no retorno ao corpo. Se essas lembranças se misturarem aos problemas fisiopsíquicos, tornam-se confusas, incoerentes.
Quando necessário, os bons espíritos atuam de modo especial sobre nós para que, ao acordar, lembremos algo de maior importância tratado ao mundo espiritual. Mesmo que não lembremos tudo perfeitamente, do que nos sugere idéias, ações.
Os espíritos maus também podem fazer o mesmo se, pelo nosso modo de viver, tivermos concedido a eles essa ascendência sobre nós.
RETIRADO DO SITE  GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC