Devemos agradecer a Deus sempre... por tudo!
Podemos orar a Deus para louvá-Lo (o que raramente fazemos), para agradecer (o que geralmente esquecemos...) e para pedir (o que mais fazemos!).
Em relação às preces de agradecimento, geralmente nos lembramos de agradecer somente por aquilo de bom que nos tenha acontecido. Raramente fazemos uma prece a Deus para agradecer pelas dificuldades, pelas aflições ou pelos obstáculos que encontramos em nossa vida. Agradecemos quando recuperamos a saúde mas não quando ficamos doentes; agradecemos quando nossa situação financeira está razoavelmente equilibrada, mas não quando estamos em dificuldades materiais; agradecemos sempre pela vitória mas nunca pela derrota; agradecemos pelos familiares e amigos com os quais nos afinamos mas não por aqueles que nos causam preocupações e aborrecimentos. E por aí vai... a lista é grande!
Por que será que temos tal postura diante de Deus? Isso acontece porque ainda trazemos um vício mental, o qual carregamos pelos séculos: a de que as nossas dores e dificuldades são castigos de Deus. Ainda sentimos o Criador como um juiz e ainda consideramos o sofrimento como um castigo para nossos pecados. Quanto atraso espiritual e quantos sentimentos de culpa temos acrescentado em nossa vida devidos a essa maneira de pensar, a qual, de certa forma, nos tem sido imposta ao longo de centenas de anos!
Porém, com a Doutrina Espírita, que nos recorda e explica os ensinamentos de Jesus de uma forma racional, baseada no bom senso e na lógica, na justiça e na misericórdia divinas, estamos aprendendo a encarar os sofrimentos da vida de uma maneira bem diferente.
É na obra "Céu e Inferno", de Allan Kardec, que encontramos essa nova maneira de compreender a necessidade do sofrimento. Os Benfeitores Espirituais ensinam que as dificuldades da vida são lições das quais necessitamos para nos equilibrarmos diante da justiça divina, servindo igualmente para o desenvolvimento das potencialidades que ainda estão adormecidas em nós. Kardec esclarece que o Espiritismo nos oferece, para toda dor, uma causa justa e um objetivo útil. E acrescenta que, no atual estágio evolutivo em que nos encontramos, não conseguimos evoluir de outra forma; as dificuldades, os obstáculos, as dores, as aflições, representam oportunidades de regeneração mas também de aperfeiçoamento.
Encarando dessa forma, chegamos a conclusão de que devemos agradecer a Deus por tudo, pelas alegrias e pelas tristezas, pela saúde e pela doença, pelos sucessos e insucessos, pelos amigos e inimigos, pois sabemos agora que todas essas situações representam oportunidades de progresso espiritual. Isso nos leva a não perdermos a esperança, nem a fé e nem a confiança nos propósitos divinos a nosso respeito.
Depois da tempestade vem a bonança, diz o refrão... Depois de nossas lutas, sairemos delas mais experientes, mais fortalecidos e, sobretudo, mais compreensivos em relação ao sofrimento do nosso semelhante. Portanto, quando orarmos, não nos esqueçamos de agradecer igualmente pelas dificuldades e aflições da vida...
Depois da tempestade vem a bonança, diz o refrão... Depois de nossas lutas, sairemos delas mais experientes, mais fortalecidos e, sobretudo, mais compreensivos em relação ao sofrimento do nosso semelhante. Portanto, quando orarmos, não nos esqueçamos de agradecer igualmente pelas dificuldades e aflições da vida...
Maria Dolores, poetisa baiana, escreveu várias poesias através da mediunidade de Chico Xavier. Uma delas se chama "Prece de Louvor", mas um louvor diferente, publicada no livro "Coração e vida", a qual transcrevemos abaixo:
PRECE DE LOUVOR
No louvor que te ofertamos,
Pelas bençãos que nos dás,
Na forma de luz e paz,
Esperança, fé e amor,
Cantamos nós igualmente,
- Jesus, por todas as crises,
Das horas menos felizes,
Louvado sejas, Senhor!
Pelos instantes de angústia,
Que a tristeza nos descerra,
Quando encontramos na Terra,
Tribulações a transpor;
Pela ferida que sangra,
Quando a dor nos fere o peito,
Por qualquer sonho desfeito,
Louvado sejas, Senhor!
Pelas fadigas da luta
Que travamos dentro em nós,
Quando nos vemos a sós
Varando sombra e amargor;
Pelos calvários da vida,
Pela cruz com que nos levas,
Varando provas e trevas,
Louvado sejas, Senhor!
(Tema apresentado na reunião pública do dia 29 de novembro de 2010)
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