terça-feira, 22 de janeiro de 2013


Fardos

Quando a ilusão o fizer sentir o peso do próprio sofrimento, como sendo opressivo e injusto, recorde que você não segue sozinho no grande roteiro. Cada qual tolera a carga que lhe pertence.
Existem fardos de todos os tamanhos e feitios.
O poderoso arca com o peso da responsabilidade de decisões que influenciam grandemente o destino alheio.
O sacerdote sofre a tortura de um condutor de almas.
O coração materno angustia-se com a sorte de seus filhos.
O enfermo desamparado carrega as dores de sua indigência.
A criança sem ninguém sofre seu pavor.
Aprenda a entender o serviço e a luta dos semelhantes para não se supor indevidamente vítima ou herói.
No campo das provações, todos são irmãos uns dos outros,
mutuamente identificados por semelhantes dificuldades, dores e sonhos.
Suporte com valor o peso de suas obrigações e caminhe.
Do acervo de pedra bruta nasce o ouro puro.
Do cascalho pesado emerge o diamante.
Do fardo que transportamos de boa vontade procedem as
lições de que necessitamos para a vida maior.
Talvez você se pergunte qual a carga transportada pelos maus e levianos, que aparentemente passam pela vida isentos de provações.
Provavelmente eles, sob uma falsa aparência de vitória, vivem sob encargos singularmente mais pesados do que os seus.
Impunidade e injustiça são conceitos estranhos às leis divinas.
O céu não é um local físico predeterminado, mas um estado de consciência.
Ele somente é acessível, com seus tesouros de paz e luz,
para quem está em harmonia com as leis divinas.
Nada há para invejar de quem ainda nem começou a se recompor com essas leis, por leviandade ou preguiça.
Pior ainda é a situação de quem, pela desdita de praticar o mal, está adquirindo débitos perante a vida.
Se o suor alaga sua fronte e se a lágrima lhe visita o coração, isso é um sinal de que a sua carga já está sendo aliviada.
Quem desempenha corajosamente, sem murmurações, as tarefas que lhe competem está caminhando para a plenitude de sua consciência.
Provas bem suportadas, sem desânimo ou preguiça,
convertem-se de forma gradativa em tesouros de entendimento, paz e luz para a ascensão da criatura.
Lembre-se do madeiro injusto que dobrou os
ombros doloridos do Cristo.
Sob as vigas duras no lenho infamante jaziam ocultas as asas divinas da ressurreição para a imortalidade.
Deus criou o mundo estruturado por leis perfeitas, belas e justas.
Nesse harmônico concerto, por certo você não foi esquecido.
Sua vida não é regida por acasos.
As provações que o visitam visam a fortificá-lo, lapidá-lo, despi-lo de inferioridades que o infelicitam há longo tempo.
Não imagine, sequer por um momento, que o Pai Amoroso que Jesus nos revelou possa ser cruel.
As provas duram o tempo estritamente necessário para ajudá- lo a adquirir os valores e aprender as lições de que necessita.
Reduza sua quota de dores, dedicando-se ao bem com determinação e vigor.
Dê um basta nas reclamações e nos vícios, alegrando-se ao executar as tarefas que a vida lhe confiou.
Fardos e dificuldades não são desgraças, mas desafios a
serem vencidos e superados, com otimismo e esperança.
Pense nisso.
Pelo Espírito: EMMANUEL Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER Do livro: SEGUE-ME

Dar Amor

O panorama do mundo, no momento em que se inicia o terceiro milénio não é maravilhoso.
Há milhões de pessoas que estão passando fome. As guerras continuam devastadoras. Os homens disputam pedaços de terra, que chamam de territórios, como se fossem viver para sempre em cima deles. E cada pedacinho fica manchado com o sangue de muitas vítimas.
Há milhões de pessoas sem um tecto.
Milhões que sofrem de aids.
Milhões que sofreram violência, de crianças a adultos e velhos.
Milhões de pessoas que padecem de invalidez, seja por terem nascido com a deficiência ou por terem sido vítimas de enfermidades, acidentes ou combates.
Todos os dias, em todo o mundo, mais alguém está clamando por compreensão e compaixão.
Este é o mundo que recebemos do milénio passado. O mundo que construímos.
Agora compete-nos construir o mundo renovado do terceiro milénio.
Escutemos o som das vozes de todos os que padecem. Escutemos como se fosse música, uma linda música.
Abramos os nossos corações para todos os que estão precisando e aprendamos que as maiores bênçãos vêm sempre do ajudar aos outros.
Acima de pontos de vista económicos, de crença religiosa, de cor da pele, aprendamos que todos somos filhos do mesmo pai e nos encontramos na mesma escola: a terra.
Por isso o auxílio mútuo é dever de todos. Podemos não resolver os problemas do mundo, mas resolveremos o problema de alguém.
Não podemos resolver o problema da aids, mas podemos colaborar valorosamente nas campanhas de esclarecimento às novas gerações.

Não podemos diminuir as dores de todos os pacientes, mas podemos colaborar conseguindo a medicação precisa para um deles, ao menos.
Com certeza, não podemos devolver mobilidade a membros paralisados. Mas podemos nos tornar mãos e pernas, auxiliando sempre aqueles que precisam.
Podemos não resolver o problema da fome no mundo, mas podemos muito bem providenciar para que quem esteja mais próximo de nós, não morra à mingua, providenciando-lhe o alimento ou o salário justo.
É muito importante aprender a gostar de tudo o que fizemos.
Podemos ser pobres, e sentirmo-nos sozinhos. Podemos morar em um local não muito agradável, mesmo assim, ainda poderemos colocar flores nos corações e alegrar-nos com a vida.
Tudo é suportável quando há amor, único sentimento que viverá para sempre.
***
O amor é a virtude por excelência, seja na Terra, seja noutras moradas do Senhor.
O equilíbrio do amor desfaz toda a discriminação, quando se trata de efectuar a marcha para Deus.
Exercitando o amor conjugal, filial, paternal ou fraternal busquemos reflectir, mesmo que seja à distância, o amor do nosso Pai, que a todos busca pelos caminhos da evolução.
Vivamos e amemos, de forma equilibrada, sentindo as excelsas vibrações que vertem de Deus sobre as necessidades do mundo.
Autor:
Fonte: A Roda da Vida de Elisabeth Kübler-Ross, ed. Sextante, 1998, cap. 40 e Vereda Familiar, ed. Fráter Livros Espíritas, cap. 2


DIANTE DA PERFEIÇÃO

“Sede perfeitos como Nosso Pai Celestial!”

Esta foi a advertência do Senhor ao nosso coração de aprendizes. Todavia, à maneira do verme, contemplando a estrela longínqua, sabemos quão imensa é a distância que nos separa da meta.

Impedimentos, compromissos e inibições fluem do nosso “ontem”, asfixiando-nos, a cada momento de hoje, o anseio de movimentação para a luz.

Entretanto, se ainda nos situamos tão longe do justo aprimoramento que nos integrará na magnificência divina, é imperioso começar a grande romagem, oferecendo ao avanço as melhores forças.

Ninguém exige sejas de imediato o paradigma do amor que o Mestre nos legou, mas podes ser, desde agora, o cultor da compreensão e da gentileza dentro da própria casa.

Ninguém te pede a renúncia integral aos bens que te enriquecem os dias terrestres, no entanto, podes doar, de improviso, a migalha de que te sobre ao conforto doméstico, em auxílio ao companheiro necessitado.

Ninguém esperas desempenhes, ainda hoje, o papel de herói na praça pública, mas podes calar, sem detença, a palavra escura ou amargosa capaz de emergir de teu coração para os lábios.

Ninguém aguarda sejas o remédio para todas as doenças, entretanto, ainda hoje, podes ser a enfermagem diligente, balsamizando as úlceras dos enfermos relegados ao abandono.

Ninguém te solicita prodígios, em manifestações prematuras de fé, mas podes ser, sem delonga, o reconforto que ampare a quantos atravessam as sarças do caminho.

Lembra a semente que te regala o corpo e aprendamos a começar.

A planta que era ontem simples promessa, hoje é garantia do pão que te supre a mesa.

As maiores e mais famosas viagens iniciam-se de um passo.

Esforcemo-nos por fazer o melhor ao nosso alcance, desde agora, e a perfeição ser-nos-á, um dia, preciosa fonte de bênções, descortinando-nos o porvir.

pelo Espírito Emmanuel 

- “Morri. E agora?”, relatos de um Político.

Sentia dores, estava inquieto no leito daquele hospital moderno e luxuoso. A família me fazia companhia, eles estavam tristes, abatidos e lagrimosos. Não dormia tranquilo, meu sono era agitado e tinha pesadelos, nos quais escutava vozes me dizendo impropérios. Acordei e não abri os olhos; escutei meu filho e meu genro conversando baixinho.
- Temos que tomar todas as providências. Seu pai, pelo que nos dizem os médicos, irá falecer logo. Temos que tirar o dinheiro de seu nome, até mesmo, fechar aquelas contas bancárias.
- Você tem razão, vou agora mesmo falar com mamãe, ela tem conta conjunta com ele. Com certeza minha mãe nos dará autorização para fecharmos aquelas contas e colocarmos o dinheiro no meu e no seu nome. É mais seguro!
Magoei-me, porém eles estavam fazendo o que eu sempre fizera: sendo práticos. Os dois tinham razão. Aquele dinheiro não deveria continuar no meu nome. Tremi de medo. Eles falaram que estava morrendo. E pela primeira vez, indaguei-me o que seria morrer.
Havia frequentado, pelo social, para arrecadar votos, muitas igrejas, templos, e ouvido vários sermões, aos quais, infelizmente, não dera muita atenção. Mas algumas coisas do que ouvira, vieram naquele instante a minha mente: “Eu acabaria com a morte?”. Ao pensar nesse fato, apavorei-me. Acho que ninguém quer ser extinto. Creio que nada se acaba, até pela lei da natureza, tudo se transforma, e comecei a pensar: “Céu ou inferno?” Prefiro que não existam, senão irei com certeza para o inferno. “Dormirei até o julgamento?” Também não gostei dessa teoria. Se houver uma sentença, por justiça, não me darei bem. “Desencarnarei, como dizem os espíritas? Se assim for, no Além terei comigo somente os atos que fiz, os bons e os maus.”
Tinha dinheiro que sustentava o meu luxo. A família e os amigos, ali ao meu lado, esperavam minha morte. Somente restavam-me as obras, essas iriam comigo. Abri os olhos, os dois sorriram para mim, e meu filho disse:
- Papai, o senhor ficará bem! Mas estou preocupado. Será que não é prudente tirarmos o dinheiro de suas contas bancárias?
- Sim – respondi com dificuldade. – Faça, filho, o que for melhor. Mas não deixe sua mãe sem nada.
- Claro que não, papai. Mamãe tem muitos imóveis em seu nome e os senhores são casados com separação de bens.
Ele saiu e meu genro ficou ao meu lado. Comecei a delirar. Via vultos, ouvia algumas risadas, e fui piorando.
- Ele morreu! – ouvi do médico.
Choros e risadas. Minha esposa e filha estavam ao meu lado chorando.
- Meu pai morreu! Que tristeza!
- Fiquei viúva! Que será de mim sem ele? Como cuidar dos negócios?
“Morri! Meu Deus! E agora?”
“Ficará aí para ver e ouvir outros hipócritas como você” – falou um vulto, gargalhando.
Que sensação estranha! Senti a equipe médica desligar os aparelhos e tirar as sondas. Meus familiares se afastaram, fui levado para outro local. Limparam-me, colocaram-me outra roupa e me maquiaram. Depois me acomodaram numa urna luxuosa, com muitas flores. Sentia, via, pensava, escutava, mas não me mexia ou falava. E a todo instante me indagava cada vez mais aterrorizado: “E agora?”.
E os acontecimentos vieram. Fui levado ao velório. Que horror! Os familiares chorosos, vestidos de luto, discretos, comportavam-se como a sociedade exigia. Amigos e mais flores foram chegando. Escutei muitos comentários. Poucos faziam orações. Agiam como eu quando ia a velórios. Várias conversas, pessoas que havia tempos não se viam, falavam de tudo: negócios, esportes, mulheres, fofocas e muito sobre mim. Infelizmente, não mentiam. Minha esposa comportava-se com dignidade. Parecia que adivinhava o que alguns diziam: “Fora traída”. Tive muitas amantes. Os filhos não sentiam muito, sempre fora um pai distante. Dinheiro e política sempre vieram em primeiro lugar. Foi um horror! Via e ouvia tudo.
Apelei mentalmente e pedi: “Deus! Misericordioso Pai, ajude-me!”.
“Quantos lhe pediram por Deus! Você os atendeu? Ficará aqui e verá tudo!”
Notei então, que três vultos estranhos estavam do lado de trás do meu caixão, observando-me, e fora um deles quem falara. Ouvi desesperado que estava na hora do enterro. “E agora?” – perguntei de novo com muita aflição. Fecharam a tampa. Estranho, vi-me dentro e fora da urna funerária. Discursos. Quanta hipocrisia e mentiras! Colocaram o caixão no túmulo luxuoso com muitas coroas deflores. Todos se afastaram. Um dos vultos me disse:
- Agora terá a resposta para o que tanto indaga. Verá o que é de fato a morte para você que é ladrão e corrupto! Ficará aí dias junto do corpo de carne que tanto cultuou. Aproveite para pensar no que fez de errado!”
O escuro, o silêncio e o nada. Não sei explicar como, pois não os via ou ouvia, mas sabia que aqueles três vultos continuavam por perto, vigiando-me. Apavorei-me com o fato de estar ali preso. Achei que iria enlouquecer. Somente tinha a certeza de que de fato morrera. Mas que continuava vivo! Foi apavorante. Estava sozinho. A família, quando terminou a cerimônia do sepultamento, foi embora. Estavam cansados e pelas suas feições, estavam ansiosos para que tudo terminasse. Amigos… acho que poderia tachar de amigos somente uns três, os quais não podiam fazer mais nada por mim. O resto eram conhecidos, companheiros e até inimigos disfarçados.
Dinheiro, – lutei tanto para tê-lo, e o que ele me deu? Uma urna de luxo, flores e um túmulo de mármore. E naquele momento a riqueza material não me valia para nada.
Não vou intensificar o horror que passei. Vermes me comendo, dores, frio, sede, fome e muito medo. Estava enlouquecendo. Padeci muito!
- Vem! Escutei uma voz e alguém me puxou. Fora do caixão, sentei em cima do túmulo. Consegui ver os vultos, eram três homens e um deles falou:
- Você merecia ficar aí até seu corpo carnal virar pó. Mas o chefe quer julgá-lo. Vamos!
Pegaram-me pelos braços, saíram comigo do cemitério. Estava confuso, senti um certo alívio pelo ar que batia no meu rosto.
Chegamos a um local estranho e me deixaram num salão. Senti muito medo. Eu, acostumado a mandar, receber agrado e elogios, estava sendo humilhado e tratado como um ser desprezível.
Vi então uma cena aterrorizante. Era um julgamento conjunto de pessoas como eu, mortas-vivas. Para julgar, estavam ali um homem e uma mulher. Outro homem falava sobre os julgados e o que eles haviam feito. Chegou a minha vez.
- Você foi político! A lista de seus erros e pecados é grande! Gostava de orgias! Mulheres lindas e noites de farras! Disse muitas mentiras! Enganou o povo já tão sofrido. Recebeu dinheiro para fazer favores etc. De fato, a lista era grande e tudo verdade. Fui condenado.
- Será escravo! Chega de ser servido! Vai aprender a trabalhar! Colocaram um aro de ferro em meu pescoço e fiquei preso a uma corrente. Um homem me puxou. Começou para mim um longo período de muito sofrimento e humilhação. Gargalhando, um grupo de homens de aspecto maldoso, aproximou-se, despiu-me, deixando-me somente de calça, bateram-me muito, cuspiram em mim e xingaram-me. Sabia que havia morrido. Ou melhor, que havia desencarnado. Meu corpo físico estava lá no cemitério virando pó e meu espírito vivo. Ali sofri horrores. Foram muitos anos de padecimento. Antônio Carlos me pediu para não narrar tudo o que passei senão o relato ficaria extenso, pois não teve um dia no umbral que não sofri, sempre fui humilhado e maltratado. Eles riam do meu padecimento. – Por que reclama? – diziam meus carrascos. – Você se importou com as pessoas que sofriam? O dinheiro que roubou, que pegou indevidamente não foi causa de sofrimentos a outros?
Certo dia, comecei a achar que agira errado. Que vivera encarnado enganando e enganado. Meu choro passou a ser diferente e passei a ajudar os companheiros de infortúnio. Recordei-me de alguns atos bons que fizera, as esmolas que dera, favores que prestara e mesmo os que foram realizados por interesse. Nesses momentos sentia um pouquinho de alívio. Lembrei-me de Deus de modo diferente, como um Pai, o qual antes desprezara e que agora sentia falta. O remorso me fez ver que era merecido meu sofrimento. Abusara dos prazeres, não seguira nenhuma religião e sentia falta de uma crença. Sabia que muitos outros políticos sofriam muito mais do que eu. Os que foram muito desonestos e corruptos padeciam ali no umbral, de forma pior do que se fosse no inferno, se esse existisse. Muitos ficavam presos na caverna dos horrores, num buraco escuro e fétido sendo torturados e humilhados.
Um dia, um moço aproximou-se de mim, abriu o aro do meu pescoço com facilidade e me disse: – Vou tirá-lo daqui, siga-me quieto! Saímos daquela cidade, paramos em frente de um veículo, entramos nele e fui levado a um hospital. Lá, fui tratado com dignidade, bondade e me recuperei. Muitos desencarnados ao passarem pelo que passei, enlouquecem, tornam-se débeis, porém eu tive consciência e muito sofri. Padeço ainda, não consigo esquecer o que fiz de errado, sinto remorso, e esse sentimento me cobra, mas também me faz ter vontade de acertar. Mas o que mais sinto é ver meus familiares seguirem o mau exemplo que dei. Com certeza irão passar e sofrer o que sofri. E não posso fazer nada. Poderia até tentar, mas eles não acreditariam. Para minha família morri e acabei. Penso que seria bem mais fácil morrer e acabar. Mas não é assim. Foi longo o tratamento com aprendizado que recebi.
Sei de pessoas honradas e idealistas que foram e são políticas. E àqueles a quem muito foi dado e souberam usar, dignos serão de receber mais. E espíritos que passam por essa prova e trabalham se dedicando com amor à arte de governar são vencedores, eu os admiro. Sei que é difícil ter dinheiro e poder. Mas se muitos aprenderam a usar sem abusar, outros podem seguir seus bons exemplos.
Para mim, foi apavorante defrontar com a desencarnação. Não com o ato em si, mas com as consequências de meus erros. Aprendi com a dor. E tenho um propósito de colocar em prática esses ensinamentos. Quero reencarnar para ter a bênção do esquecimento e de um recomeço. Desejo esquecer o que fiz de errado e tentar fazer o certo. Tenho orado muito para ser honesto, anseio por ter essa virtude e provar a mim mesmo que posso ser uma pessoa de bem.
Explicação de Antônio Carlos
É de fato na hora da desencarnação que temos as companhias do plano espiritual às quais nos ligamos. Esse convidado não quis se identificar. Denominações são passageiras. Nos seus últimos dias encarnado, escutava os desencarnados que esperavam a morte do seu corpo físico. De fato, eles fizeram guarda no cemitério para que ele não saísse do túmulo e eles o perdessem. O julgamento que ele narrou, infelizmente é muito realizado em diversos lugares do umbral. André Luiz, através da mediunidade de Chico Xavier, no seu livro “Libertação”, relata-nos um desses julgamentos com muitos detalhes.
Pedi que ele não descrevesse seus padecimentos, porque esse amigo está ainda em tratamento e fica triste e amargurado quando recorda o que passou. Realmente, foi muito difícil. Essas sentenças acontecem porque há no umbral os que se denominam justiceiros e os que se sentem culpados. São julgados os que têm dentro de si, em suas consciências, atos errados. Isso não acontece com pessoas que não cometeram ações más.
Muitos perguntam: “Por que os espíritos bons não socorrem todos os que sofrem?”. Muitos dos que desprezam as lições que a vida oferece para aprender, recebem a dor, que tenta ensiná-los, impulsioná-los a caminhar. Não basta pedir somente para ficar livre do sofrimento. Agir assim é como não querer a ressaca, o sofrimento ocasionado pela reação, e sim querer continuar no vício, na prática dos erros.
Para ser socorrido tem que se fazer receptivo, pelo arrependimento sincero, com vontade de melhorar e se puder voltar no tempo, agir de outra forma. Esse convidado foi socorrido quando se modificou, arrependeu-se, reconhecendo seus erros e passou a ajudar outros desencarnados que sofriam mais do que ele.
Socorristas vão a todas as partes do umbral, auxiliando. Os que se sentem enlouquecidos e débeis são socorridos quando esses abnegados servos do bem sentem que eles querem se modificar ou que a dor foi persistente e que a lição pode ter sido assimilada.
Os imprudentes são muitos. Os que querem ser servidos também. Resta para serem socorristas os prudentes e trabalhadores. A messe é grande, os servos são poucos, disse-nos Jesus, e infelizmente nada ainda se modificou. Poderíamos mudar se todos quiséssemos servir…
Do livro “Morri. E agora?”, de Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, pelo espírito Antônio Carlos

domingo, 20 de janeiro de 2013


Como Melhorar?

Há um meio prático de se melhorar nesta vida, moralmente falando, resistindo às más tendências e procurando adquirir mais virtudes? Uma recomendação do filósofo Sócrates indica o melhor caminho: Conhece-te a ti mesmo!
Isso significa uma viagem interior de questionamentos, uma entrevista onde somos o entrevistado e o entrevistador. Sim, questionarmos a nós mesmos, avaliando diariamente o próprio comportamento para averiguar se alguém tem algo a reclamar de nós ou se cumprimos com o próprio dever no dia que passou. Esta auto-avaliação pode ser resumida em cinco itens:
a) Interrogarmo-nos sobre o que temos feito;
b) Com que objetivo fizemos ou agimos dessa ou daquela forma;
c) Se fizemos algo que censuraríamos se praticado por outra pessoa;
d) Se algo fizemos que não ousaríamos confessar;
e) Se ocorresse a morte, teríamos temor do olhar de alguém?.
E poderíamos ainda examinar se agimos contra Deus, contra nosso próximo e contra nós mesmos. As respostas obtidas nos darão o descanso para a consciência ou a indicação de um mal que precisa ser curado. Havendo dúvida sobre determinado comportamento, há ainda um passo decisivo: “(...) Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na podereis ter por legítima quando fordes o seu autor (...) “. Esta dica, inclusive é precisa para possíveis questionamentos sobre ilusões do julgar-se a si mesmo, atenuando as faltas ou tornando-as desculpáveis. Se censuramos no comportamento de outra pessoa, é sinal que não aceitamos. E, portanto, trata-se de comportamento que não devemos adotar.
A formulação nítida e precisa de questões dirigidas a nós mesmos sobre o móvel de nossas ações ou o questionamento de nossas motivações é o caminho de nos conhecermos. E, convenhamos, conhecendo a nós mesmos, alcançaremos a reforma moral. Imagine-se agora se cada ser humano travar essa intensa luta consigo mesmo para melhorar-se a si mesmo, teremos um mundo melhor. É o que todos desejamos, não é?
Anotações preciosas essas, de Santo Agostinho, na resposta à questão 919 de O Livro dos Espíritos.
Artigo gentilmente cedido por Orson Peter Carrara
Assessor de Imprensa da Casa Editora O Clarim em Matão SP


Recordar é Bom



Mesmo que você não tenha vivido nesta época vale apenas ler.

Não posso acreditar que fizemos isso!
Olhando para trás, é duro acreditar que estejamos vivos até hoje.

Nós viajávamos em carros sem cintos de segurança ou air bag.

Não tivemos nenhuma tampa à prova de crianças em vidros de remédios, portas, ou armários e andávamos de bicicleta sem capacete, sem contar que pedíamos carona.

Bebíamos água direto da mangueira e não da garrafa.
Nós gastamos horas construindo nossos carrinhos de rolimã para descer ladeira abaixo e só então descobríamos que tínhamos esquecido dos freios. Depois de colidir com algumas árvores, aprendemos a resolver o problema.

Saíamos de casa pela manhã e brincávamos o dia inteiro, só voltando quando se acendiam as luzes da rua. Ninguém podia nos localizar. Não havia telefone celular.

Nós quebramos ossos e dentes, e não havia nenhuma lei para punir os culpados. Eram acidentes. 

Ninguém para culpar, só a nós mesmos. Nós tivemos brigas e esmurramos uns aos outros e aprendemos a superar isto.

Nós comemos doces e bebemos refrigerantes mas não éramos obesos. 
Estávamos sempre ao ar livre, correndo e brincando.

Compartilhamos garrafas de refrigerante e ninguém morreu por causa disso.

Não tivemos Playstations, Nintendo 64, vídeo games, 99 canais a cabo, filmes em vídeo, surround sound, celular, computadores ou Internet.

Nós tivemos amigos. 

Nós saíamos e os encontrávamos. Íamos de bicicleta ou caminhávamos até a casa deles e batíamos à porta. Imagine tal uma coisa! Sem pedir permissão aos pais, por nós mesmos! Lá fora, no mundo cruel! Sem nenhum responsável! Como fizemos isso?

Nós fizemos jogos com bastões e bolas de tênis e comemos minhocas e, embora nos tenham dito que aconteceria, nunca nossos olhos caíram ou as minhocas ficaram vivas na nossa barriga para sempre.

Nos jogos da escola, nem todo o mundo fazia parte do time. Os que não fizeram, tiveram que aprender a lidar com a decepção... 

Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros. Eles repetiam o ano! Que horror! Não inventavam testes extras. Éramos responsáveis por nossas ações e arcávamos com as conseqüências. Não havia ninguém que pudesse resolver isso.

A idéia de um pai nos protegendo, se desrespeitássemos alguma lei, era inadmissível! Eles protegiam as leis! Imagine só isso!

Nossa geração produziu alguns dos melhores compradores de risco, criadores de soluções e inventores. Os últimos 50 anos foram uma explosão de inovações e novas idéias. Tivemos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade, e aprendemos a lidar com isso.
Você é um deles.
Parabéns!

Tivemos a sorte de crescer como crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, para nosso próprio bem.

Desconheço o autor


domingo, 13 de janeiro de 2013



O PROBLEMA DA VIOLÊNCIA



O Terceiro Milênio chegou. Embora muitos tenham apregoado que ele seria negro, ele chegou de mansinho. E sem que nos déssemos realmente conta, estamos vivendo os dias de um novo século e de um novo milênio.



Com a sua chegada, nos enchemos de esperança de um mundo melhor, pleno de paz. No entanto, o Terceiro Milênio herdou naturalmente tudo aquilo que os homens construíram nos milênios anteriores.

Por isso, ainda temos muitos problemas que preocupam as mentes dos homens nobres e os corações sensíveis.
Entre esses, um dos mais cruciais, com certeza, o problema da violência.

Os que residimos em grandes cidades afirmamos estar cansados da violência. Afinal, não podemos sair de casa sossegados. Se paramos o carro ao sinal vermelho, em pleno dia, corremos o risco de sermos assaltados.

Ao andarmos pelas avenidas, a trabalho, a passeio ou fazendo compras, nunca estamos livres de termos a bolsa roubada, a carteira surrupiada.

Nossas crianças vão para a escola e ficamos apreensivos. Voltarão para casa sem serem agredidas e terem roubados os tênis, a jaqueta, o relógio?

Autoridades se reúnem, psicólogos discutem, educadores dialogam. Todos desejam saber o que fazer para deter a onda de violência.

E, ante tantas sugestões, optamos por reformar e ampliar o número de presídios.

Em tudo isso, nos esquecemos de que o problema não está no presídio, mas no homem que está lá dentro.

Esquecemos que o que deve ser reformado, melhorado, é o próprio ser humano. 

Afinal, onde está a raiz da violência?

Está na criança abandonada nas ruas que, sem carinho e instrução, amanhã se tornará o lobo do seu semelhante.

A violência está no hospital que não consegue atender com dignidade o enfermo necessitado, pela falta de estrutura.

A violência está no abandono a que relegamos os nossos velhos, em asilos e casas que se dizem especializadas, onde têm abrigo, alimento e agasalho, mas não têm a atenção do afeto.

A violência está nos orfanatos, onde as crianças crescem sem lar, sem família e sequer conseguem ter a ideia do que seja propriedade alheia. Porque ali tudo é de todos. Eles não têm um cantinho seu, nada é seu.

Nem o carinho das atendentes, pois elas precisam desdobrar-se para todos.
A violência está no abandono da escola. Já se disse há muito: eduque-se a criança e não será preciso punir o homem.
* * *
Antes de advogarmos a causa da não violência por métodos violentos, tornemo-nos voluntários na ação do bem.
Armemo-nos de coragem e dediquemo-nos à educação de uma criança. Pode ser nosso filho, nosso sobrinho, um parente distante, um amigo, um garoto de rua.

Armemo-nos de amor e visitemos hospitais, espalhando o perfume de nossa presença. Se os enfermos não têm remédio suficiente, se têm que aguardar muitas horas para serem atendidos, terão ao seu lado alguém que os acalme, que lhes dê conforto e atenção.

O caminho da paz se inicia no coração do homem.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita


Conforme nos ensina Allan Kardec (questão 872, parte 3ª, capítulo X, do "O Livro dos Espíritos"), a educação somente combaterá utilmente as nossas más tendências (entre elas a violência) quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Ou seja, a educação intelectual, dissociada da educação moral, será incapaz de sozinha combater e vencer os males morais que afligem a Humanidade.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013


GANDHI - REFLEXÃO IMPORTANTE



Pegue um sorriso e doe-o a quem jamais o teve.
Pegue um raio de sol e faça-o voar lá onde reina a noite.
Descubra uma fonte e faça banhar-se quem vive no lodo.
Pegue uma lágrima e ponha-a no rosto de quem jamais chorou.
Pegue a coragem e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar.
Descubra a vida e narre-a a quem não sabe entendê-la.
Pegue a esperança e viva na sua luz.
Pegue a bondade e doe-a a quem não sabe doar.
Descubra o amor e faça-o conhecer ao mundo"
Mahatma Gandhi

"A maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação." Chico Xavier - Emmanuel

Amizade preciosa



Amizade é excelente presença de Deus no relacionamento das almas.

As referências à amizade se encontram desde o Antigo Testamento. É dito que quem encontrou um amigo possui um tesouro.

É Jesus que nos dá o exemplo da preciosa amizade. Compulsando os Evangelhos, nós O vemos rodeado pela multidão. Servindo. Curando. Amparando. Ensinando.

Mas, nas noites estreladas, é na casa de Simão Pedro, em Cafarnaum, que Ele distribui as lições mais íntimas.

Para o Seu colegiado, para aqueles homens que haviam deixado suas famílias, suas vidas, para viver uma nova vida, Ele oferece a Sua amizade.

Compartilha Sua vida com eles. Não prescinde dos amigos.

Quando ia a Jerusalém, por lhe ser hostil a cidade, buscava refúgio na casa dos amigos de Betânia: Lázaro, Marta e Maria.

Dedica-se aos amigos. Quando Lázaro adoece, as irmãs o mandam chamar nas distâncias da Pereia. Dois dias de viagem até Betânia. E o amigo vem.

Retira Lázaro das sombras do túmulo, pois que não estava morto. Somente em estado letárgico. Devolve-o à convivência da família pela qual Ele nutre amizade.

Quando adentra a cidade de Jericó e avista Zaqueu, o publicano, sobre a árvore, Ele o olha e diz: Desce depressa. Porque hoje tenho de hospedar-me em tua casa.

Poderia dar a lição do Reino dos Céus ali mesmo. Afinal, o homem estava à espera dEle. Contudo, o Mestre faz questão de demonstrar a importância da amizade. Tenho de hospedar-me em tua casa.

Zaqueu prepara um banquete. O melhor, para o amigo que o acabara de conquistar.

Na ceia derradeira, Ele diz aos Apóstolos reunidos: Vós sois meus amigos... Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Mas chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo aquilo que ouvi de meu pai.

Após a sua morte, é um amigo, José de Arimateia, que vai ter com Pilatos e requer o corpo de Jesus.

Receava que O lançassem a alguma vala comum. Como restassem apenas poucas horas antes do pôr-do-sol, ele oferece o seu próprio sepulcro novo para jazigo do corpo de Jesus.

Outro amigo de Jesus, Nicodemos, quis prestar ao Mestre um derradeiro serviço. Providenciou que se comprassem cem libras de essências odoríferas e um grande lençol de linho precioso para embalsamar-lhe o corpo.

*  *  * 

Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da vida.

O amigo verdadeiro é, sempre, o emissário da ventura e da paz.

O amigo verdadeiro ampara nas horas tristes. Alegra-se com as alegrias do outro. Nada exige. Não impõe condições. Aceita o outro como ele se apresenta.

Se algo descobre de mau, desagradável, no outro, sugere, aconselha, sem imposição.

A amizade verdadeira não é cega, mas se enxerga defeitos nos corações amigos, sabe amá-los e entendê-los mesmo assim.

Nos trâmites da Terra, a amizade leal é a mais formosa modalidade de amor fraterno, que santifica os impulsos do coração nas lutas mais dolorosas e inquietantes da existência.



Redação do Momento Espírita, com base no cap. Juventude e amizades, do livro Cântico da juventude, pelo Espírito Ivan de Albuquerque, psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter; no item 174, do livro O consolador, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb e no cap. 12, do livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Cec.

O que devo a minha mãe



O que Devo a Minha Mãe
Contemplando uma criança que dorme, tranquila, no berço, descobrimos o quão frágil é o ser humano e o quanto deve a uma mulher chamada mãe.
Quem quer que olhe para o próprio umbigo há de recordar da estreita ligação para com sua mãe que, durante nove meses, o alimentou, agasalhou, abrigou e protegeu em seu ventre.
E as primeiras noções de vida todos as recebemos de nossa mãe. Foi ela quem nos apontou o jardim e nos fez descobrir a borboleta colorida, a flor e o espinho, a chuva e o sol, a beleza do arco-íris.
Enquanto nós seguíamos as formigas do jardim, no seu ir e vir de carregadeiras incansáveis, foi ela quem nos falou da persistência e do trabalho.
Enquanto nos apontava a aranha, tecendo a sua teia, após o vento forte a ter destruído mais de uma vez, foi nossa mãe quem nos falou da paciência e dos milagres que ela produz.
E quando, nas primeiras brincadeiras, alguém nos derrubava, era sempre ela quem nos lecionava o perdão.
Quando começamos a perceber as diferenças entre crianças e adultos, velhos e moços, foi nossa mãe quem nos segredou aos ouvidos os valores do respeito e da consideração.
Na infância ela consertou nossos brinquedos, costurou a roupa nova para a boneca que havia sido esquecida na chuva.
Na adolescência, mais de uma vez consertou-nos o coração despedaçado pelos primeiros pequenos reveses no namoro.
Nosso primeiro sorriso foi a imitação do seu e foi ela quem nos ensinou a utilizá-lo para quebrar o gelo, ou para iniciar um pedido de desculpas.
Enquanto pequenos, ela nos fez sempre sentir protegidos e amados. Quando a curiosidade nos fez estender o dedo em direção ao besouro e ele grudou ali, foi para ela que corremos, em busca do socorro.
Quando o cãozinho pulou e nos fez cair, lambendo-nos o rosto, em manifestação de carinho, apavorando-nos, foi ela quem nos tomou nos braços, sossegou e depois nos ensinou que, por vezes, as criaturas não sabem expressar muito bem seu afeto e que as devemos ensinar.
Foi ela quem nos desvendou o segredo das cores, dos números e das letras, mesmo antes de adentrarmos os bancos escolares. E tudo de maneira informal, como uma doce brincadeira que nos permitia aprender, sem cansar.
Incentivando-nos à pesquisa, quantas vezes ela nos permitiu incursões de aventura em seu armário e suas gavetas, deixando-nos descobrir tesouros maravilhosos, entre bijuterias, colares, anéis, lenços e tantas outras coisas miúdas, que eram todo nosso encantamento.
Seus livros foram os primeiros que nos enriqueceram o intelecto. Livros usados, marcados a caneta, lápis ou pedacinhos de papel. Livros cheios de anotações que nos ensinaram como se devia ler, anotando, perguntando, pesquisando.
As músicas de sua predileção foram as que nos embalaram a infância, junto com as canções da sua voz que nos acalmavam nas noites de chuva forte, raios e trovões.
E, mais do que tudo, porque desde o primeiro instante detectou que somos um Espírito imortal, plantou com imenso carinho a lição do amor em nós.
Seu intuito era que o que quer que nos tornássemos a serviço do mundo, soubéssemos que, acima de tudo, onde quer que estejamos, o que quer que façamos, o ser a quem devemos sempre servir é nosso irmão em humanidade.


Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013


A folha amassada


Quando eu era criança, por causa do meu caráter impulsivo, tinha raiva de qualquer coisa. Na maioria das vezes, depois desses incidentes me sentia envergonhada me esforçava para consolar a quem eu tinha magoado. 

Um dia , minha professora me viu pedindo desculpas, depois de uma explosão de raiva e entregou-me uma folha de papel lisa e disse: 

Amasse-a! 

Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha. A professora me disse novamente: agora deixe-a como estava antes. 

Óbvio que não pude deixá-la como antes. Pôr mas que tentasse, o papel continuava cheio de pregas. 

A professora me disse: o coração das pessoas é como esse papel. A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados. Assim, aprendi a ser mas compreensiva e mais paciente. 

Quando sinto vontade de estourar, lembro daquele papel amassado. A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar. Quando magoamos alguém com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais.... 

Alguém já me disse uma vez: "fale somente quando suas palavras possam ser tão suave como o silêncio. Mas não deixe de falar, por medo da reação do outro. 

Acredite, principalmente em seus sentimentos! 

Seremos sempre responsáveis pelos nossos atos.
    (Autor Desconhecido)
       

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


O Menino e o saco de carvão.

O pequeno Zeca entra em casa, batendo os pés no assoalho com força. Seu pai, que estava indo para o quintal fazer alguns serviços na horta, ao ver aquilo, chama o menino para uma conversa. Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado.
Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:
- Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito isso comigo. Desejo tudo de ruim pra ele, quero matar esse cara.
Seu pai, um homem simples, mas cheio de sabedoria, escuta calmamente o filho que continua a reclamar:
-O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito isso! Gostariaque ele ficasse doente sem poder ir para a escola.
O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão. Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou calado. Zeca vê o saco ser aberto e, antes mesmo que pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo:
- Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amigo Juca, e que cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu endereçado a ele.
Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois eu 
volto para ver como ficou.

O menino achou que seria uma brincadeira divertida e pôs mãos à obra. O varal com a camisa estava longe, e poucos pedaços acertavam o alvo. Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa. O pai, que espiava tudo de longe, se aproxima do menino e lhe pergunta:
-Filho, como está se sentindo agora? -Estou cansado, mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela brincadeira, e com carinho lhe diz: -Venha comigo até meu quarto, pois quero mostrar-lhe uma coisa. O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um espelho, onde pode ver todo o seu corpo. Que susto! Só se conseguia enxergar os dentes e os olhinhos do garoto.
O pai, então, lhe diz ternamente:

-Filho,você viu que a camisa quase não ficou suja, mas olhe só para você: está todo sujo. O mal que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu. Por mais que
possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a borra, os resíduos e a fuligem ficam sempre em nós mesmos.
 ( Autor Desconhecido)