domingo, 31 de março de 2013


RESSURREIÇÃO DE JESUS NA VISÃO ESPÍRITA




No terceiro dia pela manhã (domingo), a terra treme e um anjo (espírito) desce do céu e afasta a pesada pedra. Os soldados ficam assustados e caem no chão. Quando conseguem se refazer correm à cidade.

 Naquela mesma hora, Maria Madalena e outras amigas de Jesus, correm ao túmulo com aromas para ungi-Lo. 

No caminho indagam como vão fazer para abrir o túmulo, mas quando chegaram ali o túmulo já estava aberto. 

Pensando que alguém houvesse roubado o corpo Dele, Maria corre a Jerusalém para contar a Pedro e João. 

Mas as outras entram e vêem um anjo sentado ali que dizia: “Não se assustem! Jesus ressuscitou, vão contar aos outros.” 

Pedro e João ficam estarrecidos com a notícia e correm para lá. Quando chegam ao local só encontram a roupa Dele.

 De repente Jesus aparece e vai ao encontro das mulheres e diz: “

Alegrem-se!” Elas se aproximam e se ajoelham diante de Jesus.

Depois Jesus apareceu aos seus discípulos e para outros ao longo de quarenta dias (Atos 1:3). Com isso, provavelmente, os estava preparando para terem plena convicção na sobrevivência da alma e para irem se acostumando com sua ausência física sem duvidarem de que, mesmo invisível, ele continuava a assisti-los espiritualmente. 

Assim foi, até que se despediu materialmente deles (ascensão de Jesus). E, erguendo as mãos, abençoou os discípulos e, enquanto assim fazia, “ia-se retirando deles, sendo elevado para os céu”, até que “uma nuvem o encobriu de seus olhos” (as materializações sempre se dissolvem em uma nuvem de ectoplasma). 

Então, tomados de grande júbilo, voltaram para Jerusalém; e sempre iam ao templo, louvando a Deus. Depois de receberem a manifestação do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, pregaram por toda a parte, “cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam.”
 
 
COMO O ESPIRITISMO EXPLICA A RESSURREIÇÃO DE JESUS?
Os teólogos medievais resolveram dizer que o corpo de Jesus transportou-se do plano físico para o espiritual. 

À luz do Espiritismo, hoje é mais fácil entender que:

1) O espírito não morre com o corpo físico, ele pode ressurgir (surgir de novo, reaparecer) aos olhos dos encarnados, dos que ainda vivem neste mundo utilizando o perispírito. Há vários relatos na Bíblia de aparições de desencarnados (mortos) conversando com encarnados (vivos).


2) Não é o corpo de carne que ressurge, mas o espírito com seu perispírito (corpo fluídico) e este pode guardar ou não as aparências do físico anterior, conforme o espírito as mentalize ou não. 

Exemplo: André Luiz ressurgiu com a aparência da última encarnação;

 Já Emmanuel não ressurgia com a aparência da última encarnação, mas da encarnação que mais marcou sua vida, que foi quando viveu na época de Jesus, relatado no livro “Há dois mil anos”.


3) O reaparecimento do espírito no plano terreno se dá em diferentes graus, desde a simples visão (chamado de vidência) até a aparição (visível, mas intangível, ou seja, vê mas não pode tocar) e a materialização (visível e tangível, ou seja, vê e pode tocar), como aconteceu com Tomé.


Poderíamos acrescentar que o espírito também ressurge quando se comunica através de um médium ou quando vem a reencarnar.

Então, Jesus apareceu com seu perispírito. Basta observar a passagem relatada por Mc 16:4/18; Lc 24:36/49; Jo 20:19/23; onde as portas da casa onde os discípulos se encontravam estavam trancadas, porque eles tinham medo da perseguição dos judeus. 

E ainda estavam eles falando dessas coisas, quando Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz seja convosco!”

Como teria Jesus entrado, se as portas estavam trancadas? 

Sendo fluídico o corpo com o qual ressurgira, não encontrava qualquer obstáculo nas paredes ou portas trancadas.



 
Compilação de Rudymara retirado do Evangelho (Novo Testamento) e do livro Estudos Espíritas do Evangelho de Therezinha Oliveira


AOS ENFRAQUECIDOS NA LUTA


Almas enfraquecidas, que tendes, muitas vezes, sentido sobre a fronte o sopro frio da adversidade, que tendes vertido muito pranto nas jornadas difíceis, em estradas de sofrimento, buscai na fé os vossos imperecíveis tesouros.

Bem sei a intensidade de vossa angústia e sei da vossa resistência ao desespero.

Ânimo e coragem!

No fim de todas as dores, abre-se uma aurora de ventura imortal; dos amargores experimentados, das lições recebidas, dos ensinamentos conquistados à custa de insano esforço e de penoso labor, tece a alma a sua auréola de imortalidade luminosa; eis que os túmulos se quebram e da paz, além das cinzas e das sombras dos jazigos, emergem as vozes comovedoras dos supostos mortos.

Escutai-as!... Elas vos dizem da felicidade do dever cumprido, dos tormentos da consciência culpada, das obrigações que nos fazem necessárias.

Orai, trabalhai e esperai.

Palmilhai todos os caminhos da prova com destemor e serenidade.

As lágrimas que dilaceram, as mágoas que pungem, as desilusões que fustigam o coração, constituem elementos atenuantes das nossas imperfeições no Tribunal Augusto, onde pontifica o mais justo, magnânimo e íntegro dos juizes.

Sofrei e confiai que o silêncio da morte é o ingresso em outra vida, onde todas as ações estão contadas e gravadas com as menores expressões nos nossos pensamentos.

Amai muito, embora com amargos sacrifícios, porque o amor é a única moeda que assegura a paz e a felicidade no Universo.

Livro: Visão Nova - Francisco Cândido Xavier - Autores Diversos



O que é o Espiritismo-Não forçais ninguém.


“O Espiritismo se dirige aos que não crêem ou que duvidam, e não aos que têm fé e a quem essa fé é suficiente; 
 
Ele não diz a ninguém que renuncie às suas crenças para adotar as nossas, e nisto é conseqüente com os princípios de tolerância e de liberdade de consciência que professa. 
 
Por esse motivo não poderíamos aprovar as tentativas feitas por certas pessoas para converter às nossas idéias o clero, de qualquer comunhão que seja. 
 
Repetiremos, pois, a todos os espíritas:" Acolhei com solicitude os homens de boa vontade; oferecei a luz aos que a procuram, porque com os que creem não sereis bem-sucedidos"; 
 
Não façais violência à fé de ninguém, muito mais quanto ao clero que aos seculares, porque semeareis em campos áridos; 
 
Ponde a luz em evidência, para que a vejam os que quiserem ver; 
 Mostrai os frutos da árvore e deles dai de comer aos que têm fome e não aos que se dizem saciados.”
 
Estes conselhos, como todos os de Allan Kardec, são claros, simples e sobretudo práticos; cumpre que deles nos recordemos e os aproveitemos oportunamente.
 
Fonte: Livro – O que é o Espiritismo (Allan Kardec)

sábado, 30 de março de 2013


Lição em Jerusalem


Muito significativa a entrada gloriosa de Jesus em Jerusalém, de que o texto evangélico nos fornece a informação. A cidade conhecia-o, desde a sua primeira visita ao Templo, e muita gente, quando de sua passagem por ali, acorria, pressurosa, a fim de lhe ouvir as pregações. 
O povo judeu suspirava por alguém, com bastante autoridade, que o libertasse dos opressores. Não seria tempo da redenção de Israel? 
A raça escolhida experimentava severas humilhações. O romano orgulhoso apertava a Palestina nos braços tirânicos. Por isso, Jesus simbolizava a renovação, a promessa.
 Quem operara prodígios iguais aos dele? Profeta algum atingira aquelas culminâncias. 
A ressurreição de Lázaro, enfaixado no túmulo, com sinais evidentes de decomposição cadavérica, espantava os mais ilustres descendentes de Abraão. Nem Moisés, o legislador inesquecível, conseguira realização daquela natureza. E o povo, naqueles dias de festa tradicional, se dispôs a homenageá-lo, em regra. Receberia o profeta com demonstrações diferentes. Mostraria aos prepostos de César que Jerusalém não renunciava aos propósitos de libertação, ciosa de sua autonomia, e, agora, mais que nunca, possuía um chefe político à altura dos acontecimentos.

Jesus, certamente, não atenderia às imposições dos sacerdotes e nem se submeteria ao suborno, ante as promessas douradas dos áulicos imperiais.

Em vista disso, quando o Mestre saiu de Betânia, a caminho da cidade, alinharam-se fileiras de populares, saudando-o festivamente.

Anciões de barbas encanecidas acompanhavam o coro dos jovens: – “Hosanas ao filho de David!” As mulheres gritavam, entusiasticamente, amparando criancinhas a sustentarem, com graça, verdes ramos de palmeira.

Os discípulos, ladeando o Mestre, sentiam o efêmero júbilo provocado pelo mentiroso incenso da multidão. Os fiéis galileus, guindados inesperadamente ao cume da popularidade, inclinavam-se com desvanecimento, embriagados pelo triunfo.

De espaço a espaço, esse ou aquele patriarca fazia sinais a Pedro, Filipe ou João, convidando-os a se pronunciarem discretamente:

– Quando se manifestará o Messias?

Os interpelados assumiam atitude de orgulhosa prudência e respondiam, quase sempre, a mesma coisa:

– Estamos certos de que a homenagem de hoje é decisiva e o Messias dar-nos-á a conhecer o plano das nossas reivindicações.

Jesus agradecia aos manifestantes de Jerusalém com o olhar, mostrando, porém, melancólicos sorrisos.

Demonstrando compreender a situação, logo após convocou os discípulos para uma reunião mais íntima, em que lhes diria algo de grave.

Interpelados por alguns amigos, Tiago e João, filhos de Zebedeu, informaram quanto ao anúncio do Mestre. Discutiria as questões do presente e do futuro, e, possìvelmente, seria mais claro nas definições políticas da ação renovadora.

Por esse motivo, enquanto o Cristo e os companheiros tornavam a refeição frugal do cenáculo, verdadeira multidão apinhava-se, discreta, nas adjacências. O povo aguardava informações do colégio apostólico, entre aansiedade e a esperança.

Finda a reunião, e enquanto Jesus e Simão Pedro se demoravam em confidências, seis discípulos vieram, cautelosos, à via pública. A fisionomia deles denunciava preocupações e desencanto.

Começaram os comentários, entre os intelectualistas de Jerusalém e os pescadores da Galiléia.

– Que disse o profeta? – perguntou o patriarca, chefe daquele movimento de curiosidade – explicou-se, afinal?

– Sim – esclareceu Filipe com benevolência.

– E a base do programa de nossa restauração política e social?

– Recomendou o Senhor para que o maior seja servo do menor, que todos deveremos amar-nos uns aos outros.

– O sinal do movimento? – indagou o ancião de olhos lúcidos.

– Estará justamente no amor e no sacrifício de cada um de nós – replicou o apóstolo, humilde.

– Dirigir-se-á imediatamente a César, fundamentando o necessário protesto?

– Disse-nos para confiarmos no Pai e crermos também nele, nosso Mestre e Senhor, – Não se fará, então, exigência alguma?

– exclamou o patriarca, irritado.

– Aconselhou-nos a pedir ao Céu o que pôr necessário e afirmou que seremos atendidos em seu nome – explicou Filipe, sem se perturbar.

Entreolharam-se, admirados os circunstantes.

– E a nossa posição? – resmungou o velho – não somos o povo escolhido da Terra?

Muito calmo, o apóstolo esclareceu:

– Disse o Mestre que não somos do mundo e por isso o mundo nos aborrecerá, até que o seu Reino seja estabelecido.

Espoucaram as primeiras gargalhadas.

– Mas o profeta – continuou o israelita exigente – não assinou algum documento, nem se referiu a qualquer compromisso com as autoridades?

– Não – respondeu Filipe, sincero ingênuo –, apenas lavou os pés dos companheiros.

Oh! para os filhos vaidosos de Jerusalém era demais. Surgiram risos e protestos.

– Não te disse, Jafet? – falou um antigo fariseu ao patriarca. – Tudo isso é uma farsa.

Um moço pedante afiançou, depois de detestável risada:

– Muito boa, esta aventura dos pescadores!

Dentro de alguns minutos, via-se a rua deserta.

Desde essa hora, compreendendo que Jesus cumpria, acima de tudo, a Vontade de Deus, longe de qualquer disputa com os homens, a multidão abandonou-o. Os discípulos, reconhecendo também que êle desprezava todos os cálculos de probabilidade do triunfo político, retraíram-se, desapontados. E, desde esse instante, a perseguição do Sinédrio tomou vulto e o Messias, sozinho com a sua dor e com a sua lealdade, experimentou a prisão, o abandono, a injustiça, o açoite, a ironia e a crucificação.

Essa, foi uma das ultimas lições dÊle, entre as criaturas, dando-nos a conhecer que é muito fácil cantar hosanas a Deus, mas muito difícil cumprir-lhe a Divina Vontade, com o sacrifício de nós mesmos.

Autor
Irmão X

CASAR – SE


Emmanuel

Não basta casar-se. Imperioso saber para quê.

Dirás provavelmente que a resposta é óbvia, que as criaturas abraçam o matrimônio por amor.

O amor, porém, reclama cultivo. E a felicidade na comunhão afetiva não é prato feito e sim construção do dia-a-dia.

As leis humanas casam as pessoas para que as pessoas se unam segundo as Leis Divinas.

- * -

Se desposaste alguém que te constituía o mais belo dos sonhos e se encontras nesse alguém o fracasso do ideal que acalentaste, é chegado o tempo de trabalhares mais intensivamente na edificação dos planos que ideaste de início.

- * -

Ergueste o lar por amor e tão-só pelo amor conseguirás conservá-lo.

Não será exigindo tiranicamente isso ou aquilo de quem te compartilha o teto e a existência que te desincumbirás dos compromissos a que te empenhaste.

- * -

Unicamente doando a ti mesmo em apoio da esposa ou do esposo é que assegurarás a estabilidade da união em que investiste os melhores sentimentos.

Se sabes que a tolerância e a bondade resolvem os problemas em pauta, a ti cabe o primeiro passo a fim de patenteá-las na vivência comum, garantindo a harmonia doméstica.

- * -

Inegavelmente não se te nega o direito de adiar realizações ou dilatar o prazo destinado ao resgate de certos débitos, de vez que ninguém pode aceitar a criminalidade em nome do amor. Entretanto, nos dias difíceis do lar recorda que o divórcio é justo, mas na condição de medida articulada em última instância. E nem te esqueças de que casar-se é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges na vida permutada, de coração para coração, na qual o casamento se lança sempre para Mais Alto, em plenitude de amor eterno.

Do livro: Na Era do Espírito

  Justiça da reencarnação                     




            "Todos os espíritos tendem à perfeição e Deus lhes fornece os meios pelas provas da vida corpórea; mas, em sua justiça, lhes faculta realizar em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.

            Não estaria de acordo com a eqüidade, nem de acordo com a bondade de Deus, castigar para sempre aqueles que encontraram obstáculos ao seu progresso, independentemente da sua vontade, no próprio meio em que foram colocados. Se o destino do homem está irrevogavelmente fixado após a sua morte, Deus não teria pesado as ações de todos na mesma balança e não os teria tratado com imparcialidade.

            A doutrina da reencarnação, isto é, aquela que admite para o homem várias existências sucessivas, é a única que responde à idéia que fazemos da justiça de Deus em relação aos homens colocados em uma condição moral inferior, a única que nos explica o futuro e fundamenta nossas esperanças, pois que nos oferece o meio de resgatar nossos erros através de novas provas."
Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos,
comentário à questão 171

Houve a Ressurreição!

Há dois mil anos atrás, 
um homem veio ao mundo disposto a ser o maior exemplo de amor e verdade que a humanidade conheceria. 
Sua proposta de vida não foi entendida por muitos e então, condenaram este homem e crucificaram-no, 
ignorando todos os seus propósitos de um mundo melhor. Houve dor, angústia e escuridão. 
Por três dias, o sol se recusou a brilhar, a lua se negou a iluminar a Terra, é que no terceiro dia algo aconteceu... 
Houve a Ressurreição! 
A Páscoa existe para nos lembrar deste espetáculo inigualável chamado ressurreição! 
Páscoa... 
Ressurreição do sorriso... 
Ressurreição da alegria de viver... 
Ressurreição do amor... 
Ressurreição da amizade... 
Ressurreição da vontade de ser feliz. 
Ressurreição dos sonhos, das lembranças 
e de uma verdade que está acima dos ovos de chocolate 
ou até dos coelhinhos: 
Cristo morreu, mas ressuscitou 
e fez isso somente para nos ensinar a matar os nossos piores defeitos e ressuscitar as maiores virtudes sepultadas no íntimo de nossos corações.
Que esta seja a verdade da sua Páscoa.
 Feliz Páscoa para todos  .  Muita  paz...

Desconheço a autoria

quarta-feira, 20 de março de 2013


Princípios Espíritas


O Espiritismo ensina, sustenta e comprova que Deus existe e "é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas".
Deus, espírito e matéria são os elementos gerais do Universo.A natureza íntima do Criador é, ainda, para nós, nos atuais estágios evolutivos, inacessível à nossa compreensão. Sabemos, apenas, que sobrepaira sobre tudo que existe em toda parte e que Suas leis são soberanas, muitas delas desconhecidas da Humanidade terrena. Outro componente da trintade universal é o espírito, do qual também pouco sabemos. Comanda os pensamentos e ações do ser humano quando individualizado, por meio de sua vontade e livre-arbítrio, dirigindo os fluidos provindos do fluido universal de onde promanam todas as coisas. O terceiro elemento universal é a matéria, mais ou menos densa, da qual faz parte nosso corpo físico, morada provisória da alma imortal. A Ciência, nos rumos da evolução, desbrava o desconhecido e muitas noções são alcançadas para auxiliar a alma na caminhada para sua destinação: a perfeição. O Espírito, a fim de que possa atuar sobre a matéria mais grosseira, se serve de outra menos densa, a fluídica, a qual, no que se refere ao ser humano, recebeu na Codificação Kardequiana a denominação de "perispírito", ligado ao corpo físico molécula a molécula por ocasião da concepçãono ventre materno, no majestoso processo divino da formação da vida, exclusivamente originária da Suprema Sabedoria.Procede da Doutrina Espírita a lição de que o Espírito, também denominado alma, é criado "simples e ignorante", mas as suas origens se perdem nas noites do passado distante. "É o ser inteligente da criação"... "Uma chama, um clarão, uma centelha". O princípio inteligente existente no Universo é inegável.O Espírito é a "individualização" desse princípio conforme esclarece a Doutrina, mas a sua criação pertence aos domínios de Deus e está fora dos limites da nossa atual compreensão, podendo-se, apenas, formular teorias para explicá-la. A que parece estar mais concorde com a razão é a que expõe que o princípio inteligente inicia sua jornada nos reinos inferiores da Natureza, progredindo até atingir o reino humano, quando se individualiza e adquire o livre-arbítrio. A própria Doutrina Espírita enfatiza que há certos mistérios ainda inacessíveis à nossa precária compreensão. A natureza íntima do Criador, as origens da matéria e do Espírito, o infinito do Universo, são exemplos típicos. As vaidades, muitas vezes, se insurgem contra tal realidade e buscam criar sistemas individuais, sem, contudo, contarem com a aprovação dos Espíritos encarregados da Terceira Revelação. Impõe-se, pois, a separação das opiniões pessoais das verdades já reveladas a fim de se manter resguardada a responsabilidade doutrinária, a pureza e autenticidade do que por ora nos é concedido entender. O Espiritismo não consagra ou sanciona milagres, nem mesmo certos mistérios.Os primeiros ele os explicita à luz de leis naturais, e os segundos, os mistérios, situa-os fora do alcance da nossa atual compreensão. Incumbe, pois a nós, ainda não capacitados a poder entendê-los, admitir que pertencem aos domínios divinos. Somente a compreensão aprimorada irá explicá-los. Há necessidade de aceitar isso com humildade, o que também é de difícil conquista, dada a arrogância humana. Observando-se os reinos inferiores da Natureza, percebem-se certas aproximações de caracteres entre eles e o humano. Até mesmo o mineral não foge a certa similitude. No vegetal ela se acentua. Há plantas benfazejas, inúteis, úteis e até nocivas e venenosas, como as criaturas humanas. Há as que sugam as energias das outras exatamente como constatamos em processos obsessivos. Há espécies dotadas de sensibilidade evidentes e zoófitos que despertam atenção.Árvores que produzem bons frutos e outra frutos ruins. As que nada oferecem a não ser seu lenho e sua função. Vegetais que alimentam a vida e ervas daninhas que atrapalham e incomodam, inúteis, portanto, tais como as pessoas desviadas dos caminhos do bem e dedicadas à à destruição e à perversidade. Os animais inferiores, do mesmo modo, mantêm a acentuada evidência de que há um princípio conducente a Deus em tudo que existe. Alguns de instintos mais aperfeiçoados do que outros e até denotando certo grau de inteligência. São eles os prestimosos auxiliares do homem. Na Natureza tudo se encadeia. O Espiritismo tem por fundamento a existência de Deus, dos Espíritos e das Leis Naturais que regulam a vida e tudo que existe no Universo. É, portanto, doutrina natural. À medida que outras leis ainda desconhecidas são desvendadas, ampliam-se, conseqüentemente, as fontes benfeitoras sobre nossas vidas. Em verdade não existe ninguém rigorosamente materialista porque no imo de cada ser humano há uma centelha provinda do Criador que jamais se apaga, a alma. Entretanto, é inegável que facções da Humanidade se fixam na convicção enganosa que nada há além da matéria; todavia, mesmo esta se conserva às vezes fora do alcance de suas concepções, pois existe em outros estados que escapam aos limitados sentidos humanos, já devidamente confirmados pela Ciência tradicional.
Todos estamos subordinados ao axioma da existência. A Doutrina Espírita parte dessa realidade. Estacionar aí não satisfaz à natureza humana dotada de racionalidade, de inteligência, de vontade, de livre arbítrio. Esses e outros atributos fazem-na progredir, aperfeiçoar-se. Esta e a lei natural que rege a todos, ateus ou não, e a tudo que existe, queiramos ou não. Tais princípios são incontestáveis. A grandiosidade dessa Doutrina é incomensurável. Encaminha as pessoas esclarecendo-as. Respeita o livre arbítrio de cada uma mostrando-lhe, com antecedência, as conseqüências de seus procedimentos em face das leis que governam o Universo. Jamais se fixa em discussões vazias e estéreis. Clareia a via comum a todos e aguarda os retardatários, sejam eles niilistas, espíritas, católicos, protestantes ou de que seita ou religião forem. É a Religião que visa a reunir todas as criaturas em torno do Criador e da Verdade.
Há quem se apraz em atar-se a vaidades, em fazer com que prevaleçam seus entendimentos, em perder tempo com sofismas e sortilégios, em desarmonizar com discussões descabidas e inócuas, em lutas inglórias, opondo-se a seus próprios interesses de evolução. Tudo isso faz parte da vida. Tudo, enfim, está sob controle da soberana, augusta e insofreável vontade de Deus e da Sua Misericordiosa Justiça.
Washington Borges de Souza
Texto extraído da Revista "Reformador", Maio 1999.

terça-feira, 19 de março de 2013


O Passe




Os médiuns e as pessoas que dão passes não devem ser viciadas no fumo, no álcool etc., para que,
juntamente com seu próprio fluido, não transfiram para os doentes as emanações naturais desses tóxicos,
que produzem males inúmeros aos organismos doentes e sensíveis;Também não devem dar passes quando
estiverem doentes, fracos ou intoxicados por excessos de alimentação ou medicamentos, porque,transferirão para os doentes esses venenos orgânicos; E, ainda, quando estiverem espiritualmente perturbados, vitimados por encostos, obsessões etc., porque além dos seus fluidos, já de si mesmos prejudiciais, ainda transferirão para o doente os fluidos maus dos espíritos perturbadores com os quais estejam em contato.Portanto, os aplicadores de passes devem comparecer aos trabalhos conscientes da sua tarefa de doadores porque, através dos aplicadores o passe magnético poderá se tornar:
UMA CARIDADE AMOROSA E RESPONSÁVEL.
   Passes e radiações-Edgard Armond

terça-feira, 12 de março de 2013



   Deus Não Desiste...
   


       Você já se deu conta de que Deus nunca desiste?
Se ainda não havia percebido, observe o mundo ao seu redor.
Se você amanhece triste, Deus lhe oferece o canto dos pássaros, antes mesmo do amanhecer, pois seu canto sonoro se faz ouvir quando a noite ainda não se despediu por completo.
Se você se sente só no mundo, Deus lhe acena com inúmeras oportunidades de conhecer pessoas e fazer novas amizades, desfazendo essa sensação de abandono.
Deus nunca desiste...
Para aqueles que não gostam dos dias chuvosos, o Criador enfeita as folhas verdes com pequenas gotas brilhantes, como querendo mostrar que a chuva tem seus encantos e belezas.
Para quem não gosta dos dias quentes, Deus oferece o espetáculo dos insetos alados, em graciosa dança, a dizer que o verão tem sua graça.
Deus nunca desiste...
Aos Seus filhos que não apreciam os dias frios do inverno, Deus mostra as noites mais limpas e cravejadas de estrelas e os dias de céu mais azul, de todas as estações.
Deus nunca desiste...
Se você ainda hão havia percebido essa realidade, comece a olhar ao seu redor. Há muitos motivos para você acreditar que o Criador está sempre fazendo o máximo para que você perceba o Seu empenho.
Só no dia de hoje, quantas mostras da ação de Deus não se podem contemplar?!
Se, para você, o dia parece inútil, as situações sem graça e os problemas sem possibilidade de solução, pare e observe melhor.
Você notará uma árvore lhe oferecendo sombra, uma flor ofertando perfume, um pássaro cantando para você, uma borboleta o convidando a bailar... porque Deus nunca desiste.
Ainda que a morte se apresente como vencedora da vida...
Mesmo que se diga o ponto final da relação de amor que nos une a outros seres...
Ainda que se proclame devastadora de sentimentos e capaz de aniquilar sonhos...
Não se deixe levar por essa farsante cruel...
Porque do outro lado do túmulo a morte será desmascarada, porque Deus nunca desiste... e a vida segue estuante.
O Criador tem planos de felicidade para você...
E jamais desistirá, enquanto você não tomar posse dessa herança que lhe foi destinada.
Essa herança está depositada no íntimo de cada um de nós, e mesmo que os milênios se escoem, que nos pareça que jamais a conquistaremos, um dia a felicidade será realidade...
Deus nunca desiste...
Ainda que no dia de hoje você não tenha nenhuma conquista significante, que a tristeza lhe ronde as horas, que a alegria pareça distante e a esperança esteja de férias... Deus não desiste.
Quando o hoje partir e nada mais restar de suas horas, Deus lhe acenará com um novo dia, e novas oportunidades surgirão para que você dê mais um passo na direção da felicidade efetiva.
E se esta existência não for suficiente para você atingir a felicidade suprema, ainda assim, Deus não desistirá...
Uma nova oportunidade irá surgir... uma nova existência lhe será oferecida... e novamente teremos a prova de que Deus não desiste.
E se Deus não desiste é porque Ele ama cada filho Seu...
E se assim é, por que você, que é herdeiro desse Pai amoroso e bom, irá desistir?
Pense nisso e observe os acenos divinos em cada convite da vida para que você jamais deixe de caminhar na direção da luz.
... porque Deus, Deus nunca desiste.

Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, Coletânea v. 8 e 9, ed. Fep. Em 26.05.2008.    

sábado, 9 de março de 2013


A convivência perfeita




Mário Vicente era vidrado na idéia de famílias espirituais, que se sobrepõem às precárias ligações consangüíneas.
- Pois é - dizia, entusiasmado, a um confrade espírita - os espíritos tendem a formar grupos afins nos caminhos da vida.
- Reencarnam juntos?
- Sim, sempre que possível compondo lares ajustados e harmônicos, "um por todos e todos por um".
- Você vive com sua família espiritual?
Mário Vicente esboçou um sorriso triste:
- Quem me dera! Lá em casa nosso relacionamento funciona na base de "cada um por si e Deus por todos". Estamos longe de um entendimento razoável. É muita discussão, muita briga... Somos velhos adversários amarrados pelo sangue a fim de nos reconciliarmos.
- Recebeu alguma revelação?
- Não...nem seria preciso! Basta observar nossos conflitos.
- A barra é pesada?
- Bem... não é tanto assim. Gosto muito de minha mulher.
Até pensei, durante os primeiros tempos, fosse uma alma gêmea. Ela é dedicada ao lar, mãe prestimosa. Ocorre que é um tanto voluntariosa e, não raro agressiva. Faz tempestade em copo d'água. Considero a Ernestina meu teste de paciência. Nossos "santos" estranham-se freqüentemente.
- E os filhos?
- Adoro todos eles, mas são Espíritos imaturos que dão trabalho e não raro desgostos. Imagine que Pedro, o mais velho, envolveu-se com drogas! Júnior, o do meio, "aborrecente" típico, vive a me questionar; Jussara é delicada e sensível mas puxou o gênio da mãe. Se contrariada, sai de perto! Um horror!
- São seus credores. Cobram prejuízos que você lhes causou em vidas anteriores...
- Certamente! Estou consciente desse compromisso. Tento fazer o melhor, sustentando a estabilidade do lar. Às vezes perco o controle. Envergonho-me das brigas em que me envolvo... convenhamos, porém, que ninguém é de ferro...

Mário Vicente suspirou, emocionado:
- Sinto falta de um relacionamento familiar sustentado por legítima afinidade. Todos olhando na mesma direção, empenhados em cultivar a paz, o trabalho do bem, a amizade, a compreensão... Seria o paraíso! Vejo-me como um retardatário, preso a compromissos decorrentes de besteiras que andei cometendo purgando meus débitos. Certamente aprontei muito!
- Espera alcançar a família espiritual?
- Claro! Hei de cumprir minhas obrigações, fazendo o melhor, a fim de merecer um retorno ao convívio de meus queridos, em estágios mais altos... Tenho convicção de que uma companheira muito amada espera por meu sucesso nas provações humanas para nos reunirmos.

Animado por seus sonhos Mário Vicente esforçava-se para superar as dificuldades de relacionamento junto à esposa e filhos.
Tolerava suas impertinências. Fazia de tudo para ajudá-lo. Exercitava carinho e compreensão.
O atendimento dos compromissos junto à família humana haveria de lhe proporcionar o sonhado reencontro com a família espiritual.
Passaram-se os anos.
Os filhos casaram, vieram netos, ampliou-se o grupo familiar, sucederam-se os problemas mas nosso herói até que conseguiu sair-se relativamente bem, acumulando méritos.
Ao completar setenta e dois anos regressou à Pátria Espiritual.
Espírita esclarecido, não teve dificuldade para reconhecer-se fora do seu escafandro de carne, amparado por generosos benfeitores.
Após os primeiros tempos, já adaptado à nova situação procurou dedicado orientador da instituição socorrista que o abrigara. Foi logo pedindo, inspirado pelo ideal que acalentava:
- Estimaria, se possível, receber notícias de minha família espiritual...
- Seus familiares estão bem, nas lutas de sempre, sofrendo e aprendendo, como todos os homens.
- Estão reencarnados? Pensei que os encontraria aqui!
- Você conviveu com eles até alguns meses atrás. Não sabe que continuam na Terra?
-Não me refiro à família humana. Anseio abraçar os entes queridos de priscas eras, e sobretudo, a amada perdida nas brumas do passado...
O mentor sorriu:
- Falou bonito, mas está equivocado, meu amigo. Sua família espiritual é aquela que lhe marcou a experiência na Terra.

Fonte: Reformador - Março de 1997
Richard Simonetti

terça-feira, 5 de março de 2013


A Alimentação dos Desencarnados


Como se verifica a alimentação dos Espíritos desencarnados? 
Encarecendo a importância da respiração no sustento do corpo espiritual, basta lembrar a hematose do corpo físico, pela qual o intercâmbio gasoso se efetua com segurança, através dos alvéolos, nos quais os gazes se transferem do meio exterior para o meio interno, e vice-versa, atendendo à assimilação e desassimilação de variadas atividades químicas no campo orgânico.

O oxigênio que alcança os tecidos entra em combinação com determinados elementos, dando, em resultado, o anidrido carbônico e a água, com produção de energia destinada à manutenção das províncias somáticas. 

Estudando a respiração celular, encontraremos, junto aos próprios arraiais da ciência humana, problemas somente equacionáveis com a ingerência automática do corpo espiritual nas funções de veículo físico, porque os fenômenos que lhe são conseqüentes se graduam em tantas fases diversas que o fisiologista, sem noções do Espírito, abordá-los-á sempre com a perplexidade de quem atinge o insolúvel.

Sabemos que para a subsistência do corpo físico é imprescindível a constante permuta de substâncias, com incessante transformação de energia.

Substância e energia se conjugam para fornecer ao carro fisiológico os recursos necessários ao crescimento ou à reparação do contínuo desgaste, produzindo a força indispensável à existência e os recursos reguladores do metabolismo.

O alimento comum ao corpo carnal experimenta, de início, a digestão, pela qual os elementos coloidais indifusíveis, convertendo-se ainda as matérias complexas em matérias mais simples, acessíveis à absorção, a que se sucede a circulação dos valores nutrientes, suscetíveis de aproveitamento pelos tecidos, seja em regime de aplicação imediata, seja no de reserva, destinando-se os resíduos à expulsão natural.

A ciência terrena não desconhece que o metabolismo guarda a tendência de manter-se em estabilidade constante, tanto assim que, reconhecidamente, a despesa de oxigênio e o teor de glicemia em jejum revelam quase nenhuma diferença de dia para dia.

É que o corpo espiritual, comandando o corpo físico, sana espontaneamente, quando harmonizado em suas próprias funções, todos os desequilíbrios acidentais nos processos metabólicos, presidindo as reações no campo nutritivo comum.

Não ignoramos, desse modo, que desde a experiência carnal o homem se alimenta muito mais pela respiração, colhendo o alimento de volume simplesmente como recurso complementar de fornecimento plástico e energético, para o setor das calorias necessárias à massa corpórea e à distribuição dos potenciais de força nos variados departamentos orgânicos.

Abandonando o envoltório físico na desencarnação, se o soma'>psicossoma está profundamente arraigado às sensações terrestres, sobrevêm ao Espírito a necessidade inquietante de prosseguir atrelado ao mundo biológico que lhe é familiar, e, quando não a supera ao preço do próprio esforço, no auto-reajustamento, provoca os fenômenos da simbiose psíquica, que o levam a conviver, temporariamente, no halo vital daqueles encarnados com os quais se afine, quando não promove a obsessão espetacular.

Na maioria das vezes, os desencarnados em crise dessa ordem são conduzidos pelos agentes da Bondade Divina aos centros de reeducação do Plano Espiritual, onde encontram alimentação semelhante à da Terra, porém fluídica, recebendo-a em porções adequadas até que adaptem aos sistemas de sustentação da Esfera Superior, em cujos círculos a tomada de substância é tanto menor e tanto mais leve quanto maior se evidencie o enobrecimento da alma, porquanto, pela difusão cutânea, o corpo espiritual, através de sua extrema porosidade, nutre-se de produtos sutilizados ou tese'>sínteses quimioeletromagnéticas, hauridas no reservatório da Natureza e no intercâmbio de raios vitalizantes e reconstituintes do amor com que os seres se sustentam entre si.

Alimentação dos Desencarnados

Essa alimentação psíquica, por intermédio das projeções magnéticas trocadas entre aqueles que se amam, é muito mais importante que o nutricionista do mundo possa imaginar, de vez que, por ela, se origina a idealeuforia orgânica e mental da personalidade. Daí porque toda a criatura tem necessidade de amar e receber  amor para que se lhe mantenha o equilíbrio geral.

De qualquer modo, porém, o corpo espiritual, com alguma provisão de substância específica, ou simplesmente sem ela, quando já consiga valer-se apenas da difusão cutânea para refazer seus potenciais energéticos, conta com os processos da assimilação e da desassimilação dos recursos que lhe são peculiares, não prescindindo do trabalho de exsudação dos resíduos, pela epiderme ou pelos emunctórios normais, compreendendo-se, no entanto, que pela harmonia de nível, nas operações nutritivas, e pela essencialização dos elementos absorvidos, não existem para o veíulo psicossomático
determinados excessos e inconveniências dos sólidos e líquidos da excreta comum.

ANDRE LUIZ

A Violência Interior de Todos Nós


A violência do mundo se combate com as armas do bem apontadas em nossa própria direção.
A palavra violência exprime todo pensamento, complementado ou não por palavras e ações, que exteriorize um sentimento contrário à lei do amor e da caridade.
No mundo atual acompanhamos muitas vezes com o requinte de detalhes, as notícias e reportagens sobre os atos mais violentos da humanidade. Esse contato diário com os atos extremados do ser humano toma as pessoas mais insensíveis, levando-as a desconsiderar suas pequenas atitudes de violência, esquecendo de colocá-las no rol daquelas que devem sofrer o esforço de transformação no trabalho constante de auto-aprimoramento.

A propensão à violência é característica dos Espíritos vinculados ao planeta Terra, variando apenas quanto a intensidade e aos estímulos necessários para desencadear a ação violenta. Daí o "não julgueis", induzindo-nos pelo raciocínio, a buscarmos maior prudência ao julgar o próximo, porque não sabemos se guardamos em nosso íntimo o mesmo grau de violência que condenamos, esperando apenas as condições propícias para despertar.
Segundo o Espírito Verdade (perg. 785), o maior obstáculo ao progresso moral é o orgulho e o egoísmo. Ambos caracterizam o sentimento ainda muito imperfeito que aliado à ignorância das leis naturais e seus mecanismos de atuação, originam as ações contrárias a essas mesmas leis constituindo a violência. Essa ignorância, no entanto, não nos exime de culpa e responsabilidade pelos nossos atos uma vez que a lei de Deus está escrita na consciência de cada um (perg. 621), permitindo ao homem discernir sobre o bem e o mal. As faltas  cometidas sem intenção negativa ou consciência perfeita da situação estariam livres de culpa (perg. 954), embora o Espírito mais adiantado se sinta naturalmente compelido a auxiliar àqueles envolvidos pela sua imprudência. (Consultar "0 Livro dos Espíritos ")
Devemos combater a nossa violência interior em todas as suas formas e intensidades, porque, com ela e através da Lei de Sintonia contribuímos para a sua manutenção entre nós. Muitas vezes achamos que não fazemos mal a ninguém (pelo menos diretamente), apesar de fazermos mal a nós próprios diariamente, agredindo nosso corpo com fumo, bebidas, remédios e alimentos inadequados ou exagerados, agredindo nosso campo emocional e psíquico com impaciência, irritação e pensamentos infelizes.
Parece lógico supor que os pequenos atos de violência sejam mais fáceis de eliminar e que o conjunto desses atos favorecem perigosamente o aumento gradativo da tendência de agir com violência. Logo, convém priorizar a eliminação das pequenas atitudes inconvenientes, bem como evitar que elas se transformem em hábitos, o que dificultaria sua constatação e eliminação pelo seu portador.
O conhecimento espírita oferece diversas medidas preventivas imprescindíveis para evitar que o sofrimento surja em conseqüência da lei de ação e reação. Eis alguns deles:
 Fixar objetivos de aperfeiçoamento moral,
conhecer melhor a si mesmo,
enriquecer dia-a-dia o seu conhecimento espiritual,
estimular continuamente o bem interior,
trabalhar pelo seu auto-aprimoramento,
fazer o bem, evitar o mal, orar.


Estando a evolução do homem subordinada ao relacionamento com outros seres, pode-se concluir que os atos de violência surgem do conflito entre pessoas.
O remédio auxiliar para prevenir conflitos maiores é a busca da compreensão pela prática da empatia, procurando sentir o que sentiria se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por outra pessoa.
Este exercício proporciona ótimos resultados, mas requer muita boa vontade para desempenhar o papel de advogado de defesa, inclusive especulando sobre os possíveis componentes espirituais que possam estar influenciando o contexto analisado.
A consciência das dificuldades do processo de melhoria interior não deve ser causa de desânimo e sim de desafio a ser vencido. O fato de se possuir algum conhecimento das leis naturais não assegura a ninguém manter um comportamento equilibrado.
É preciso entender, aceitar, enfrentar situações difíceis utilizando o conhecimento, para reavaliar os resultados num ciclo que se repete indefinidamente.
No início nem nos lembramos do conhecimento ao começarmos uma ação violenta, mas temos a chance de identificá-lo e analisá-lo depois.
A prática dessa conduta leva a um estágio mais adiantado, em que a exata consciência de estar procedendo mal surge no meio da ação, possibilitando algum reparo antes de sua finalização.
O estágio seguinte permite detectar a tendência para agir negativamente antes de tomar qualquer atitude. No último estágio conseguimos responder automaticamente com boas ações e pensamentos, aos estímulos recebidos.
Existe a influência das ondas de pensamentos com as quais nos sintonizamos segundo o princípio que o semelhante atrai o semelhante, fortalecendo os pensamentos e sentimentos próprios da faixa vibratória em que nos situamos.
O Espiritismo oferece os meios para aceleração do sistema natural de evolução, exigindo, porém, vontade firme, melhoria contínua do conhecimento e prática incessante do bem.
Ao absorver e procurar adotar o conhecimento espírita, o homem acerta as bases racionais do seu intelecto facilitando o trabalho de transformação dos seus impulsos emotivos inferiores.
O exame de consciência periódico é instrumento útil, não só de identificação dos erros cometidos, mas também como registro dos acertos e sucessos obtidos visando alimentar a motivação necessária para a continuidade da tarefa de melhoria interior. Tudo isso o homem pode fazer com o governo consciente de sua vida.
Nada melhor do que poder conduzir com segurança a própria trajetória rumo à realização plena.
É hora de agradecer a oportunidade e trabalhar pela própria felicidade.
Ivan René Franzolim - em Violências, Pena de Morte e outros Dramas
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Tags: Espírito Verdade, consciência, egoísmo, imprudências, insensíveis, não julgueis, orgulho, propensão à violência, violência